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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A TI, SENHOR

                         

A TI,  SENHOR


Se eu tivesse todas as flores da terra
Para adornar e agradar a minha vida,
E o canto de muitas aves
Em melodias suaves,
E não conhecesse a Tí, Senhor,
Como meu Mestre e Salvador,
De nada me serviria.

Se eu tivesse um reino e fosse poderosa,
Se até anjos eu tivesse às minhas ordens,
Se fosse minha a grandeza,
Do sol, da luz, a beleza,
E não conhecesse a Tí, Senhor,
Como o meu Amigo melhor,
Pobre, mui pobre eu seria.

Se eu possuísse aqui a eterna juventude
E aclamada fosse a bela entre as mais belas,
A melhor entre as bondosas,
A mais sábia das venturosas,
E não conhecesse a Tí, Senhor,
Como o meu grande Redentor,
Muito infeliz eu seria.

Mas se eu nada possuísse aqui na terra,
Nada, sim, senão a cruz de cada dia;
Se os espinhos me ferissem,
E todos me repelissem;
Porém, Senhor, se em Tí vivendo
E a Tí muito conhecendo,
A mais feliz eu seria.

Pois flores murcham e caem por terra,
A beleza se apaga e a riqueza acaba,
Os pássaros emudecem,
Os reinos todos perecem,
Tudo no mundo desvanece.
Só Tu és eterno meu Rei
E em Ti eu eterno serei!

Maria Luíza de Araujo.
Maio, 1961