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São Bernardo do Campo, São Paulo, Brazil

sexta-feira, 26 de julho de 2019

ESPERANÇA EM MEIO AO CAOS



“O Espírito do Senhor falou por meu intermédio;
sua palavra esteve em minha língua”. (II Sam. 23:2)

É interessante meditar nas últimas palavras do rei Davi. A longa trajetória desde os primeiros dias quando foi ungido por Samuel, até o final foi marcada por altos e baixos. Vitórias e derrotas, alegria, choro e decepções feitas por inúmeras pessoas traiçoeiras. Poderia dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. (II Tim.4:7). Foi usado por Deus para falar pelo Espírito Santo de outro Rei, que seria exaltado e sublime. 

Deus usou Davi de maneira majestosa, “um homem que foi exaltado, ungido pelo Deus de Jacó, o cantor dos cânticos de Israel”. Sem saber, referia-se a outro ungido, profetizado pelo profeta Isaías: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos”. (Isaías 61:1)  

Ainda, seu olhar profético atravessa tempos bem distantes, apontando para o reino  milenar de Cristo: “O Deus de Israel falou, a Rocha de Israel me disse: quem governa o povo com justiça, quem governa com o temor de Deus”. Seu filho Salomão, ao escrever o salmo 72, também fala desse Rei glorioso: “Nos seus dias florescerá a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua. Governe ele de mar a mar e desde o rio Eufrates até os confins da terra”.  (Vers.7,8)

Que mensagem confortadora que Deus nos manda através desses homens com suas profecias. Há esperança para todos os que vivem num mundo mergulhado na dor, na miséria e no pecado, desde que se convertam ao Senhor Jesus. Aquele que vai governar “é como a luz da manhã ao nascer do sol, numa manhã sem nuvens. É como a claridade depois da chuva, que faz crescer as plantas da terra”. Ainda, o profeta Isaías embeleza mais a esperança daqueles que habitarão nessa nova terra: “Ninguém fará mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9)

Devemos amar a Bíblia, a Palavra de Deus, pois nela descobrimos que há esperança para os que se encontram longe dos caminhos de Deus. Hoje podemos alcançar o perdão de Cristo através de sua morte na cruz, e viver com a sua paz. E amanhã reinaremos com Ele nessa nova terra, onde “Ele enxugará dos olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem passou”. (Apoc. 21:4)

Que assim seja

Orlando Arraz Maz©

domingo, 21 de julho de 2019

O DEUS QUE MATA NOSSA SEDE


Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia;
de noite esteja comigo a sua canção.
É a minha oração ao Deus que me dá vida.(Salmo 42:8)



Quantas vezes nos pegamos falando sozinhos, não é verdade? Gesticulamos, franzimos a testa, mas não há ninguém para nos ouvir. Parece cômico, mas é assim mesmo.
Aqui o salmista fala com sua alma, algo invisível, mas que poderia ser um diálogo perfeito. Não há menção do nome do autor deste salmo, mas tudo nos leva a crer que se trata do rei Davi. É fruto de sua pena onde transparece seu estilo inconfundível. Há nele um pano de fundo que revela seu abatimento em virtude da revolta de seu filho Absalão.
Na sua angústia ele fala com sua alma, comparando-a como a corça que busca água corrente para matar sua sede. Ele também tem sede e sabe onde encontrar a fonte inesgotável. Entretanto, o salmista se encontra num deserto espiritual, abatido, sem forças e sem ânimo.
Quantas vezes nos encontramos da mesma forma, mergulhados em nossa angústia, e nos esquecemos de saciar nossa alma com a água corrente que é a palavra de Deus. Basta uma perda de alguém pela morte, uma doença inesperada, uma decepção profunda, e nosso desejo em meditar na Palavra de Deus vai embora. Nossa alma fica seca.
A aflição de Davi foi tão grande a ponto de seus amigos o desafiarem perguntando: Onde se encontra o Deus que você tanto falava e descrevia em seus cânticos?
O mesmo acontece conosco quando entramos em profunda aflição, causando espanto em nossos amigos que sempre nos viam falando de Deus e seu socorro presente.
Entretanto, Davi “acordou” em tempo, e descobriu que sua alma deveria descansar em Deus: “Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”.
Aqui está o melhor caminho para deixarmos nossas aflições à margem, saber que podemos descansar em Deus em meio às turbulências da vida, pois ele é nossa esperança, Salvador e Deus.
Davi reconhece tal fato, pois nas duas divisões do salmo (1 a 5) e (6 a 11), ele afirma: “Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” e repete no final: “ele é o meu Salvador e o meu Deus”.
Que a convicção de Davi e sua volta por cima do estado em que se encontrava, seja a mesma de cada um de nós, para sairmos do deserto de nossa alma, e nos refrescar  nos mananciais divinos. E que sua oração seja a mesma de todos nós: “Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia; de noite esteja sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida”.
Que assim seja
 Orlando Arraz Maz©

sábado, 13 de julho de 2019

MOISÉS E DAVI – VIDAS PARA SEREM IMITADAS

Então o rei Davi entrou no tabernáculo,
assentou-se diante do Senhor, e orou:
"Quem sou eu, ó Soberano Senhor,
e o que é a minha família, para que
                                                                                              me trouxesses a este ponto? (II Sam. 7:18) 



Hoje gostaria de meditar com vocês sobre dois homens amados por Deus: Moisés e Davi.

De Moisés aprendemos que Deus falava com ele como qualquer fala com seu amigo: (Êxodo 33:11). Claro que se tratava de revelações extraordinárias, o que é algo marcante para qualquer ser mortal, uma vez que Deus é espírito. E ele caminhou com Deus durante toda sua vida, e sob orientação divina, retirou o povo do Egito , atravessando um deserto inclemente sob pressão de todo o povo. Sofreu bastante, como deduzimos dos relatos bíblicos, e embora falhando várias vezes, foi fiel a Deus, como lemos: “Não é assim, porém, com meu servo Moises, que é fiel em toda a minha casa”(Números 12:7)

O maior desejo de Moises, por certo, era entrar na terra prometida, e desfrutar de suas farturas e belezas, mas foi impedido por Deus, e esse desejo veio por terra. “Portanto, você verá a terra somente à distância, mas não entrará na terra que estou dando ao povo de Israel” (Deut.32:51-52). Mesmo assim, com tamanha punição, prosseguiu servindo ao Senhor com toda a fidelidade. Não diminuiu seu ritmo de trabalho, não perdeu seu ânimo, não se queixou para ninguém, pelo contrário, preparou de forma magnífica seu sucessor, Josué.

Quanto a Davi, um homem segundo o coração de Deus. Lemos esta declaração maravilhosa de Samuel: “... o Senhor procurou um homem segundo o seu coração e o designou líder de seu povo...”(I Sam. 13:14). Mais tarde o apóstolo Paulo, ao ser solicitado pelos chefes da Sinagoga para lhes dar uma palavra de encorajamento, referindo-se a Davi, falou: ”Depois de rejeitar Saul, levantou-lhes Davi como rei, sobre quem testemunhou: “Encontrei Davi, filho de Jesse, homem segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade”. (Atos 13:22)

Na sua trajetória, Davi foi surpreendente. Desde sua escolha, de onde apascentava o rebando de seu pai, até ser um dos maiores reis de Israel. As vitórias que alcançou serviram para fortalecer o reino de Israel e alargar suas fronteiras. Era um homem dedicado a Deus, o que descobrimos pelos inúmeros Salmos que escreveu, os quais têm fortalecido multidões sem fim através dos anos.

Entretanto, como Moises teve seu sonho frustrado: construir uma casa para o Senhor seu Deus. O tabernáculo era morada provisória de Deus, e mesmo assim se alegrava em frequentá-lo: “Alegrei-me com os que me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Salmo 122:1). Amava a casa de Deus: “Eu amo, Senhor, o lugar da tua habitação, onde a tua glória habita” (Salmo 26:8).

Porém, foi impedido pelo Senhor de construir o templo, conforme suas próprias palavras: “Davi mandou chamar seu filho Salomão e ordenou que ele construísse um templo para o Senhor, o Deus de Israel, dizendo: Meu filho, eu tinha no coração o propósito de construir um templo em honra do nome do Senhor, o meu Deus. Mas veio a mim esta palavra do Senhor: Você matou muita gente e empreendeu muitas guerras. Por isso não construirá um templo em honra do meu nome, pois derramou muito sangue na terra, diante de mim” (I Cron.:22:6-8).

Como Moisés, não desanimou. Impedido de construir o templo, ofertou de seu tesouro pessoal todo o material necessário. Ele mesmo afirma: “Com muito esforço providenciei para o templo do Senhor três mil e quinhentas toneladas de ouro, trinta e cinco mil toneladas de prata, e tanto bronze e ferro que nem dá para calcular, além de madeira e pedra. E você (Salomão) ainda poderá aumentar a quantidade desse material” (I Cron. 22:14). Causa grande impressão a disposição do seu coração, em ofertar para o Senhor imensos tesouros. Por certo, antevia a glória do templo.

Quanta lição nos trazem estes homens notáveis. Impedidos de realizarem seus sonhos mantiveram-se firmes no propósito de servirem a Deus.

E nós, como estamos na jornada do Senhor? Desistimos facilmente em face dos sinais vermelhos de Deus? Ou continuamos a servi-lo fielmente, certos de que Ele será engrandecido, mesmo sem vermos nossos desejos realizados. Será que desanimamos facilmente em sua obra, ou nos esforçamos ao máximo para que outros desfrutem das bênçãos do Senhor?

Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©

segunda-feira, 8 de julho de 2019

O SERVO PERFEITO

 "Eis o meu servo, a quem sustento
o meu escolhido, em quem tenho prazer.
Porei nele o meu Espírito,
e ele trará justiça às nações.(Isaías 42:1) 

Todas as vezes que lemos sobre a escravatura no Brasil, ou em qualquer outro país, ficamos impressionados como eram tratados os escravos. Castro Alves bem retratou em seus versos a vida que levavam sob os chicotes de seus senhores.

Entretanto, ao ler sobre as instruções concernentes aos escravos dadas por Deus a Moises, os israelitas são lembrados constantemente de que foram escravos no passado: “Lembrem-se de que vocês foram escravos no Egito e de que o Senhor, o seu Deus, os libertou; por isso lhes ordeno que façam tudo isso.”(Deut. 24:18). Com vistas a esta lembrança os israelitas deveriam tratar com urbanidade os seus escravos.

Assim, muitos se prendiam aos seus senhores por laços afetivos, formando uma família. No tempo estabelecido deveriam deixar mulher e filhos em troca da liberdade. No entanto, poderiam optar em permanecer para sempre na casa de seu senhor, na companhia de sua família.

Apenas uma condição era exigida: "Se, porém, o escravo declarar: ‘Eu amo o meu senhor, a minha mulher e os meus filhos, e não quero sair livre’. (Êxodo 21:5). O amor era o ponto de partida para permanecer servindo na casa do senhor. Por certo o relacionamento entre senhor e escravo era bom, assim como o amor pela família. Em seguida vem o segundo passo: “ O seu senhor o levará perante os juízes. Terá que leva-lo à porta e furar a sua orelha. Assim, ele será escravo por toda a vida” (Êxodo 21:6). A orelha furada não causava vergonha nem humilhação, pelo contrário, alegria por pertencer ao seu dono e desfrutar dos privilégios da casa onde servia com a mulher e os filhos.

A figura deste escravo me fala do Senhor Jesus, que veio a este mundo para servir, conforme ele mesmo disse:  “Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". (Mat.20: 26-28). E o apóstolo Paulo também afirma sua condição de servo: “mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens”.(Filip.2:7)

Deus enviou seu amado Filho como Servo Perfeito, sempre obediente ao Pai. Não teve sua orelha furada, mas as mãos e os pés cravados na cruz como prova do seu amor.  E seu serviço em favor dos homens continua até hoje, salvando-os dos seus pecados e concedendo-lhes uma nova vida. Ele desceu do céu para fazer a vontade do Pai, como bem disse “Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou”. (João 6:38). Portanto, um servo perfeito profetizado por Isaias, no qual Deus tinha prazer: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele  o meu Espírito, e ele trará justiça às nações” (Isaías 42:1)

Nosso Salvador, o perfeito e verdadeiro Servo, na eternidade, com alegria, mostrará as marcas nas mãos e nos pés para os que creram nele, e o aceitaram como Salvador,  onde cantarão com alegria:
"Salvador maravilhoso, Deus que tomou meu lugar, Cordeiro entregue ao Calvário, morto pra nos salvar.  Ô ô ô, morto pra nos salvar".

Que assim seja
Orlando Arraz Maz©