Contudo, o rei replicou a Araúna:
“Não! Eu faço questão de comprar tua eira por preço
justo,
pois não quero oferecer a Yahwek, meu Deus,
holocaustos que não me custem nada”.
E Davi pagou pela aquisição do terreiro e dos
bois
cinquenta peças de prata. (II Samuel 24:24-
KJ)
O pano de fundo deste
versículo apresenta o rei Davi envolvido em grande problema. Depois de
muitas conquistas resolveu avaliar seu poderio militar. E para isto promoveu um censo. Entretanto,
seu comandante Joabe percebeu que tal iniciativa não agradava ao Senhor Deus, pois
percebeu que o orgulho dominava seu coração. Mesmo sendo questionado pelo seu
comandante, Davi ordenou que se fizesse o censo, o qual levou mais de nove
meses.
Não sabemos o que motivou
Davi a contar seu exército, mas tudo leva a crer que seria para demonstrar às
nações vizinhas seu poder bélico. Havia o perigo de confiar na força ao invés
de confiar em Deus, que de fato não se agradou de tal iniciativa.
Depois de feito o
levantamento, Davi cai em si, se arrepende profundamente e pede perdão a Deus. Mas era tarde. Através do profeta Gade, Deus
mandou Davi escolher um entre três castigos: três anos de fome, três anos
fugindo dos seus inimigos ou três dias de praga sobre a sua terra e seu povo. Davi
preferiu a peste e respondeu ao profeta: “Eis que é grande a minha
angústia! Prefiro cair nas mãos de Yahweh, porquanto enorme é
sua misericórdia, a ficar à mercê do castigo dos homens”.
E a peste assolou Israel
matando setenta mil pessoas. O resultado de seu malfadado censo foi punido por
Deus com a baixa de tanta gente. Quando o Anjo do Senhor estava para
destruir Jerusalém, Davi pediu que Deus poupasse a população da cidade e
que seu castigo caísse sobre ele próprio e sua família. Deus reconsiderou seu pedido e mandou o Anjo
parar. E em seguida ordenou a Davi que oferecesse holocausto na propriedade de
um homem chamado Araúna.
Então, decide comprar o
lugar, mas Araúna deseja doar, incluindo os bois e a madeira para o holocausto.
Entretanto, Davi
recusa a generosa oferta e encerra o assunto com a famosa resposta, cujo versículo
encabeça esta meditação: “Não! Eu faço
questão de comprar tua eira por preço justo, pois não quero oferecer a Yahweh
meu Deus holocaustos que não me custem nada!”. E Davi pagou pela aquisição da
propriedade e dos bois cinquenta peças de prata.
Davi, sendo rei poderia
expropriar a propriedade de Araúna, e usar os recursos do reino de Israel para
adquiri-la, mas optou em pagar com seus próprios recursos. Uma verdadeira
fortuna. Comprou a propriedade, levantou um altar a Deus, e a praga cessou.
Este acontecimento tem
lições magnificas para todos nós:
O pecado é semelhante a
uma praga que em si traz morte e destruição, e é contagiante e só
pôde ser aplacada com a morte de Jesus, como oferta de sacrifício na cruz.
Quando Jesus exclamou "está consumado" a praga do pecado cessou de
uma vez por todas. Assim,
todos os que creem e são salvos desta praga devem apresentar a Cristo
sacrifícios providos de valor. Não se trata de retribuição pela salvação
alcançada, pois Cristo pagou nossa dívida e somos salvos exclusivamente por
graça.
Somos devedores, sim, e
Deus espera de todos os seus filhos uma vida de dedicação sacrificial e
não barata.
Mais tarde, Davi em um
dos seus salmos, escreve: "Como poderei retribuir ao Senhor todos os seus
benefícios para comigo?” (Salmo 116:12)
E Paulo escrevendo sua
carta aos romanos nos ensina: “Portanto,
caros irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional”. (Rom. 16:12)
Devemos apresentar nosso
corpo: mãos para praticar boas obras que demonstrem que já somos salvos, pés
para levarmos a boa Palavra aos perdidos, olhos para demonstrar compaixão, e
boca para falar das grandezas de Cristo.
Devemos apresentar uma
vida separada da sujeira deste mundo, que muitas vezes exige sacrifícios de
nossa parte que nos custam caro.
Devemos apresentar uma
mente transformada, um culto racional, um serviço condizente com a grandeza de
nossa salvação, assim como nosso louvor e nossas possessões.
É lamentável que muitos
estejam distantes da atitude do rei Davi, pois são mal agradecidos, que se
esquecem do alto preço que foi pago por Cristo na cruz para livrá-los da terrível
praga do pecado. São
preguiçosos no Reino, nada fazem, são verdadeiros parasitas. Pouco ou nada
contribuem, pois são mesquinhos.
Que a lição de Davi seja
aplicada a todos nós, despontando vidas consagradas dispostas no altar de Deus,
como verdadeiros sacrifícios vivos e caros, dos quais Ele muito se
agrada.
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©
(Este artigo foi publicado no blogue em 02/08/2013)
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