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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

WILLIAM E LEILA MAXWELL -SR. GUILHERME

WILLIAM E LEILA MAXWELL 
1ª  Parte


Ainda bem jovem tive a honra de conhecer este notável casal. Foi lá pelos idos de 1973, no Acampamento Verdes Pastos, onde despontou o primeiro dente de minha filha Méleri.
A alegria e a vitalidade do Sr. Guilherme e D. Leila, entre os acampantes, era contagiante e todos se empolgavam com alegres hinos e uma preciosa comunhão com o Senhor.

D Leila, entre tantos serviços dedicados ao seu Mestre, além de ser uma cooperadora fiel de seu marido, enriqueceu nosso hinário Hinos e Cânticos  com a tradução de  três belíssimos hinos, onde é possível avaliar sua alta sensibilidade poética: nº 41 - "Deixa os cuidados"; nº 54 "A maravilhosa história" e nº95 - "Vem como estás".
Os versos adiante dão de sua autoria:
                                  
Oração
Ontem levantei-me bem cedinho, e fui correndo a trabalhar.
Era tanto serviço me esperando que não tive tempo para orar.
Mas, nada deu certo aquele dia, que veloz como o vento escapuliu.
Pensei: "Deus não está me ajudando! e Ele respondeu:"Você não pediu!".
Hoje levantei-me bem cedinho,muito serviço tinha para acabar,
E por estar, assim, tão fatigada, tirei, primeiro, tempo para orar


Deixo minha gratidão à sua filha Agnes Maxell Penna e Ronald Watteson  pela biografia tão excelente que  aqui reproduzimos.

Meu desejo e oração é que a vida deste nobre casal de missionários inspire e abençoe a todos quantos passarem por este blog.

Orlando Arraz Maz






Eram dias de pioneirismo, e a diferença no estilo de vida entre os dois países era enorme, sem falar do clima, da comida e da língua.  Viajar era uma aventura, de trem ou por estradas de terra, poeirentas e esburacadas.  Rumores de guerra, e eventualmente a própria guerra aumentavam ainda mais as preocupações e a ansiedade dos primeiros anos, com a saudade companheira sempre presente, enquanto recebiam cartas com pedaços recortados pelos censores, durante a 2ª. Guerra mundial.

São Paulo, Ituiutaba e Uberaba:

O primeiro ano passou-se entre São Paulo, Ituiutaba e Uberaba no estudo da língua e aguardando a direção do Senhor com respeito ao seu lugar de trabalho, e eventualmente, depois de visitar várias pequenas cidades margeando a estrada de ferro Mogiana, mudaram-se para

São Joaquim da Barra,

porque as pessoas ali pareciam dispostas a ouvir a Palavra.  Alugaram uma casa cuja sala dava para a rua, e o Guilherme saiu pela cidade com folhetos, falando do Senhor Jesus a quem se dispunha a ouvi-lo. A presença da família causou muita curiosidade na cidade: “estrangeiros protestantes” com hábitos diferentes, e todos saiam às suas janelas ou portas quando a Leila saia com a sua primeira filha (Agnes, apelidada Ana) em um carrinho de bebê – o único da cidade.

Naqueles dias Guilherme escreveu no seu diário:
“A casa que alugamos está muito desarrumada, e vai levar uns 10 a 15 dias para começar as reuniões. Sentimo-nos muito sozinhos aqui: ‘perdidos’ sem conhecer ninguém. Queremos muito começar as pregações, mas precisamos de paciência. Hoje cedo lemos Josué 17 e esta leitura nos animou e fortaleceu. Temos inimigos fortes aqui, e também em nossos corações... pensamentos de temor e duvidas – mas certamente venceremos porque o Senhor está conosco”.
Assim que tudo ficou pronto, resolveram começar uma reunião de pregação do evangelho, todos os domingos.  A primeira foi no dia 6 de outubro de 1939, sendo que na semana anterior ele visitara todas as casas da rua convidando os vizinhos.  Ficaram contentes porque 15 pessoas aceitaram o convite, e quando começaram uma classe para crianças ficaram ainda mais felizes porque vieram 22.


COMPANHIA

Alguns outros casais missionários que trabalhavam na região eram os amigos e o apoio que tinham: João e Elizabeth Murray junto com Allan e Maria Bull em Ituiutaba; Ricardo e Maria Jones em Uberaba; Alexandre e Nettie Simpson em Conquista e Leonardo e Irene Nye em Sacramento.  Eles passavam férias nas casas uns dos outros, ajudavam quando havia reuniões especiais, estavam presentes no nascimento dos filhos e eram tios e tias das crianças.  Discutiam problemas e comparavam estratégias o que ajudava-os a lembrar que, embora longe de ‘casa’, tinham amizade e companheirismo com pessoas que compartilhavam os mesmos ideais, na terra que eventualmente seria o ‘seu lar’ e onde firmariam base duradoura, junto com as três filhas que Deus lhes deu.

AMPLIANDO OS HORIZONTES

Enquanto continuava pregando o evangelho em sua casa, como evangelista que era, William estava pensando em outras cidades e começou a visitar algumas, mais próximas, distribuindo folhetos e falando do Senhor.  Foi assim que levou o evangelho a Orlândia, Ipuã, Sales de Oliveira e Guará Chegando de uma destas visitas escreveu: “Passei outro dia, sozinho em Sales de Oliveira, e deixei um folheto em quase todas as casas da cidade”.
Em Guará, ao ser convidado pelo Snr. Antonio de Paula a pregar em sua casa, passou a ir todos os sábados durante muito tempo, fazendo, de bicicleta, o percurso de cerca de 40 quilômetros que separa as duas cidades. 

Lendo o que escreveu no seu diário, ficamos maravilhados com o esforço e perseverança deste casal.  Só o amor de Deus e a compaixão pelas almas perdidas podem levar alguém a tanto esforço, sempre ampliando os seus horizontes na tentativa de levar o evangelho a toda criatura.  Leila, naturalmente, foi a sua companheira fiel, usando seus conhecimentos de enfermagem para ajudar muitas famílias carentes.  Também passou muitas noites solitárias cuidando de duas crianças pequenas, (pois no ano de 1941 nasceu a segunda filha – Janeta), com a mesma determinação que Guilherme tinha em alcançar as almas.
Não era fácil chegar às fazendas que Guilherme visitava, mas ele não poupava a sua velha bicicleta, e voltando à noite, no escuro com apenas a luz fraca produzida pelo dínamo na roda da bicicleta muitas foram as quedas.  Mais tarde quando outro irmão, recém-convertido, passou a ir com ele, as coisas ficaram ainda piores, porque a segunda bicicleta nem luz tinha, então o Snr. Laurindo ia na frente, e a bicicleta do Guilherme iluminava o caminho de ambos, resultando em colisões e tombos, encarados sempre com muito bom humor!  Outros lugares só poderiam ser alcançados a cavalo ou a pé.

A extensão do trabalho feito por uma pessoa, sem a ajuda de companheiros na maior parte do tempo, mas dirigido pelo Senhor é impressionante.  Sem as boas estradas e os modernos meios de comunicação que temos hoje, ele plantou a boa semente nas cidades e fazendas de uma área enorme do Triangulo Mineiro e Nordeste do estado de São Paulo. (2a.parte em 07/10/2011)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MORTE APARENTE - UMA VERDADE PARA SER CONTADA


Nestes últimos dias temos assistido reportagens alusivas de pessoas que quase morreram, e neste curto intervalo entre a vida e a suposta morte, afirmaram ter visto luzes e até Jesus.


Milhões de pessoas devem ter assistido, e extasiadas foram dormir tranquilamente, pois a reportagem infundiu-lhes a certeza de que a passagem para outra vida é muito bonita, com luzes e cores em profusão, e que a morte pode ser encarada com naturalidade.

Ledo engano.

Sem dúvida tais experiências podem agradar a muitas pessoas, mas submetidas à avaliação divina são totalmente infundadas.

A reportagem veiculada deixou transparecer informações que fogem dos parâmetros divinos, e que podem ser usadas por satanás para confundir e desviar pessoas da verdade.

A Biblia é categórica em afirmar que o diabo se transforma em um anjo de luz "E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz." (2a carta de Paulo aos Corintios 11:14) e assim torna-se claro que o objetivo de Satanás é enganar, e Jesus afirma que ele veio para roubar,matar e destruir (Ev. de João 10:10)

Mas, na reportagem, por que Satanás deseja enganar?

Para não me alongar neste blog, vou expor algumas razões:

1 - Para que ninguém se preocupe em arrepender-se dos seus pecados, crer no Senhor Jesus Cristo, e recebê-lo como verdadeiro Salvador.

A Cruz de Cristo deve ser o caminho que me leva ao céu, e ao passar por ela pela fé, meu acesso é garantido. Somente assim a morte será um prazer, e o céu um lugar de maravilhas.

2 - Causa estranheza o fato de que alguns parentes já mortos e inclusive Jesus, tenham aconselhado tais pessoas a voltarem para cuidar de seus familiares, especialmente filhos pequenos.

O céu é um lugar real, onde o pecado não existe, e jamais alguém daria tal conselho para voltar à terra. É o lugar onde o profeta do apocalipse, João, afirma ser o local onde os “mortos vão descansar de seus trabalhos” .(Apocalipse 14:13)

O ladrão arrependido entrou no paraíso quando deu seu último suspiro neste mundo, uma vez que confessou a Jesus Cristo como Senhor.

Imaginem esse ladrão ao entrar no paraíso e encontrar um parente seu aconselhando-o a voltar à terra para cuidar de algum familiar que aqui ficou.

3 - As Escrituras sagradas afirmam que depois da morte vem o juízo. Não há ,portanto, qualquer possibilidade de retorno e nem tampouco um estado intermediário.

4 - O apóstolo Paulo contou uma experiência de alguém que foi ao terceiro céu, e que se supõe seja ele mesmo:

"Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar" .(2a Carta aos Corintos cap.12)

Referida pessoa não passou pela morte, mas teve uma preciosa revelação da parte do Senhor, e o que sabemos é que ouviu palavras inefáveis. Algo que não se pode exprimir, inebriante,delicioso.

5 - Aqueles que morreram de verdade, e que morreram confiados em Cristo,tem a sua mente e seus pensamentos na vida eterna voltados somente à pessoa maravilhosa de Cristo. É Ele que encherá a vida do salvo de perene alegria, e a sua pessoa será louvada por toda a eternidade.

A experiência magnífica do apóstolo João na ilha de Patmos nos dá uma amostra da experiência dos salvos na eternidade:

" E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. (Apocalipse 5)

6 - Por último, a memória dos que morreram sem Cristo, sem recebê-lo como Senhor e Salvador, ainda de acordo com o relato contado por Jesus, estará plenamente ativada,como parte do sofrimento para toda a eternidade:

“Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. (Ev de Lucas 16)

A vida eterna é um presente de Deus oferecido a todo o que receber a seu Filho como Salvador, e o céu será um lugar de delicias.

A promessa deixada por Jesus a Filipe é para todos os que crerem:

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.(Ev.de João cap.14)

Que assim seja.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pedro, apóstolo, pregador e pastor


Foto de Lumina Multimídia: Esta igreja foi construída,,onde, tradicionalmente,seria o local do café da manha de Jesus com seus discípulos em João 21.Dizem que a rocha ao lado da igreja foi o lugar onde Jesus chamou os seus discípulos


Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos.

 Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas.

 Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.(João 21:15-17)

Este diálogo emocionante deve ter causado um susto em Pedro. Suas emoções estavam agitadas devido aos últimos acontecimentos. A manhã da ressurreição, a corrida até ao sepulcro, a conversa de Jesus com Tomé, e agora, o encontro na praia, após uma noite de cansaço e frustração.

Quase três anos se passaram desde que se encontrou com o Senhor na condição de um pescador; logo em seguida foi convidado para ser um discípulo, um pescador de almas, e finalmente, nesta ocasião, saiu da presença de Jesus com o honroso ofício de pastor: “Apascenta as minhas ovelhas”.

Será que Pedro entendeu bem esta responsabilidade dada por Jesus? Este convite tão honroso?Um homem rude, agora um pastor de cordeirinhos. Aquelas mãos calosas e pesadas de um pescador, agora seriam usadas como as mãos de um pastor.

Podem existir diferenças entre as mãos de um pescador, acostumado às cordas pesadas, às redes muitas vezes cheias, com as mãos de um pastor, ora dando de beber ao rebanho, ora acariciando, ou mesmo carregando a ovelha ferida em seus braços? Há um ponto em comum: as mãos precisam ser hábeis e fortes.

Logo, após a ascensão do Senhor Jesus, demonstrou seu dom de evangelista, levando, com a sua pregação, quase três mil almas aos pés de Cristo. A mensagem do arrependimento, a mesma pregada por Jesus, teve um efeito surpreendente naquele dia memorável para a igreja.

Este resultado é prova evidente do cumprimento da promessa do Senhor Jesus: “...não temas; de agora em diante serás pescador de homens”. (Lucas 5:10)

Nem sempre o pregador é um pastor, mas Pedro demonstrou sua capacidade tão notável no exercício destes dons ao longo de seu ministério. Seu modelo era Cristo e ele procurava segui-lo a cada dia.

Nos primeiros dias da igreja aplicou a disciplina em Ananias e Safira, e com o mesmo zelo que alcançava corações, foi enérgico diante da conduta reprovável deste casal.

O pastor é o homem de Deus que sabe dosar a força de seus argumentos e aplicá-los na ocasião própria.

Certa vez, impulsionado pelo Espírito Santo, levou a mensagem de salvação a Cornélio, abrindo a porta do Evangelho, de uma vez por todas, aos gentios. E esta graça maravilhosa custou-lhe uma lição inesquecível que recebeu como ensino da parte do Senhor (Atos 10).

O pastor é o homem que se curva diante das lições amargas quando estas são dadas pelo Senhor e tira delas um manancial de bênçãos para si e para o rebanho. É aquele que conhece suas deficiências, mas que, uma vez corrigidas pela Palavra do Senhor, aceita a correção da melhor maneira possível.

O pastor é o homem que corrige e sabe ser corrigido. A força que coloca na aplicação deve ser a mesma com que recebe a correção.

Não é pastor o que se impõe pela força como alguém que nunca erra, mas é pastor o que sabe compreender seu erro e corrigi-lo com dignidade.

Pedro foi assim. Ao ser repreendido por Paulo no tocante aos alimentos, conforme lemos em Gálatas 2:11 a 14,não guardou qualquer rancor, nem retrucou imediatamente. Bem poderia pensar na sua posição entre os discípulos, a tarefa deixada por Jesus e todo o seu vasto conhecimento que alcançara naqueles três anos, e assim, prontamente revidar a repreensão de Paulo. Mas não. Mais tarde encontramos o próprio apóstolo escrevendo sua segunda carta, fazendo uma menção extremamente carinhosa à pessoa de Paulo (II Pedro 3:15).

O pastor não guarda mágoas nem se torna um repositório de futuras revanches.

Pouco material temos do seu pastorado na leitura de Atos dos Apóstolos; mas em compensação, ao lermos as suas duas cartas, podemos descobrir como era seu coração em relação ao rebanho do Senhor.

“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente,nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (I Pedro 5:2,3).

Novamente vemos cumpridas as palavras de Jesus Cristo ditas naqueles dias que já ficavam para bem distantes: pescador de almas e pastor de cordeirinhos.

Muitos anos se passaram, e Pedro desempenhava as funções de um verdadeiro pastor entre o rebanho.Um entre os demais pastores. “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar” (I Pedro 5:1).

Não era o supremo pastor, mas aquele que aguardava a vinda do Sumo Pastor das ovelhas. Aquele que tratava com carinho e voluntariamente o rebanho que lhe fora confiado pelo Senhor.

O apóstolo Pedro, sem dúvida, teria provado na sua vida tais palavras. Toda a impetuosidade daqueles dias tinha terminado, pois jamais usara sua personalidade para ditar regras ou impor ordens. Era simplesmente o servo e apóstolo de Jesus Cristo. Queria usar esta credencial entre aqueles que desfrutavam da mesma fé.

Que lição oportuna podemos tirar desta vida tão usada e desgastada na obra do Senhor. Que bendita humildade colocar-se em pé de igualdade com os demais presbíteros, escondendo-se atrás da cruz do seu amado Salvador.

Há um grande prejuizo em não observar tais ensinos em nossos dias, quando muitos desejam o lugar de destaque, ou primazia. Quando os títulos de tratamento tão honrosos são exigidos e a reverência se vê em toda a parte.

As lições de Pedro são lições de vida de um verdadeiro pastor de cordeirinhos.

A humildade de Jesus naquela noite em lavar os seus pés falou profundamente à sua alma, e no decorrer dos anos os efeitos daquela majestosa lição, mais fulgurante se destacavam.

Queria ser um pastor seguindo as pisadas do Sumo Pastor, colocando em prática o seu amor e cuidado pelo rebanho. Jamais esquecera o ensino daquele dia, quando Jesus convidou os seus discípulos para descansarem num lugar à parte: “E disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco...” ou “ ...e Jesus viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não tem pastor...”(Marcos 6: 31,34). Por certo,este cuidado de Jesus para com os discípulos e para com o povo ficou marcado para sempre em seu coração.

Assim é o pastor. O modelo está na Palavra de Deus.

Que não haja nenhuma inovação em seu figurino, pois qualquer alteração esmaecerá a luz divina que é colocada na vida do pastor.

Quer sejamos pregadores ou pastores, sigamos os passos do apóstolo Pedro, que por sua vez fixou seus olhos na pessoa do Sumo Pastor.

Que a coroa incorruptível de glória seja o desejo de cada coração na vinda do Senhor Jesus, o Sumo Pastor(I Pedro 5:4).

E, sem dúvida, o Grande Pastor das ovelhas há de coroar o ministério dos seus filhos, quer sejam eles discípulos, pregadores, ou pastores.


Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MÉTODOS DE DEUS


 E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam pender.
Então a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus. (II Sam. 6:6,7)

Quando leio este relato, ao chegar nestes dois versículos, sempre prendo a respiração, tal o susto que levo. Logo me vêem os seguintes pensamentos: por que, em meio a tanta alegria, morreu um homem bem intencionado? Ele não queria fazer o melhor pela arca, querendo evitar sua queda?

Bem, tal raciocínio é meramente humano, sem qualquer embasamento espiritual, e prontamente devo fazer uma pausa e pedir perdão a Deus por tal irreverência. E prosseguir a leitura até o final do texto sem tais conjeturas terríveis.

Davi preparou uma grandiosa festa para  transportar a arca. Mandou fazer um carro novo, e acompanhado de 30.000 homens e de todo o povo de Israel, iniciou a triste jornada para o transporte da arca.

Davi, na sua euforia, deixou de consultar as instruções deixadas por Moisés, e procurou imitar a conduta dos Filisteus quando devolveram a arca do Senhor.

Davi, assim como Uzá, desejaram fazer o melhor, porém longe da vontade de Deus: um carro novo.E tudo só podia sair errado.

Para os filisteus nada aconteceu ao transportarem a arca, pois desconheciam o Deus de Israel, e o simbolismo da arca que para eles não passava de um talismã.

Entretanto, para o povo de Israel a arca representava a presença do "El Gibbor" o Deus todo poderoso , e ainda trazia belas recordações dos grandiosos feitos de Deus em prol do povo de Israel.

Quantas lições podemos tirar deste lamentável acontecimento.

A primeira é que estamos vivendo dias de muita religiosidade, onde muitos procuram agradar a Deus usando métodos próprios, praticas completamente divorciadas de sua Palavra e imitações baratas de culturas pagãs. E tudo porque deixam de procurar a vontade de Deus em sua Palavra e obedecê-la de coração. E assim, o vazio do coração se aprofunda cada vez mais.

Uzá, cujo nome significa "força", o homem que foi fulminado, fala-nos de pessoas sem o conhecimento de Deus, que depositam sua força em seus métodos e não em um Deus todo poderoso.

Assim que aconteceu a tragédia, Davi, logo percebeu e corrigiu seu erro.

Levou a arca do Senhor para a casa de Obede Edom, um geteu, que a recebeu com alegria, sem temor, pois sabia que a arca simbolizava a presença de Deus e, por esta razão , sua casa foi abençoada.

A segunda lição: Três meses depois Davi transportou a arca para Jerusalém, sendo a mesma levada por levitas, tudo de conformidade com as instruções de Deus. E foi um sucesso.

Um final feliz é o que podemos descobrir na leitura do texto:

“Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som das trombetas” (vers.15).

Quando observamos atentamente as instruções de Deus só podem fluir cânticos de alegria, tranquilidade, paz e sucesso espiritual.

Que estes pensamentos  falem  ao seu coração retirando todas as suas conclusões humanas, seus métodos próprios, e que o façam descansar na força de Deus e não na sua própria força e sabedoria.

E tudo isso resultará em bênçãos e cânticos de vitória.

Que assim seja para a glória do Senhor Jesus.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ODRE DE DEUS PARA MINHAS LÁGRIMAS




Salmo 56:8 Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?

Aos olhos do Senhor Deus nada passa despercebido. Ele conta os cabelos de nossa cabeça e nosso valor excede muito aos passarinhos.


Deus sempre deu valor às pequenas coisas. Os dois pãezinhos e os cinco peixinhos do menino, a moeda insignificante da viúva pobre, a funda de Davi com cinco pedrinhas. Coisas de pequeno valor que nas mãos de Deus foram usadas de forma maravilhosa.

O ser humano, tão infinitamente pequeno, detesta coisas pequenas; nosso Deus que é infinitamente grande se preocupa com as coisas pequenas. Como o ser humano é pretensioso.

E as lágrimas? Quer algo tão simples como a gota de uma lágrima?Deus se preocupa com nossas lágrimas.

Há lágrimas de alegrias, de surpresas, mas há  também  lágrimas de aflições.

Muitas vezes nossos amigos não entendem nossas lágrimas, desconhecem a nossa dor  e raramente têm algo para nos dizer.

À beira do túmulo de Lázaro, Jesus chorou. E Deus, seu amado Pai, conhecia a preciosidade daqueles olhos marejados de lágrimas.

Deus conta as minhas aflições, em outras palavras, Deus está atento a todas elas.

E quando as aflições vêm à minha vida lágrimas são derramadas.E essas lágrimas, Ele  guarda em seu odre, um recipiente de couro em forma de uma bolsa. E a seguir  registra minhas lágrimas em seu livro.

Davi tinha plena certeza deste cuidado de Deus. “... isto sei porque Deus está comigo” (vers.9).

Que eu tenha a mesma convicção de Davi  extraída desta figura tão linda. Ele estará sempre comigo cuidando da minha aflição e guardando minhas lágrimas.

Um dia ele enxugará toda a lágrima dos meus olhos, talvez lágrimas derramadas pela tristeza da morte de alguém tão querido. E no dia eterno não haverá mais pranto, nem lamento, nem dor.

Que Deus amoroso nós temos: ele guarda em seu odre minhas lágrimas e enxuga meus olhos, abençoa-me e sempre está comigo.

Se as lágrimas expõe minha alegria ou  aflição, o odre de Deus, ao recolhê-las, expõe seu amor e  graça.

Orlando Arraz Maz

De "Meditações nos Salmos"