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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A CAÇAMBA DE LIXO





A notícia da mulher que jogou sua filha na caçamba de lixo envolvida em um saco plástico é assunto corrente nestes dias. A imprensa falada ou escrita, no circulo entre familiares, conhecidos, no trabalho, é o que mais se comenta.

De fato é algo terrível que causa tamanha consternação em todos.

Como pode uma pessoa chegar a tal nível de maldade, sobretudo alguém que acabou de dar a luz a própria filha. Chamar de mãe ou algo semelhante a uma pessoa assim, causa repugnação.

Muitos animais que têm suas crias procuram protegê-las, e são raros os que as matam. Sem dúvida agem por instinto, pois são desprovidos de sentimentos.

A mulher que assim agiu pode ser comparada à animais sem qualquer instinto, sem quaisquer sentimentos nobres.

Tratou a criança como objeto descartável, e com total indiferença atirou-a na caçamba e seguiu seu caminho como se nada anormal tivesse acontecido.

Ao pensar neste acontecimento, veio-me à lembrança um fato registrado nas Sagradas Escrituras. Durante o reinado do rei Davi, seu povo passava por uma difícil provação, assolado pela fome durante três anos. Davi consultou ao Senhor e descobriu que a solução estava em procurar os gibeonitas:

“Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do SENHOR?”. E a resposta veio prontamente: "E disseram ao rei: O homem que nos destruiu, e intentou contra nós de modo que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em termo algum de Israel, de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao SENHOR em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR. E disse o rei: Eu os darei."

Assim, os descendentes do rei Saul foram prometidos aos gibeonitas:

“Mas tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha da Aiá, que tinha tido de Saul, a Armoni e a Mefibosete; como também os cinco filhos da irmã de Mical, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita”.

"E os entregou na mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o SENHOR; e caíram estes sete juntamente; e foram mortos nos dias da sega, nos dias primeiros, no princípio da sega das cevadas."

Que cena mais chocante. Sete homens enforcados. Sete vidas colhidas na flor dos anos. Entretanto, havia uma verdadeira mãe que talvez tenha feito o impossível para que seus filhos não fossem enforcados. Uma vez mortos, o que fez?

"Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da sega até que a água do céu caiu sobre eles; e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite."

De acordo com o relato bíblico, esta mulher vigiou noite e dia os corpos de seus filhos, para que os abutres e os animais do campo não se aproximassem deles. Sua vigília se estendeu desde o princípio da ceifa até Deus enviar chuva, e desse modo acabar com a fome que levou à morte de seus filhos.

E como resultado dessa vigília, o rei Davi providenciou um sepultamento decente para os sete corpos.

Que mulher valiosa. Demonstrou imenso amor pelos filhos mortos, que nem o sol escaldante do dia, nem a friagem da noite foram capazes de demovê-la.

Mas há outro exemplo maior de amor. Deus na sua infinita bondade deu a sua vida na cruz em lugar do pecador. Poupou a vida daqueles que crêem nessa morte, e morreu a morte numa cruz.

Se a mulher de Praia Grande conhecesse o amor de Rispa, e se o amor de Deus tivesse impactado seu coração, por certo não teria jogado a pequena Vitória na caçamba do lixo.

Quando o amor de Deus é derramado em nosso coração, ele atinge o coração dos outros. Assim, nos tornamos vasos perfumados e abençoados.

Queira Deus que assim seja.

Leitura bíblica: 2º Livro de Samuel cap. 21.

Orlando Arraz Maz




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