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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Davi e Jônatas - Amigos Verdadeiros


Na cruz se revela o maior e o melhor amigo

“E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma”. I Samuel 18: 1 

"Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão." (Provérbios 17 : 17)

Há muitas histórias de amigos verdadeiros que nos deslumbram, como aquela do soldado que pediu permissão ao seu superior para procurar o amigo que não voltou para o acampamento. A resposta veio imediatamente: pedido negado. O soldado insistiu na sua pretensão, ao que o superior respondeu: “ele já está morto, e por que arriscaria a vida de mais um soldado”? “Mas, capitão, tenho certeza que meu amigo está vivo, esperando por mim”. Mesmo negado seu pedido, partiu em busca do amigo. Quando lá chegou, agonizava, e ainda pode balbuciar o seguinte: “eu tinha a certeza que você viria me buscar”.

Na canção de Milton Nascimento, a figura do amigo é cantada assim:

“Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam "não", mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração” 

Entretanto, a história de Jônatas e Davi supera todas as demais. Eram amigos verdadeiros, e a trajetória de vida de ambos não deixa margem para dúvidas.

Jonatas, filho de Saul, herdeiro natural do trono, abriu mão desse alto encargo em favor do amigo, quando “despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto”(I Sam.18:4)

A amizade de Jônatas nasceu no mesmo instante que presenciou a morte de Golias pelo jovem desconhecido até então. Quando viu os filisteus fugindo pelos montes, descobriu que o peso fora retirado dos ombros do seu povo. Agora era um povo feliz, sem o jugo pesado do inimigo. Podiam plantar suas lavouras sem riscos de serem queimadas, e podiam viver em paz sem o perigo de terem suas casas incendiadas.

Jônatas de pronto recebeu tudo isso como presente do pequeno Davi, e tornou-se a partir daí seu verdadeiro amigo. E sendo um experimentado general de exército nas fileiras de Israel, humildemente depôs suas armas e vestimentas como homenagem a um combatente mais corajoso do que ele.

Os anos se passaram, outras batalhas foram ganhas e perdidas, até que nos montes de Gilboa, Saul e Jônatas tombaram. E Davi lamenta essas mortes, compondo uma das elegias mais emocionantes nos relatos bíblicos:

“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres. Como caíram os poderosos, e pereceram as armas de guerra!” (II Samuel 1:26,27).

 Afirmei no princípio deste artigo que esta amizade supera todas as demais, porque há um amigo verdadeiro que se chama Jesus.

Aquele que confia e o confessa como seu Salvador, um dia também estava sendo escravizado e hostilizado por um poderoso inimigo,  o mesmo que um dia foi expulso dos céus. Vivia sem paz, sem proteção, empobrecido a cada dia. Mas Cristo veio a este mundo para tirar o ser humano do seu estado de miséria. E o apóstolo Paulo esclarece:

" O qual (Deus) nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor." 
(Colossenses 1 : 13)

Na grande batalha Jesus veio para mudar nossa história, nos tirar do império de trevas e nos transportar para um reino de paz e de amor. Na cruz combateu o gigante e venceu a batalha ressuscitando ao terceiro dia.

Não há amigo melhor como Jesus, que pode dizer um pouco antes de sua morte: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando. (Ev.João 15:13,14)

Os bons amigos de hoje podem falhar amanhã e nos deixar abandonados. O único amigo que não falha é Jesus, e este sim, deve ser levado do lado esquerdo do peito.

Devemos agir com a mesma humildade de Jônatas, depor aos pés de Cristo todos os nossos recursos que não podem derrubar gigantes, e declararmos nossa amizade irrestrita. Confiar em Cristo e deixar que ele reine em nosso coração.

“És meu amigo ó bendito Salvador, acho refúgio no teu grande amor.
“Na jornada canso, mas o teu poder me traz uma nova força e celeste paz.
“És meu amigo no perigo ou dissabor, sempre comigo tu estás Senhor.
“Tu és quem me guia nesta peregrinação, e Senhor desfruto tua proteção. (HC 454)

Que assim seja

Orlando Arraz Maz






                                                                          














sexta-feira, 20 de julho de 2012

ORAÇÃO - O MELHOR E ÚNICO RECURSO





”De tarde, e de manhã, e ao meio dia, orarei: e clamarei, e ele ouvirá a minha voz”. 


Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitira que o justo seja abalado” (Salmo 55:17,22)

Os muçulmanos oram três vezes ao dia em qualquer lugar onde se encontram. Aqui no Brasil muitos seguidores exercitam tal prática, voltando-se para a direção de Jerusalém.

Este era o costume de Davi e de muitos profetas nos tempos bíblicos.

Para o rei Davi diante de situações calamitosas e de fatos assustadores este era o único recurso: abrir o coração na presença de Deus através da oração.

Daniel  orava três vezes ao dia e orou quando foi enviado à cova dos leões. E o poder de Deus veio em seu socorro enviando um anjo para fechar a boca dos leões. Sua oração foi atendida.

Davi neste salmo nos ensina a prática da oração  em face das circunstâncias adversas:

“De tarde” – quando as sombras caem, quando a noite chega, passam em nossa mente as faltas cometidas durante o dia, como uma palavra de ofensa contra alguém, um pensamento mau, uma ira não controlada, e isso tudo tira a nossa paz e satanás aproveita para nos acusar diante de Deus. Davi nos dá a receita: “de tarde orarei”.

“De manhã e ao meio dia”, quando saímos para tantas atividades, “clamarei e ele me ouvirá”.

Os que são filhos de Deus, (aqueles que O receberam como Salvador pela fé – Ev. de João 1:l2 ), tão diferentes de muçulmanos, a oração tem um destinatário infalível.

Orar é transferir nossos “cuidados” para o Senhor e sairmos de sua presença sem qualquer abalo,com sua paz na certeza que Ele nos ouvirá.

A poesia deste hino é bem ilustrativa: “Bem de manhã, embora o céu sereno pareça um dia calmo anunciar, vigia e ora o coração pequeno, um temporal pode abrigar”.

Coloquemos em prática o hábito da oração, tal como fazia Davi, Daniel, e tantos outros como o apóstolo Paulo que nos manda: “orai sem cessar” ( I Carta aos Tessalonicenses 5:17)

Para Davi este era o melhor recurso, pois enquanto os homens maquinavam o mal, ele diz:  “Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará”.

Que sejamos filhos felizes e que não deixemos de orar, não somente  três vezes durante o dia, mas muitas.

 Ele deseja ouvir a voz do nosso coração.

Que assim seja


Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Fátima Garcia – Chamada pelo Pai


 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.
 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.(Daniel 12:2,3)




 Fátima e Mariana, sua filha


27/05/1953 – 12/07/2012

Na manhã do dia 12 de julho por volta das 7 horas, foi chamada à presença do Pai nossa querida Fátima Garcia, após uma longa enfermidade.

Neste mesmo dia foi velada na Capela do Hospital Beneficência Portuguesa de São Caetano do Sul, com a presença de um número considerável de amigos, vizinhos e irmãos em Cristo.

Após o velório seu corpo seguiu para a cidade de Miguelópolis – SP -, onde foi sepultado nesta manhã.

Conheci Fátima Garcia em janeiro de 1995, após participar de um culto fúnebre onde estava com seu marido Silvano. E então descobri que Silvano era um primo de 3º grau.
A partir desta data passamos a visitá-los e  estudar as Sagradas Escrituras, e logo se converteram e foram batizados nas águas.Já não eram somente primos, mas irmãos em Cristo pela Graça de Deus.

Fátima Garcia sempre foi uma pessoa entusiasta e gostava de falar de sua fé para todos, especialmente na Capelania Evangélica, onde tratava com muito carinho os internados em vários hospitais.

Visitou duas vezes Israel e se alegrava em mostrar centenas de fotos, comentando lugares onde o Senhor Jesus caminhou, o lugar de sua crucificação, e tantos outros.

Resta-nos uma imensa saudade compensada com a certeza de que ela descansa de suas obras na presença do Senhor.

 "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os acompanham" (Ap.14:13)

Orlando Arraz Maz




sexta-feira, 6 de julho de 2012

OS QUE FICARAM SEM NOME - O SOBRINHO DO APÓSTOLO PAULO



Lucas, não sei se médico e historiador, ou historiador e médico, em seu segundo livro apresenta uma interessante particularidade na vida do grande apóstolo Paulo: a existência de uma irmã e de um sobrinho.

Paulo estava sendo ouvido por um conselho, tendo o sumo sacerdote Ananias como seu presidente. E o assunto em pauta era a fé em Jesus que Paulo professava, e uma nova doutrina que crescia por toda a parte, e que assustava os religiosos daqueles dias.

A reunião começou de forma tensa e agressiva, sob a ordem do sumo sacerdote para que ferissem o apóstolo em sua boca, talvez numa tentativa para impedi-lo  que falasse em sua defesa. Imediatamente Paulo repreendeu o sumo sacerdote, embora não o reconhecera como tal, ou porque não trajava vestes sacerdotais (ele foi convocado às pressas para presidir o conselho), ou pela pouca visão do apóstolo. Mesmo falando uma verdade, pois o sumo sacerdote não deixava de ser uma parede branqueada, ocultando no seu coração uma atitude contrária às leis que tanto defendia, de forma humilde retratou-se perante o sumo sacerdote, reconhecendo sua posição.


Assim, formando uma grande confusão, o tribuno determinou a retirada do apóstolo para uma fortaleza onde poderia gozar de proteção.

Naquela noite o Senhor se apresentou a Paulo animando-lhe o coração com a mensagem que deveria comparecer em Roma, a fim de falar a todos do seu amor salvador.


Ao amanhecer o dia mais de quarenta judeus fizeram uma conspiração, e decidiram matar o apóstolo, sob o pretexto de uma nova assembléia onde seria ouvido novamente.

Nesta altura entra em cena o sobrinho do apóstolo Paulo. Não sabemos o seu nome, muito menos sua idade, mas sua lealdade e coragem são prontamente identificadas no caráter deste jovem. Poderia tratar-se de um adolescente, já sabendo expressar-se perante as autoridades romanas.

E decidido procurou seu tio na fortaleza contando-lhe os pormenores da trama para matá-lo.

Uma vez na presença do tribuno, expôs-lhe o plano daqueles homens com o objetivo de matá-lo. E prontamente o tribuno tomou as medidas necessárias, detalhadas com seus pormenores pelo nosso historiador Lucas.


Um jovem usado por Deus. Talvez não se apercebesse deste detalhe, mas a conversa daqueles homens chegou ao seu conhecimento por intervenção de Deus e não por acaso. Sua coragem em adentrar na fortaleza vinha de Deus, pois a guarda romana era temida por todos. E Deus, por fim, age movendo o coração do tribuno romano, ouvindo atentamente as palavras do rapaz.


Um jovem cujo nome não foi anotado pelo historiador. Sua omissão foi providencial a fim de que apreciássemos sua lealdade e coragem, tão valorizadas por Deus.

Através dos anos a atitude deste moço tem enternecido muitos corações, e têm levado muitos a refletir em comportamentos que já perderam o seu brilho. 

Deus deseja usar nossa lealdade e coragem em seus caminhos. Devemos ser leais a Ele e testemunhar de nossa fé e coragem com convicções absolutas.

Não importa o fato de sermos desconhecidos, ou serem poucas nossas qualidades e instruções, ou mesmo nosso nome desconhecido. Assim como Deus conhecia o sobrinho de Paulo, conhece a mim e a você, e deseja nossa lealdade e coragem.

Relato em Atos 23

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz