E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam pender.
Então a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus. (II Sam. 6:6,7)
Quando leio este relato, ao chegar nestes dois versículos, sempre prendo a respiração, tal o susto que levo. Logo me vêem os seguintes pensamentos: por que, em meio a tanta alegria, morreu um homem bem intencionado? Ele não queria fazer o melhor pela arca, querendo evitar sua queda?
Bem, tal raciocínio é meramente humano, sem qualquer embasamento espiritual, e prontamente devo fazer uma pausa e pedir perdão a Deus por tal irreverência. E prosseguir a leitura até o final do texto sem tais conjeturas terríveis.
Davi preparou uma grandiosa festa para transportar a arca. Mandou fazer um carro novo, e acompanhado de 30.000 homens e de todo o povo de Israel, iniciou a triste jornada para o transporte da arca.
Davi, na sua euforia, deixou de consultar as instruções deixadas por Moisés, e procurou imitar a conduta dos Filisteus quando devolveram a arca do Senhor.
Davi, assim como Uzá, desejaram fazer o melhor, porém longe da vontade de Deus: um carro novo.E tudo só podia sair errado.
Para os filisteus nada aconteceu ao transportarem a arca, pois desconheciam o Deus de Israel, e o simbolismo da arca que para eles não passava de um talismã.
Entretanto, para o povo de Israel a arca representava a presença do "El Gibbor" o Deus todo poderoso , e ainda trazia belas recordações dos grandiosos feitos de Deus em prol do povo de Israel.
Quantas lições podemos tirar deste lamentável acontecimento.
A primeira é que estamos vivendo dias de muita religiosidade, onde muitos procuram agradar a Deus usando métodos próprios, praticas completamente divorciadas de sua Palavra e imitações baratas de culturas pagãs. E tudo porque deixam de procurar a vontade de Deus em sua Palavra e obedecê-la de coração. E assim, o vazio do coração se aprofunda cada vez mais.
Uzá, cujo nome significa "força", o homem que foi fulminado, fala-nos de pessoas sem o conhecimento de Deus, que depositam sua força em seus métodos e não em um Deus todo poderoso.
Assim que aconteceu a tragédia, Davi, logo percebeu e corrigiu seu erro.
Levou a arca do Senhor para a casa de Obede Edom, um geteu, que a recebeu com alegria, sem temor, pois sabia que a arca simbolizava a presença de Deus e, por esta razão , sua casa foi abençoada.
A segunda lição: Três meses depois Davi transportou a arca para Jerusalém, sendo a mesma levada por levitas, tudo de conformidade com as instruções de Deus. E foi um sucesso.
Um final feliz é o que podemos descobrir na leitura do texto:
“Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som das trombetas” (vers.15).
Quando observamos atentamente as instruções de Deus só podem fluir cânticos de alegria, tranquilidade, paz e sucesso espiritual.
Que estes pensamentos falem ao seu coração retirando todas as suas conclusões humanas, seus métodos próprios, e que o façam descansar na força de Deus e não na sua própria força e sabedoria.
E tudo isso resultará em bênçãos e cânticos de vitória.
Que assim seja para a glória do Senhor Jesus.
Orlando Arraz Maz
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