Nossos filhos são como livros que não foram concluídos. Escrevemos
o prólogo com letras caprichadas e informamos com detalhes como eles vieram ao
mundo. A obra é concluída quando eles partem antes de nós, mas na maioria das
vezes é inacabada, pois partiremos antes deles.
Como os livros onde os manuscritos são lidos várias vezes e
em seguida cortamos aqui ou acolá, o mesmo não se dá com a página que
escrevemos sobre nossos filhos. Não há retoques a fazer, pois elas expressam o
que nosso coração sente, e devem dizer exatamente, sem floreios, o que eles
são.
Na medida em que escrevemos partilhamos nossos escritos com
as pessoas que amamos, e que tem paciência em ler, reler e opinar muitas vezes,
e assim melhorarmos o texto. Os manuscritos sobre nossos filhos muitas vezes
são compartilhados com pessoas muito próximas, mas não para serem corrigidos ou
melhorados, mas para que nosso coração se tranquilize em ouvir suas
ponderações, compreenda suas lágrimas ou se regozije pelo que leram.
Não desanimemos em redigir todos os dias os manuscritos,
mesmo naqueles dias de sombras, ou mesmo quando nossas mãos tremerem ao
escrevê-los.
Entretanto, a melhor transcrição que podemos fazer no livro
de suas vidas é relatar com detalhes sua experiência com Deus, seu dia a dia
com Jesus e o amor que nutrem por ele. Sem dúvida estas páginas superam as
páginas tristes, alegram o coração de Deus e de todos os que desejam
compartilhar tais manuscritos.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©