Quem sou eu

Minha foto
São Bernardo do Campo, São Paulo, Brazil

sexta-feira, 20 de maio de 2011

RECORDAÇÕES QUE VIVEM


Construímos uma casa no campo, e pedimos a orientação do Senhor para todos os passos.

Desejávamos mudar da cidade, fugir da poluição sonora e visual, e desfrutar um lugar onde pudéssemos ouvir os pássaros, descansar numa rede, e apreciar melhor as maravilhas de Deus.

E Deus nos ajudou neste desejo.

Era um lugar encantador, tão diferente de nossa casa na cidade grande. À tardinha sentávamos no jardim e apreciávamos os pássaros em bandos voltando para suas “casas”.

Pela manhã, o cantar deles nos despertavam.

Fora os pássaros, um silêncio total que às vezes era quebrado pelo barulho do trem de cargas.

Quando se aproximava o final de semana, uma expectativa de alegria e felicidade invadia nossos corações, e na viagem de quase duas horas falávamos, cantávamos, ouvíamos músicas, até chegar ao lugar que Deus nos preparara.

Alguns anos se passaram e nossas viagens diminuíram, ora por causa de compromissos assumidos com os trabalhos do Senhor, ora por causa do cansaço causado pela chegada da idade, e pelas poucas visitas que vinham nos ver nesses dias

Colocamos novamente o assunto nas mãos do Senhor e aguardamos a sua decisão. Afinal de contas foi Ele quem providenciou o melhor, e somente Ele saberia dar uma solução.

Algum tempo mais se passou. Os pássaros continuavam lá. O trem de cargas seguia lentamente. E Deus, por cima, trabalhava por nós.

Enquanto isso, nosso jardim da cidade florescia. Tornara-se um lugar aconchegante, apesar dos inconvenientes da cidade poluída.

E Deus que trabalhava por nós providenciou um comprador para a casa do campo. Do jeito que queríamos. Ele fez melhor do que havíamos pedido.

As viagens cessaram. Não mais teríamos as tardes suaves e os pássaros barulhentos; não mais ouviríamos o trem de cargas com seus vagões intermináveis. Ledo engano. Deus fez um milagre:

Trouxe os pássaros para a cidade, apesar de poluída. Ao amanhecer lá estão eles para nos acordar, e à tarde, em revoada, seguem cantando.

E ao ouvi-los ao romper do dia, lembramos satisfeitos:

“As misericórdias do Senhor são novas a cada manhã”

E o jardim de casa apesar da poluição tem florido. É uma beleza.

De Recordações que vivem.

Orlando Arraz Maz