Conceda-me o Senhor o seu
fiel amor de dia;
de noite esteja comigo a
sua canção.
É a minha oração ao Deus
que me dá vida.(Salmo 42:8)
Quantas vezes nos pegamos falando sozinhos, não é verdade? Gesticulamos,
franzimos a testa, mas não há ninguém para nos ouvir. Parece cômico, mas é
assim mesmo.
Aqui o salmista fala com sua alma, algo invisível, mas que poderia ser um
diálogo perfeito. Não há menção do nome do autor deste salmo, mas tudo nos leva
a crer que se trata do rei Davi. É fruto de sua pena onde transparece seu estilo
inconfundível. Há nele um pano de fundo que revela seu abatimento em virtude da
revolta de seu filho Absalão.
Na sua angústia ele fala
com sua alma, comparando-a como a corça que busca água corrente para matar sua
sede. Ele também tem sede e sabe onde encontrar a fonte inesgotável. Entretanto,
o salmista se encontra num deserto espiritual, abatido, sem forças e sem ânimo.
Quantas vezes nos
encontramos da mesma forma, mergulhados em nossa angústia, e nos esquecemos de saciar
nossa alma com a água corrente que é a palavra de Deus. Basta uma perda de
alguém pela morte, uma doença inesperada, uma decepção profunda, e nosso desejo
em meditar na Palavra de Deus vai embora. Nossa alma fica seca.
A aflição de Davi foi tão
grande a ponto de seus amigos o desafiarem perguntando: Onde se encontra o Deus
que você tanto falava e descrevia em seus cânticos?
O mesmo acontece conosco
quando entramos em profunda aflição, causando espanto em nossos amigos que
sempre nos viam falando de Deus e seu socorro presente.
Entretanto, Davi “acordou”
em tempo, e descobriu que sua alma deveria descansar em Deus: “Ponha a sua
esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”.
Aqui está o
melhor caminho para deixarmos nossas aflições à margem, saber que podemos
descansar em Deus em meio às turbulências da vida, pois ele é nossa esperança, Salvador
e Deus.
Davi
reconhece tal fato, pois nas duas divisões do salmo (1 a 5) e (6 a 11), ele
afirma: “Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” e repete no
final: “ele é o meu Salvador e o meu Deus”.
Que a convicção
de Davi e sua volta por cima do estado em que se encontrava, seja a mesma de
cada um de nós, para sairmos do deserto de nossa alma, e nos refrescar nos mananciais divinos. E que sua oração seja
a mesma de todos nós: “Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia; de noite
esteja sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida”.
Que assim
seja
Orlando
Arraz Maz©
Nenhum comentário:
Postar um comentário