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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

WILLIAM E LEILA MAXWELL -SR. GUILHERME

WILLIAM E LEILA MAXWELL 
1ª  Parte


Ainda bem jovem tive a honra de conhecer este notável casal. Foi lá pelos idos de 1973, no Acampamento Verdes Pastos, onde despontou o primeiro dente de minha filha Méleri.
A alegria e a vitalidade do Sr. Guilherme e D. Leila, entre os acampantes, era contagiante e todos se empolgavam com alegres hinos e uma preciosa comunhão com o Senhor.

D Leila, entre tantos serviços dedicados ao seu Mestre, além de ser uma cooperadora fiel de seu marido, enriqueceu nosso hinário Hinos e Cânticos  com a tradução de  três belíssimos hinos, onde é possível avaliar sua alta sensibilidade poética: nº 41 - "Deixa os cuidados"; nº 54 "A maravilhosa história" e nº95 - "Vem como estás".
Os versos adiante dão de sua autoria:
                                  
Oração
Ontem levantei-me bem cedinho, e fui correndo a trabalhar.
Era tanto serviço me esperando que não tive tempo para orar.
Mas, nada deu certo aquele dia, que veloz como o vento escapuliu.
Pensei: "Deus não está me ajudando! e Ele respondeu:"Você não pediu!".
Hoje levantei-me bem cedinho,muito serviço tinha para acabar,
E por estar, assim, tão fatigada, tirei, primeiro, tempo para orar


Deixo minha gratidão à sua filha Agnes Maxell Penna e Ronald Watteson  pela biografia tão excelente que  aqui reproduzimos.

Meu desejo e oração é que a vida deste nobre casal de missionários inspire e abençoe a todos quantos passarem por este blog.

Orlando Arraz Maz






Eram dias de pioneirismo, e a diferença no estilo de vida entre os dois países era enorme, sem falar do clima, da comida e da língua.  Viajar era uma aventura, de trem ou por estradas de terra, poeirentas e esburacadas.  Rumores de guerra, e eventualmente a própria guerra aumentavam ainda mais as preocupações e a ansiedade dos primeiros anos, com a saudade companheira sempre presente, enquanto recebiam cartas com pedaços recortados pelos censores, durante a 2ª. Guerra mundial.

São Paulo, Ituiutaba e Uberaba:

O primeiro ano passou-se entre São Paulo, Ituiutaba e Uberaba no estudo da língua e aguardando a direção do Senhor com respeito ao seu lugar de trabalho, e eventualmente, depois de visitar várias pequenas cidades margeando a estrada de ferro Mogiana, mudaram-se para

São Joaquim da Barra,

porque as pessoas ali pareciam dispostas a ouvir a Palavra.  Alugaram uma casa cuja sala dava para a rua, e o Guilherme saiu pela cidade com folhetos, falando do Senhor Jesus a quem se dispunha a ouvi-lo. A presença da família causou muita curiosidade na cidade: “estrangeiros protestantes” com hábitos diferentes, e todos saiam às suas janelas ou portas quando a Leila saia com a sua primeira filha (Agnes, apelidada Ana) em um carrinho de bebê – o único da cidade.

Naqueles dias Guilherme escreveu no seu diário:
“A casa que alugamos está muito desarrumada, e vai levar uns 10 a 15 dias para começar as reuniões. Sentimo-nos muito sozinhos aqui: ‘perdidos’ sem conhecer ninguém. Queremos muito começar as pregações, mas precisamos de paciência. Hoje cedo lemos Josué 17 e esta leitura nos animou e fortaleceu. Temos inimigos fortes aqui, e também em nossos corações... pensamentos de temor e duvidas – mas certamente venceremos porque o Senhor está conosco”.
Assim que tudo ficou pronto, resolveram começar uma reunião de pregação do evangelho, todos os domingos.  A primeira foi no dia 6 de outubro de 1939, sendo que na semana anterior ele visitara todas as casas da rua convidando os vizinhos.  Ficaram contentes porque 15 pessoas aceitaram o convite, e quando começaram uma classe para crianças ficaram ainda mais felizes porque vieram 22.


COMPANHIA

Alguns outros casais missionários que trabalhavam na região eram os amigos e o apoio que tinham: João e Elizabeth Murray junto com Allan e Maria Bull em Ituiutaba; Ricardo e Maria Jones em Uberaba; Alexandre e Nettie Simpson em Conquista e Leonardo e Irene Nye em Sacramento.  Eles passavam férias nas casas uns dos outros, ajudavam quando havia reuniões especiais, estavam presentes no nascimento dos filhos e eram tios e tias das crianças.  Discutiam problemas e comparavam estratégias o que ajudava-os a lembrar que, embora longe de ‘casa’, tinham amizade e companheirismo com pessoas que compartilhavam os mesmos ideais, na terra que eventualmente seria o ‘seu lar’ e onde firmariam base duradoura, junto com as três filhas que Deus lhes deu.

AMPLIANDO OS HORIZONTES

Enquanto continuava pregando o evangelho em sua casa, como evangelista que era, William estava pensando em outras cidades e começou a visitar algumas, mais próximas, distribuindo folhetos e falando do Senhor.  Foi assim que levou o evangelho a Orlândia, Ipuã, Sales de Oliveira e Guará Chegando de uma destas visitas escreveu: “Passei outro dia, sozinho em Sales de Oliveira, e deixei um folheto em quase todas as casas da cidade”.
Em Guará, ao ser convidado pelo Snr. Antonio de Paula a pregar em sua casa, passou a ir todos os sábados durante muito tempo, fazendo, de bicicleta, o percurso de cerca de 40 quilômetros que separa as duas cidades. 

Lendo o que escreveu no seu diário, ficamos maravilhados com o esforço e perseverança deste casal.  Só o amor de Deus e a compaixão pelas almas perdidas podem levar alguém a tanto esforço, sempre ampliando os seus horizontes na tentativa de levar o evangelho a toda criatura.  Leila, naturalmente, foi a sua companheira fiel, usando seus conhecimentos de enfermagem para ajudar muitas famílias carentes.  Também passou muitas noites solitárias cuidando de duas crianças pequenas, (pois no ano de 1941 nasceu a segunda filha – Janeta), com a mesma determinação que Guilherme tinha em alcançar as almas.
Não era fácil chegar às fazendas que Guilherme visitava, mas ele não poupava a sua velha bicicleta, e voltando à noite, no escuro com apenas a luz fraca produzida pelo dínamo na roda da bicicleta muitas foram as quedas.  Mais tarde quando outro irmão, recém-convertido, passou a ir com ele, as coisas ficaram ainda piores, porque a segunda bicicleta nem luz tinha, então o Snr. Laurindo ia na frente, e a bicicleta do Guilherme iluminava o caminho de ambos, resultando em colisões e tombos, encarados sempre com muito bom humor!  Outros lugares só poderiam ser alcançados a cavalo ou a pé.

A extensão do trabalho feito por uma pessoa, sem a ajuda de companheiros na maior parte do tempo, mas dirigido pelo Senhor é impressionante.  Sem as boas estradas e os modernos meios de comunicação que temos hoje, ele plantou a boa semente nas cidades e fazendas de uma área enorme do Triangulo Mineiro e Nordeste do estado de São Paulo. (2a.parte em 07/10/2011)