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segunda-feira, 28 de março de 2011



A ESCOLA DE DEUS




E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.(Êxodo 3:1,2)


 
Os anos na corte de Faraó trouxeram muito conhecimento a Moises: uma carreira brilhante, honras literárias, e um vasto conhecimento em toda a ciência do Egito.

Mas na Escola de Deus precisava aprender o “alfabeto”. Por mais que fossem importantes as ciências do Egito, não podiam fazê-lo um servo de Deus.

Assim ocorre em nossos dias. Toda cultura humana por melhor que seja não pode fazer um servo de Deus – ela tem a sua utilidade, mas não é suficiente.

As qualidades de um servo só se adquirem “atrás do deserto” (lado ocidental). É um lugar que ninguém gostaria de estar – mas é ali que está a realidade. Não há cores falsas, vãs pretensões. É um lugar bem diferente das salas do Egito.

Atrás do deserto só se ouve a voz divina – sua luz ilumina tudo; os pensamentos de Deus fazem moradas no coração do discípulo.

Você que ser apto para o ministério? Antes tem que se refugiar atrás do Deserto.


Quantos têm naufragado no serviço do Mestre porque saíram sem permanecer no deserto.

Saíram sem ouvir a voz de Deus no meio da sarça.


Que exemplos maravilhosos nos deixaram Moises em Horebe; Elias no ribeiro de Querite; Ezequiel junto ao rio Quebar; Paulo na Arábia e João na Ilha de Patmos.

Entretanto, o maior e o mais sublime exemplo temos em Jesus: 30 anos na casa humilde de José antes de manifestar-se em público. E para cada ano em seu ministério, 10 anos em particular. Que proporção!

Na Escola de Deus tudo é diferente. O servo que entra para o aprendizado deve ter sido pesado na balança do santuário; deve ser medido na sua presença.

Aí dos que saem para este ministério santo e abençoado sem este preparo.

Olhemos e imitemos servos que foram ensinados na Escola de Deus, e sem dúvida nossas vidas serão abençoadas.


sexta-feira, 25 de março de 2011

CLAMOR DE UM NECESSITADO



“Porque ele acode ao necessitado que clama, e também ao aflito e ao desvalido; ele tem piedade do fraco e do necessitado, e salva a alma dos indigentes; redime a sua alma da opressão e da violência, e precioso lhe é o sangue deles” (Salmo 72: 12 a 14)

Este salmo, de acordo com seu cabeçalho, é atribuído ao rei Salomão.


Entretanto, ao lermos o versículo 20, descobrimos que se trata de uma oração do rei Davi.


É bem provável que foi composto antes da entronização de Salomão como rei. Davi já estava bem velho, e por orientação divina sabia que seu filho seria o seu herdeiro no trono. Portanto, é um salmo profético.


Para os judeus daqueles tempos e para os judeus contemporâneos que ainda aguardam o Messias, o salmo fala das belezas de um reinado de justiça e paz como o reinado de Salomão.


Mas para os cristãos, aqueles que já confessam a Jesus como Salvador, este salmo se aplica à pessoa de Cristo, o Messias, aquele que já veio, voltará e reina em nossos corações.


Salomão é uma ilustração da pessoa de Cristo, que acudiu ao necessitado, ao aflito e ao desvalido.


Quer retrato melhor para nossas vidas?


Eu e você éramos necessitados (precisávamos de salvação), éramos aflitos (vivíamos na incerteza da vida eterna e sem paz), e éramos desvalidos - sem valor, desamparados e miseráveis (e o sangue de Cristo nos valorizou, amparou-nos e tornou-nos abençoados).


É maravilhoso saber que temos um Salvador com estas características, que nos deu vida quando estávamos mortos em delitos e em pecados. Que redimiu a nossa alma da opressão e da violência que Satanas exercia sobre nós.


Nossa vida hoje é preciosa para Cristo, pois Ele nos comprou e nos transformou.


Que este salmo fale ao nosso coração de maneira eficaz, relembrando-nos as belezas de Cristo e nos mostrando como será o seu reino.


Um reino de justiça e de paz habitado por aqueles que clamaram e foram ouvidos e socorridos por Ele.

(De meditações diárias nos Salmos -19/01/2002)
Orlando Arraz Maz


























quarta-feira, 23 de março de 2011

O PODER DO EVANGELHO




O tema da carta de Paulo aos Romanos é "O Evangelho de Deus". E com este tema no coração, Paulo inicia uma das cartas mais profundas do Novo Testamento. Ela é diferente de todas as demais, pois trata de verdades fundamentais à fé cristã, originadas na pregação do Evangelho.

O começo de tudo é o Evangelho. Quando a boa semente da Palavra - o Evangelho - é lançada no coração e frutifica, o poder de Deus se manifesta e uma nova vida desponta.

Paulo conhecia muito bem tal processo. A voz de Cristo glorificado ecoou em seus ouvidos e calou fundo em seu coração na estrada de Damasco e, ao levantar-se, era um novo homem. O poder de Deus se instalara em sua vida, e a partir daquele dia Paulo tornou-se um verdadeiro arauto do Senhor Jesus.

Conhecia, finalmente, o poder de Deus revelado no Evangelho. Só o poder de Deus podia implodir aquele coração, reduzi-lo a escombros, e num piscar de olhos, colocar em seu lugar um coração de carne. O milagre do Evangelho!

Até então, Paulo conhecia o poder da religião, das autoridades, da   violência, calúnia, maldade, enfim, o poder das trevas!

Entretanto, na estrada de Damasco, conheceu o poder que vinha do céu e que o transformou em um novo homem.

E ninguém melhor do que Paulo para falar deste Evangelho, que é poder de Deus.

Ao escrever sua carta aos crentes tão distantes, em Roma, muitos dos quais conhecia apenas por seus nomes, deseja escrever-lhes sobre o Evangelho de Deus, contar-lhes porque não se envergonha deste Evangelho, uma vez que nele encontrara a paz para o seu coração.

Enquanto muitos, talvez, se envergonhassem na grande metrópole romana, tão "sábia", tão "atualizada", onde a palavra da cruz era considerada loucura, Paulo queria animá-los contando-lhes sua própria experiência. Não me envergonho do Evangelho, pois tenho motivos para tanto. Querem saber por que? : ele é o poder de Deus para salvação e não há limites nesse poder. Aquele que fez este universo, o sol, a lua, as estrelas, também preparou uma tão grande salvação (Hebreus 2.3).

A obra prima de Deus - a salvação – teve seu planejamento na eternidade e, porque é "poder", desceu dos céus e se concretizou aqui na terra, cumprindo seu propósito de restaurar o homem perdido. E Paulo podia escrever-lhes com bastante conhecimento, pois este poder o restaurou por toda a eternidade.

Paulo, ainda pode contar-lhes que este poder não discrimina as pessoas. Não as seleciona como fazemos com as frutas — boas e ruins -, esse poder atinge "todo aquele que crê", não vê raça, cor, posição social. Vê tão somente um coração carente, empedernido.

Como é confortador saber que há um Evangelho que deseja alcançar toda a raça humana, sem qualquer discriminação. Tanto na sociedade corrupta do primeiro século, onde havia discriminação (escravos e livres), como na sociedade do século 21, onde a discriminação permanece (brancos e negros, ricos e pobres).

O Evangelho anunciado por Paulo é poder. É vida. E dinâmico. Enquanto que outros “evangelhos” são anunciados como verdadeiras mensagens mortas, desprovidas de poder, Paulo declara com entusiasmo que seu Evangelho é do céu, que chama os homens das trevas para a luz, do poder de Satanás para o "reino do Filho de Deus".

E, desta forma, Paulo envia sua carta aos cristãos de Roma com a finalidade de encorajá-los a propagarem esse Evangelho, apresentando a justiça de Deus segundo o princípio da fé.

Diante de tanto empenho da parte de Paulo e de toda a sua coragem em desfraldar a bandeira do Evangelho, resta-nos um exame introspectivo: Como tem sido nossa atuação para com o Evangelho? Temo-lo encarado com certa leviandade, uma vez que já nos apropriamos dele, somos salvos e isto nos basta? Quedamo-nos em nossas igrejas e nos limitamos a anunciá-lo aos perdidos do alto da plataforma?

Muitas vezes o fracasso ronda as mensagens evangelísticas porque falta convicção plena de que o Evangelho é "poder". Outros se escondem e se omitem, como que envergonhados e desanimados.  A mensagem que pregam já sai sem vida!

Que tal nos inspirar nas lições do apóstolo? Transformar nossas mensagens em verdadeiros desafios ao pecador? Falar de Cristo com plena convicção em todos os lugares (não só do púlpito) e sem qualquer constrangimento?

Quando o pecador ouvir a mensagem do Evangelho pregado com intrepidez, com convicção e, sobretudo, com a unção do alto, o poder de Deus para a salvação vai agir eficazmente, tal qual naquele dia agiu no coração de Paulo.

Orlando Arraz Maz






































quinta-feira, 17 de março de 2011

Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa”

Salmo 91:3




 
Tenho visto este Salmo estampado em quadros ou folhas avulsas, ou em Bíblias muitas vezes abertas em bibliotecas ou estantes. Muitos apreciam este Salmo apenas como um talismã para dar sorte ou livramento dos perigos, fazendo uso dele de forma absurda.


O diabo também conhece erroneamente este Salmo,  pois o aplicou de forma indevida no monte da tentação.


Como filhos de Deus cada palavra deste Salmo deve ser recebida como uma mensagem de bênção e de alerta para o seu povo, e como uma prova do grandioso amor de Deus.

Hoje quero meditar no versículo três. Há duas figuras interessantes: laço e peste.


A primeira era o terror das aves, a segunda,das pessoas.



O passarinheiro podia ser um hábil caçador, criador ou vendedor de pássaros. Neste texto é um caçador que armava sua armadilha, normalmente feita de bambus, espalhava alimento por perto e ficava à espera da ave.

Na minha infância muitas vezes construí armadilhas, entretanto poucas vezes apanhei pássaros.



Você e eu, como pássaros, somos vítimas das armadilhas que são colocadas perto de nossos pés. Ora são colocadas por pessoas que não desejam nosso bem estar, ou o progresso em nossas atividades, ou pelo inimigo das nossas vidas que não deseja nosso sucesso espiritual.


Na primeira, os danos são materiais, como a perda do trabalho, da promoção; na segunda, é a tristeza do coração.

Quantas vezes o “astuto caçador” preparou sua armadilha, espalhou “alimento” por perto e fomos pegos de surpresa.

A peste era outro temor. Naqueles tempos dizimava tanto pessoas, como o gado e a plantação. Era sinônimo de tragédia e de miséria.


Mas o salmista confiava em Deus. Tinha certeza que estes males não o atingiam, pois seu segredo era estar escondido entre as penas e debaixo das asas do seu Deus. Que lugar abençoado. Que tranquilidade para o coração.


Quando tais males nos apanham é porque confiamos em nossa sabedoria: para as armadilhas, mostramos nossa inteligência, nossas habilidades; para as pestes buscamos remédios “caseiros”.

Tanto você e eu estamos sujeitos às armadilhas e às pestes. E para fugirmos delas, abandonemos os recursos próprios e busquemos o mesmo lugar preferido pelo salmista: o coração de Deus.


Amados por seu Filho, estaremos seguros e lá ouviremos seus conselhos de vida e de saúde espiritual. Só assim seremos livres do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.


Sejamos obedientes.



"De meditações diárias nos Salmos"(12/03/2002)
 
Orlando Arraz Maz




































sábado, 12 de março de 2011

Uma noiva para Isaque – Uma noiva para Cristo



O relato da busca de uma esposa para Isaque é rico de ensinamento para todos.


Abraão, já idoso, encarrega o servo mais antigo de sua casa com instruções precisas para buscar uma esposa para seu filho. E sob juramento seu servo se comprometeu, conforme palavras de Abraão: “que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho”.


Duas exigências deveriam ser cumpridas: a mulher não poderia ser cananéia; e deveria pertencer à sua parentela.


O servo, então, separou dez camelos e empreendeu a longa viagem. E em resposta à sua oração, Deus apresentou Rebeca que seria esposa do filho de seu senhor, Isaque.

 

Vejo uma linda figura da Igreja que é o conjunto dos remidos pelo sangue do Senhor Jesus. Projetada na eternidade por Deus, guardada como um mistério e revelada somente em Atos dos Apóstolos.

 

O servo de Abraão é símbolo do Espírito Santo enviado pelo Pai a fim de conquistar uma esposa para o “Isaque celestial”, o Senhor Jesus Cristo.

Em Rebeca vejo as qualidades de uma esposa pronta para servir. Quando o servo pediu um pouco de água para si, ela se prontificou a dar de beber também aos camelos. E seu trabalho foi extenuante, pois não foi fácil dar água para dez camelos sedentos. Demonstra, assim, ser uma pessoa generosa, desinteressada e de caráter elevadíssimo.

A Igreja, a noiva do Senhor Jesus, deve servir com prazer e dedicação, com as qualidades semelhantes às de Rebeca, fornecendo água espiritual em abundância aos que tem sede da Palavra de Deus.

A missão do servo de Abraão foi coroada de êxito. Sentiu a direção de Deus em resposta à sua oração, e finalmente abriu os tesouros que trouxera para entregá-los à Rebeca.

E em sua viagem de volta, lemos o seguinte: “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Também Rebeca levantou os olhos, e, vendo a Isaque, apeou do camelo, e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então, tomou ela o véu e se cobriu. O servo contou a Isaque todas as coisas que havia feito. Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou”.

Esse memorável encontro leva-me a pensar na volta do Senhor Jesus para buscar sua noiva, a Igreja. Será um encontro sem precedentes, quando veremos a face do noivo com suas mãos estendidas para nos abraçar. E estaremos para sempre com o Senhor.

 

Por fim, um detalhe precioso: dos patriarcas, Isaque é o único que amou somente uma mulher. Não teve outras esposas.

Assim se dá com nosso Salvador, pois seu amor pela igreja é único e sem par.

“Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados”

Como é precioso ser amado pelo Senhor Jesus e fazer parte de sua Igreja, a noiva que será apresentada naquele grandioso dia.

Eu já faço parte dela. E você?

Ao Salvador toda a glória.


Orlando Arraz Maz


Referências: Gênesis 24 e Apoc.1:5








































sábado, 5 de março de 2011

QUANDO O TIRO PODE SAIR PELA CULATRA


O sacrifício de Isaque

Já, já explico o título deste pensamento. Mas antes, só para informar, a expressão “culatra” indica a parte de trás do cano de uma arma de fogo. Ao invés de acertar o alvo, este se tornou o próprio atirador.

Quero falar algo sobre carnaval, a propósito da época em que é comemorado.

Uma festividade popular onde se extravasam os comportamentos, a pretexto de alegria, mas que no final apresenta um saldo totalmente negativo. A alegria vai embora e no lugar fica uma lacuna impossível de ser preenchida. Uma alegria efêmera.

Conheci um homem, já falecido e que está na presença de Deus descansando de suas obras, que em sua juventude, trajado com sua fantasia de carnaval, saiu para buscar essa falsa alegria, mas não a encontrou. De volta para casa, encontrou um grupo de pessoas que falavam do amor de Cristo, e parou para ouvi-los. Como estava perto de casa, vestiu-se com roupas comuns, voltou para ouvi-los novamente, e tomou posse da verdadeira alegria, convertendo-se ao Senhor Jesus.


A alegria que Cristo dá tem começo, mas não tem fim. Não acaba na quarta-feira de cinzas. Começa na terra e continua no céu por toda a eternidade.

Mas o que me chamou à atenção neste carnaval foi a escolha de um tema bíblico: “Abraão, o patriarca da fé. Sua trajetória até Canaã. Sara e Abraão. O sacrifício de Isaque”. Uma verdadeira pérola no meio de um lodaçal fétido e imundo.

Sem dúvida um tema sugerido por Satanás, desejoso de conspurcar o nome excelso de Jesus Cristo, denegrindo-o com uma festa desse naipe.

O sacrifício de Isaque fala-nos de um sacrifício maior, o do Filho de Deus levado à cruz, para o qual não teve substituto. Lá Ele foi ferido e morto a fim de conceder a alegria de uma salvação verdadeira que jamas acaba.

Minha oração é que o tiro saia pela culatra, pois se Satanás tentou “brincar” com o tema sagrado, desviando vidas preciosas dos pés de Cristo, que este mesmo tema possa atrair muitas pessoas para as belezas da Palavra de Deus, alcançando a salvação em Jesus. Que possam ser tocadas pelo Espírito Santo a conhecer um sacrifício de amor perpetrado na cruz do calvário, superior infinitamente ao sacrifício de Isaque.

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:8) -
A Ele toda a glória.





sexta-feira, 4 de março de 2011

POSSO VER O ROSTO DE JESUS EM "PATMOS"!

Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

Quase sessenta anos se passaram desde que pelo menos três ocasiões impactaram a vida do apóstolo João.


Uma delas foi quando viu o rosto de Cristo transfigurado no “monte santo”, nas palavras do apóstolo Pedro.


A outra, do alto da cruz, totalmente lacerado, quando ergueu sua voz deixando instruções para que ele cuidasse de sua mãe.


A última foi esta, em espírito, na ilha de Patmos.


No monte santo ele viu o Deus da Glória; na cruz o varão de dores descrito pelo profeta Isaias, e em Patmos  o Juiz vestido em trajes judiciais pronto para confortar com sua presença o apóstolo do amor.


João não é mais o moço que podia correr juntamente com Pedro na manhã da ressurreição. Os anos chegaram. E mesmo idoso, com mais de 90 anos, foi conduzido preso à ilha de Patmos, um presídio a céu aberto, uma colônia romana onde se exilavam prisioneiros políticos. “Ali esses prisioneiros perdiam todos os seus direitos civis e toda a possessão material. Eram obrigados a trabalhar nas minas daquela ilha, vestindo-se de trapos. A ilha ficava no Mar Egeu e tinha 16 km de comprimento por 10 km de largura, uma ilha nua, vulcânica, com elevações de até 300 metros”(Estudos no Livro de Apocalipse de Hernandes Dias Lopes).


Não temos detalhes das condições físicas do apóstolo do amor naquela ilha inóspita. A razão nos leva a pensar que se uma pessoa idosa tem suas próprias deficiências em razões normais, muito mais em situações adversas como as que viviam o apóstolo.


Lá estava o apóstolo  sentenciado pelo “testemunho de sua fé na pessoa do Senhor Jesus Cristo”, consoante suas próprias palavras. Não estava por razões políticas, revoltas pessoais contra o imperador, ou por quaisquer outros atos. Estava na defesa de sua preciosa fé.


E lá na ilha de Patmos foi levado para perto do Trono e contemplou a Glória do seu maravilhoso Salvador.


Que majestosa compensação para tanto sofrimento: contemplar a glória indizível do Senhor Jesus.


Quantas vezes o sofrimento nos leva às nossas “ilhas de Patmos”: uma doença incurável aos olhos humanos, as adversidades da vida, as rajadas tempestuosas como a falta de emprego, de alimentos, de amigos que nos abandonaram, de famílias que nos esqueceram, e tristes, nos isolamos e nos lamentamos.


E ainda há os que foram abandonados por abraçarem sua fé na pessoa do Senhor Jesus. Como os antigos cristãos hebreus que foram “espoliados de seus próprios bens, pois sabiam que possuíam bens superiores e permanentes”(Hebreus 10:34).


As nossas “ilhas de Patmos” podem se transformar na antessala do céu, e nos levar a contemplar as glórias do Senhor Jesus bem pertinho do seu Trono.


Entretanto, para ouvir a voz que vem do Trono, é necessário que estejamos pertos, como João. Assim foi sua vida na Escola do Senhor Jesus. Sempre perto do seu coração de amor.


Em “Patmos” o Senhor Jesus quer nos falar. Ele vem até nós. Ele deseja nos tocar e nos mostrar as belezas da sua Glória.


Há uma canção que diz: “Deus no trono ainda está e sempre comigo estará; seja onde for, grande é seu amor, Deus no trono ainda está”


Não importa nossas condições. Ele pode descer do trono, nos tocar e aumentar todo o nosso vigor. Limpar nossas lágrimas e curar nossas feridas.


Que assim seja para sua honra e glória.


Orlando Arraz Maz