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sexta-feira, 10 de maio de 2019

O QUE ESTOU OFERTANDO PARA DEUS?



Contudo, o rei replicou a  Araúna:
“Não! Eu faço questão de comprar tua eira por preço justo,
 pois não quero oferecer a Yahwek, meu Deus,
holocaustos que não me custem nada”.
 E Davi pagou pela aquisição do terreiro e dos bois
 cinquenta peças de prata. (II Samuel 24:24- KJ)

O pano de fundo deste versículo apresenta o rei Davi envolvido em  grande problema. Depois de muitas conquistas resolveu avaliar seu poderio militar. E para isto promoveu um censo. Entretanto, seu comandante Joabe percebeu que tal iniciativa não agradava ao Senhor Deus, pois percebeu que o orgulho dominava seu coração. Mesmo sendo questionado pelo seu comandante, Davi ordenou que se fizesse o censo, o qual levou mais de nove meses.

Não sabemos o que motivou Davi a contar seu exército, mas tudo leva a crer que seria para demonstrar às nações vizinhas seu poder bélico. Havia o perigo de confiar na força ao invés de confiar em  Deus,  que de fato não se agradou de tal iniciativa.

Depois de feito o levantamento, Davi cai em si, se arrepende profundamente e pede perdão a Deus. Mas era tarde. Através do profeta Gade, Deus mandou Davi escolher um entre três castigos: três anos de fome, três anos fugindo dos seus inimigos ou três dias de praga sobre a sua terra e seu povo. Davi preferiu a peste e respondeu ao profeta:  “Eis que é grande a minha angústia! Prefiro cair nas mãos de Yahweh, porquanto enorme é sua misericórdia, a ficar à mercê do castigo dos homens”.

E a peste assolou Israel matando setenta mil pessoas. O resultado de seu malfadado censo foi punido por Deus com a baixa de tanta gente.  Quando o Anjo do Senhor estava para destruir Jerusalém, Davi pediu que  Deus poupasse a população da cidade e que seu castigo caísse sobre ele próprio e sua família. Deus reconsiderou seu pedido e mandou o Anjo parar. E em seguida ordenou a Davi que oferecesse holocausto na propriedade de um homem chamado Araúna.


Então, decide comprar o lugar, mas Araúna deseja doar, incluindo os bois e a madeira para o holocausto. Entretanto, Davi recusa a generosa oferta e encerra o assunto com a famosa resposta, cujo versículo encabeça esta meditação:  “Não! Eu faço questão de comprar tua eira por preço justo, pois não quero oferecer a Yahweh meu Deus holocaustos que não me custem nada!”. E Davi pagou pela aquisição da propriedade e dos bois cinquenta peças de prata.

Davi, sendo rei poderia expropriar a propriedade de Araúna, e usar os recursos do reino de Israel para adquiri-la, mas optou em pagar com seus próprios recursos. Uma verdadeira fortuna. Comprou a propriedade, levantou um altar a Deus, e a praga cessou.

Este acontecimento tem lições magnificas para todos nós:

O pecado é semelhante a uma praga que  em  si traz morte e destruição, e é contagiante e só pôde ser aplacada com a morte de Jesus, como oferta de sacrifício na cruz. Quando Jesus exclamou "está consumado" a praga do pecado cessou de uma vez por todas. Assim, todos os que creem e são salvos desta praga devem apresentar a Cristo sacrifícios providos de valor. Não se trata de retribuição pela salvação alcançada, pois Cristo pagou nossa dívida e somos salvos exclusivamente por graça.

Somos devedores, sim, e Deus espera de todos os seus filhos uma vida de dedicação sacrificial e não barata.

Mais tarde, Davi em um dos seus salmos, escreve: "Como poderei retribuir ao Senhor todos os seus benefícios para comigo?” (Salmo 116:12)

E Paulo escrevendo sua carta aos romanos nos ensina: “Portanto, caros irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. (Rom. 16:12)

Devemos apresentar nosso corpo: mãos para praticar boas obras que demonstrem que já somos salvos, pés para levarmos a boa Palavra aos perdidos, olhos para demonstrar compaixão, e boca para falar das grandezas de Cristo.

Devemos apresentar uma vida separada da sujeira deste mundo, que muitas vezes exige sacrifícios de nossa parte que nos custam caro.

Devemos apresentar uma mente transformada, um culto racional, um serviço condizente com a grandeza de nossa salvação, assim como nosso louvor e nossas possessões.

É lamentável que muitos estejam distantes da atitude do rei Davi, pois são mal agradecidos, que se esquecem do alto preço que foi pago por Cristo na cruz para livrá-los da terrível praga do pecado. São preguiçosos no Reino, nada fazem, são verdadeiros parasitas. Pouco ou nada contribuem, pois são mesquinhos.

Que a lição de Davi seja aplicada a todos nós, despontando vidas consagradas dispostas no altar de Deus, como verdadeiros sacrifícios vivos e caros, dos  quais Ele muito se agrada.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

(Este artigo foi publicado no blogue em 02/08/2013)