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sexta-feira, 14 de julho de 2017

UMA TELA DE CONTRASTES


“Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram.E eis que um leproso, tendo-se aproximado,adorou-o dizendo: Senhor,se quiseres, pode purificar-me.E Jesus, estendendo a mão,tocou-lhe, dizendo Quero,fica limpo.E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra” (Ev. Mateus 8:1 a 3).

 

Se eu fosse um artista diante de uma tela, faria um retrato dos dois rostos, o de Cristo e o do leproso, tendo como fundo o monte de onde Jesus descia acompanhado da multidão. Ressaltaria os contrastes daquele encontro, mostrando o homem perfeito diante do homem desfigurado. Quem já viu um leproso entenderia muito bem.


Jesus encantara os discípulos e a multidão com seus ensinos, especialmente com as bem-aventuranças. Não há nada semelhante ao Sermão do Monte em toda a literatura mundial, produzida através dos anos. Nem tampouco haverá, porque é a mensagem que fluiu do coração do Homem-Deus, que se identifica em cada frase pronunciada no monte bendito.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.

Da forma que ensinou, praticou não só nesta ocasião, como através dos anos e por toda a eternidade. E ao descer do monte, o olhar de misericórdia alcança o infeliz leproso. O olhar de Cristo penetra o seu olhar vazio, profundo, sem vida. As mãos de Cristo, fortes, vigorosas, com seu gesto, não somente acalmavam a tempestade, ou enxugavam as lágrimas da viúva de Naim, diante da perda do filho único, mas tocam no corpo coberto de lepra.

Sua compaixão atravessa barreiras, quebra preconceitos, ofendem religiosos, vai de encontro à lei levítica. E tudo para dar saúde ao corpo deformado, desprezado, que afugentam grandes e pequenos. 


É o grito do homem desesperado. “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”. E aquele encontro transformou o corpo do leproso no corpo mais perfeito e sadio.

É sempre assim. Quando Jesus toca nas vidas exercitando sua misericórdia, ficamos parecidos com Ele. O caráter se modifica, o coração é inundado de gozo, a vida é mais feliz. A lepra não mais existe.

E ao terminar a pintura, mostraria em cores vivas o sorriso de Jesus e o espanto do leproso, ao olhar-se admirado vendo sua pele como a pele de um bebê.

Jesus é maravilhoso. Não tem medo nem asco de tocar vidas imundas e cobri-las com as vestes da salvação.

Não há ninguém que ao receber seu toque de misericórdia, saia de sua presença com manchas no coração e no caráter.

Ele tem poder para purificar, ainda hoje, com seu precioso sangue, vidas estragadas pela lepra que é o pecado.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz©