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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A DOR


Dedico esta mensagem ao estimado irmão Francisco Fraga Rodrigues, que convive com a dor, mas que tem sido um vencedor na força que Deus lhe dá.

Parabéns pelos seus 80 anos neste 24 de fevereiro de 2013


A dor

Quando era pequeno brincava de "esconde-esconde", e encolhido com a cabeça entre os joelhos, ficava atrás da porta. As outras crianças custavam a me achar. Era bem divertido, e quando me descobriam era uma verdadeira festa.

Os anos chegaram e ainda brinco de "esconde-esconde". Quero ficar atrás da porta, mas não consigo dobrar meus joelhos nem colocar minha cabeça entre as pernas. Os joelhos não dobram, a rigidez do ombro é uma dificuldade, e ainda, o espaço entre eu e a porta é pequeno.

Não é mais uma brincadeira de criança, alegre, prazerosa, feliz. Ela se chama dor. Hoje quero me esconder, mas não posso. Se tentar, ela me encontra sem demora num piscar de olhos.

A dor é bem ingrata e muitas vezes ganha a "brincadeira", ora me assusta e derruba, ora abate e me deixa triste, sem forças e prostrado. Quero vê-la bem distante, mas ela sempre quer ficar por perto. Não me larga. É uma brincalhona de verdade.

Creio que o rei Davi também conviveu com a dor. Há muitos salmos onde deixa clara tal circunstância, e em especial no salmo 41: 3 "O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença tu lhe afofas a cama".

Por mais macio que sejam o travesseiro e o colchão, (plumas, palhas, penas), quando estou com dor se tornam materiais pesados como pedras ou chumbos. E Davi nos conta o seu segredo. Deus tem os seus recursos para transformar em maciez leitos de pedras e de chumbos, e com seu amor afofar a nossa cama. Sua presença é consoladora e animadora mesmo em meio à dor.

Quantos se desesperam diante da dor, descreem da misericórdia de Deus, e o insultam com palavras insolentes, muitas vezes eliminando a própria vida. A fé em Deus nessa hora é a melhor saída e deve sobrepujar a dor, pois o poder das suas mãos se faz presente como uma rica promessa, sempre afofando o nosso leito.

Já sei como espantar a minha dor. Quem vai brincar com ela sou eu, e escondido no "segredo de Deus", duvido que ela me encontre para desanimar-me.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

FILHOS DE DEUS


                                                       
                                                         “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em  
seu nome, deu-lhes o direito
de se tornarem filhos de Deus”(Ev.João 1:11,12)

No Antigo Testamento encontramos os nomes das doze tribos de Israel estampados nas vestimentas dos sumo sacerdotes. Eram feitas de quatro cores, a saber: púrpura que nos lembra de Cristo como Rei descrito no evangelho de Mateus; carmesim, que nos fala do Servo sofredor retratado pelo evangelho de Marcos; branco, que nos fala da pureza de Cristo apresentada no evangelho de Lucas, e o azul que nos fala do Filho de Deus no evangelho de João.

E nesta mesma vestimenta eram confeccionadas duas ombreiras, que levavam em cada uma o nome das doze tribos de Israel. Seis de cada lado. E no peitoral, outra peça do vestuário, doze pedras incrustradas com o nome de cada tribo.

Deus sempre deu valor ao nome das tribos de Israel, e quando o sumo sacerdote a cada ano entrava no santuário do tabernáculo e mais tarde do templo, para interceder pelo povo, o nome das tribos vinha em primeiro lugar e Deus se lembrava de cada uma. As falhas e imperfeições, as constantes murmurações do povo, e todas as suas mazelas eram perdoadas e Deus repartia entre o povo as suas bênçãos.

As práticas exercidas pelos sacerdotes foram abolidas com a vinda de Jesus a este mundo, mas servem como gloriosas ilustrações para nos ensinar que Ele é o nosso Grande Sumo Sacerdote, e que ele voltou à presença de Deus onde   intercede  por aqueles que são seus filhos. O escritor da carta aos Hebreus assim escreve:

“Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio, doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. (Hebreus 9:24-28)

A partir do dia que confessamos a Cristo como Salvador, em nosso coração trazemos estampado o título de filhos de Deus. Ele nos leva em seu coração   à presença do Pai, nos sustenta em seus fortes ombros e nos leva em seus braços amorosos. E Deus se compadece de nossas fraquezas.  


“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós,  em tudo foi tentado, mas sem pecado”.(Hebreus 4:15)


Deus nos vê perfeitos através do seu Filho, e nosso título de filho não carrega mais a marca dos pecados, pois estes, uma vez confessados e deixados, foram lançados nas profundezes dos mares, ou colocados atrás das suas costas, onde jamais serão vistos.

 “Eis que foi para minha paz que eu estive em grande amargura; tu, porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados”.(Isaias 38:17)

Deus tem prazer em nos receber como seus filhos, olhar para o nosso coração e vê-lo totalmente limpo e purificado no sangue de Jesus.

Amemos cada vez mais nosso Grande Sumo Sacerdote que nos leva em seu coração, sustenta-nos em seus ombros e nos seus braços nos leva em segurança.

Façamos nossas as palavras do hino:

“Jesus, de quem no coração, os nomes do teu povo estão”,
“Os teus remidos louvarão, Jesus teu santo nome”

Que assim seja
Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PASTORES BILIONÁRIOS


“Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz,
e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”.

As notícias recentes veiculadas pela imprensa trazem manchetes de pastores bilionários, até então não desmentidas por eles, que sem dúvida nos causam verdadeira indignação, pois contraria frontalmente os ensinos do Senhor Jesus, que nasceu, viveu e morreu na pobreza.

O apóstolo Paulo escreve aos cristãos da cidade de Corinto:

 “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
     (II Cor.2:5 a 8)

Entre nós viveu como servo, sem nada possuir, para nos tornar verdadeiros bilionários da graça de Deus.

O texto acima, que por certo você já leu diversas vezes, assim como eu, leva-me a meditar nele, trazendo-me muitos pensamentos.

Ninguém se condoeu de Maria, vendo sua gravidez e suas necessidades tão prementes para dar à luz seu primogênito. Maria e José, extremamente pobres, sem um lugar digno para nascer o primeiro filho, vão parar nos fundos de uma estalagem, precisamente no “estacionamento” onde os animais eram guardados com palhas em abundância.

Nasceu numa humilde manjedoura e viveu uma vida de pobreza. Durante os três anos aproximados que conviveu com seus discípulos, viveu através de dádivas recebidas. E tudo o que possuía não era seu, era emprestado.

Transcrevo abaixo o poema que de maneira fiel retrata a vida do Senhor Jesus, por Gióia Júnior.

Desde a primeira vez que o li fiquei profundamente impactado por sua mensagem, e espero que aconteça o mesmo   com os  novos  bilionários, “pastores”, que vivem da lã de suas ovelhas, aquecidos por elas, quando muitas nem sequer têm onde morar.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz


Nada era dele

Disse um poeta um  dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
"o berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,
que em Jerusalém chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - o suave pão,
que foi por seu amor multiplicado
alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,
ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado
Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos
Ao lado de Judas  que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado
de onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Mas a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,
Essas eram de fato de Jesus! "

Isso disse um poeta certa vez,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade.

O berço, o jumentinho, o suave pão,
os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto
eram dele a partir da criação;
Ele os criou - assim diz a Escritura;
mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,
a cruz tosca e mesquinha,
onde meus crimes todos expiou,
essa cruz não era sua! Essa cruz era minha

Gioia Junior










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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A TRAGÉDIA DE SANTA CRUZ - RS

Flores são deixadas na porta da boate Kiss,no centro de Santa Maria(RS),
 onde um incêndio na madrugada de domingo provocou a morte de mais de 230 pessoas, a maioria estudantes.
Emerson Souza/Ag.RBS 

A morte é impactante. Ficamos surpresos ao recebermos a notícia de alguém, que sem qualquer enfermidade venha a morrer. E quando se trata de um familiar, custa-nos a aceitar, e lamentamos profundamente.

A morte não escolhe idade, muito menos nível social. Sem ser cortês, entra   no palácio do rei, na mansão do rico, na casa ou no casebre do pobre . E diante da morte todos sentem a mesma dor com maior ou menor intensidade, e derramam lágrimas, algumas secas porque já se foram e não mais existem, outras encharcadas e doloridas.

A tragédia de Santa Maria não foi diferente. O golpe acertou em cheio o coração de tantas famílias, e de lá para cá não paramos de chorar ao ouvir inúmeros relatos e fotos de jovens mortos  que mal começaram a viver.

Não é momento para “censurar” os desígnios de Deus, nem tampouco especular os porquês, e sim elevar nossos pensamentos em orações pelos familiares e amigos, pois não há palavra capaz de aliviar tamanha dor.

Penso na tragédia vivida por Jó pouco depois de um lauto banquete servido entre seus filhos. O relato abaixo nos dá a dimensão do seu sofrimento:

“Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho; e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto, deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”.(Jó 1:18 a 21)

Num só dia perdeu seus dez filhos – sete homens e três mulheres - e sem qualquer saída, pois a morte fecha todas, “rasgou seu manto”, “rapou sua cabeça” e lançando-se em terra “adorou”. Só o Todo Poderoso a quem servia com sua integridade, poderia trazer-lhe a consolação. A Bíblia não nos dá detalhes da intensidade do seu sofrimento pela perda de seus filhos, mas sem dúvida a lembrança de todos eles vieram a sua mente. Imagens  em redor da mesa farta, as festas com canções e instrumentos musicais, ou quando pequenos, embalando-os em seus braços. E em meio às lembranças evocadas, entre lágrimas e sorrisos, adorou a Deus. Talvez agradecendo pela vida dos seus filhos, pelo amor desfrutado por eles, pela companhia tão prazerosa, quem sabe.

Por certo, em meio à dor tão descomunal, é difícil sugerir reação igual à de Jó, ou mesmo proferir suas palavras.  

Entretanto, a postura de Jó diante da dor pode nos ensinar trazendo consolo diante do horror da morte: entregar-se aos cuidados daquele que entende a nossa dor, e sabe enxugar dos olhos toda a lágrima.

E nós, que estamos do lado de cá, elevemos nossas vozes em oração, suplicando ao Deus de TODA consolação que venha em socorro de cada familiar, pai ou mãe, nesta hora amarga.
 
Que assim seja.

Orlando Arraz Maz