Quem sou eu

Minha foto
São Bernardo do Campo, São Paulo, Brazil

sábado, 31 de dezembro de 2011

ESPERANÇA QUE NÃO FALHA

Aos bons amigos que caminharam comigo durante o ano neste blog, meus sinceros agradecimentos.
Que Deus ilumine o caminho de todos fazendo despontar aquele que é a Luz da Vida, o Senhor Jesus,
E que cada manhã traga esperanças que nunca falhem, à luz da esperança do autor deste belo Salmo:

LEVANTAREI os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra.
Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.
Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.
O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita.
O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.
O SENHOR te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.
O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.
(Salmo 121)

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano velho - desejos que se foram

Os anos velhos me trazem saudades de
caminhar descalço pelas ruas após a chuva,
e mergulhar o pé nas poças de água,

De subir nas mangueiras e chupar mangas até sujar a boca,
De correr atrás das pipas e dos balões,
E de se esconder atrás de um muro qualquer e assustar outros meninos...

Correr atrás do caminhão do circo,
E fazer amizade com o palhaço de cara pintada,
E não ter pressa para nada.

E quando chegar a hora de ir para a escola, fingir uma forte dor de cabeça.

Saudades de ficar em casa na janela do quarto vendo a chuva cair,
Fazer cabana no mato pulando o muro de casa,
E só voltar pelos gritos da mãe chamando.
Juntar um monte de madeira velha e fazer um automóvel,
com banco, freio e acelerador,
E fazer de conta que está em alta velocidade.

E quando cansar, partir para o carrinho de rolimãs, descer pela rua sem calçamento, aos solavancos, e só parar firmando o pé no chão.

E no sábado, após a pelada,com bola de pano de meia velha e furada,
Voltar para casa e tomar banho de chuveiro de balde com furinhos, levantado por uma corda,
Lambuzar o cabelo de brilhantina, sentar no muro de casa esperando a menina de vestido azul.

Mas os anos que passaram velozes,
Trouxeram cabelos brancos e escassos,
As ruas foram asfaltadas,
Os pés de mangas sumiram,
Os muros deram lugar aos altos edifícios,
E os palhaços todos morreram.
As cabanas construídas de matos e galhos perderam seus espaços,
E o chuveiro improvisado perdeu a graça.
A brilhantina ficou de lado,pois os cabelos se foram,
E a menina de vestido azul desapareceu.

Que o ano novo segure no colo a criança que existe em cada um,
E que a cada novo dia essa criança ressuscite
Mais verdadeira, mais honesta, mais alegre,
Sem se importar com os cabelos brancos.

Feliz ano novo
Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal – Tempo de Reflexão


O Natal assinala um período totalmente diferente na vida das pessoas. Há uma mudança acentuada no comportamento delas, que se preocupam em trocar presentes, comparecer às festas, abraçar os amigos, fazer surpresa para os filhos vestindo a roupa do Papai Noel, e tantas outras conotações com a festa magna da cristandade.

Creio que usando o bom senso, não há nada de errado neste comportamento.

Mas o Natal deveria ser um tempo de reflexão, com vistas ao retorno da família em volta da mesa conversando e trocando experiências, o que há muito se perdeu em nossa cultura.

Durante o ano quase findo, o pai foi um visitante noturno; a mãe, ocupada com seu serviço muitas vezes distante de casa, e os filhos num corre – corre indo e vindo dos estudos. E nas pouquíssimas horas de folga, o televisor tomando conta da sala.

Que tal darmos uma oportunidade de diálogo como presente à família e férias para o televisor?

Vamos transformar este Natal em um tempo de reflexão, avaliar como gastamos as horas do ano que quase está findando, tirar lições expressivas a fim de que elas venham a mudar nosso comportamento.

O diálogo na família tornou-se peça de museu, tão raro, tão escasso. Quando existem, são monossilábicos. Ou é o pai dirigindo-se ao filho e este respondendo sucintamente, ou a esposa conversando com seu marido. Mas o televisor na sala toma conta do ambiente e cada detalhe tem seu rico comentário.

Este comportamento tem um reflexo direto na vida da juventude. Muitos não sabem conduzir um assunto, discutir um tema, analisar um livro, e quando conversam entre si, há um palavreado sofrível que só eles entendem. Sem dúvida há exceções honrosas entre jovens que manejam bem a língua, com idéias lúcidas e raciocínios sadios. Sobre estes, entretanto, a família exerce grande influência.

 Está distante o tempo em que o chefe da família, após o jantar, reunia os filhos, abria a Palavra de Deus, lia e comentava um texto, estimulando idéias e pensamentos. Aos poucos insuflava a Palavra abençoada nos corações dos filhos, preparando-os para as atividades do dia seguinte. Há relatos de pessoas que muitos anos depois, adultos com suas famílias constituídas, que se lembravam daqueles tempos e das bênçãos que alcançaram.

Hoje, os meios de comunicações, o esforço para conquistar um lugar melhor na sociedade, a busca de recursos para suprir as necessidades da família, retiraram a hora da comunhão e da reflexão ao lado do fogão. Lamentavelmente não se usam mais as mesas para o jantar, mas o prato em uma mão, o talher na outra, e os olhos fixos no televisor. A família dispersou-se pelos cantos da casa, cada filho em seu quarto. O mesmo ritual se repete a cada dia e assim passam-se os meses, os anos, a família envelhece e os valores espirituais não mais existem.

Que este Natal seja um tempo de reflexão, a fim de avaliarmos as oportunidades perdidas, os diálogos interrompidos e a oração feita na base do sufoco. Deus não pode se agradar da família que assim procede. Ele deseja que suas leis estejam nos corações como nos tempos antigos. “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Deut.6:6 - 9).

Há muito assunto para ser falado na família. Nos tempos bíblicos era demonstrada a fidelidade de Deus no meio de Israel e sua libertação da opressão do Egito. Os pais transformavam este assunto nos diálogos mais vibrantes.

Hoje podemos falar da fidelidade de Deus, do amor de Jesus Cristo, sua obra poderosa na cruz, a transformação do pecador em nova criatura. Há muito assunto para falarmos após o jantar, com a família reunida. Podemos orar pelos temores e necessidades de nossos filhos, leva-los à presença de Deus, enfim, criar um ambiente espiritual no seio de nossa família.

Que tal começarmos neste Natal? Falarmos aos nossos filhos o que muitos já se esqueceram, que Deus Homem veio habitar entre nós, armar a sua tenda por um pequeno período, morrer na cruz justificando o ser humano e ressuscitar demonstrando o poder de Deus. Mostrar aos nossos filhos, com palavras sábias, que o nosso Salvador é muito mais que o presépio montado nas lojas e em muitas casas – é Jesus Cristo que ama, salva e abençoa.

Este pode ser o início de um diálogo que deve se prolongar todos os dias do ano que está por vir. Outros virão com temas atuais, como uma matéria na escola não entendida, ou um artigo para ser interpretado, um livro para ser analisado, uma decepção com algum colega de escola, enfim, cabe a nós, pais e mães, criarmos um ambiente saudável em nosso lar

Mas para tudo isso o televisor deve ser assistido com sabedoria , sem roubar a comunhão da família, criando hábitos, gestos e palavras que deturpem o caráter de nossos filhos.

Que haja um empenho maior no diálogo sadio entre nossa família, e que pais e mães sejam pastores nas mãos de Deus, a fim de levar seus filhos à um conhecimento real de Jesus Cristo, o Salvador dos homens. Por certo,um dia lembrarão desse tempo e das influências que receberam na sua juventude.

Que este Natal seja um tempo abençoado e de sincera reflexão.
Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CASAS PRIVILEGIADAS

Encontramos no Novo Testamento o relato de pessoas que colocaram à disposição suas casas, para receberem os servos de Deus. Sem dúvida, tanto os hóspedes como os hospedeiros foram ricamente abençoados.

Gostaria de meditar em várias casas.

A casa de Jesus:

Em João 1:39 a 42 lemos: “Ele (Jesus) lhes disse: Vinde e vede.Foram, e viram onde morava e ficaram com Ele aquele dia: e era já quase a hora décima. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos que ouviram aquilo de João e o haviam seguido”.

Embora o nome de João não apareça, há fortes indícios de que era ele, juntamente com André, os privilegiados em conhecer a casa de Jesus. “E ficaram com Ele aquele dia; e era já quase a hora décima”.Provavelmente às dez horas da manhã.

Que ocasião maravilhosa. Naquele lar humilde morava o Salvador dos homens, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O que conversaram não sabemos, mas uma coisa é certa: as Escrituras foram lidas e aqueles corações foram ensinados pelo Senhor Jesus. Este primeiro contato na casa de Jesus marca a entrada de Pedro no cenário bíblico, pois André,seu irmão foi à sua procura.

E esta visita serviu para prepará-los como discípulos e depois como apóstolos, com forte influência pelo resto de suas vidas.

A casa de Maria, mãe de João Marcos:

A segunda casa encontramos em Atos 12:12: “E, considerando ele (Pedro) nisso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam”.

É bem provável que a igreja em Jerusalém teve o seu início nesta casa. A Bíblia nada nos informa sobre Maria, mas podemos depreender que se tratava de uma mulher notável. Abria as portas de sua casa, sem discriminação, e recebia escravos ou livres, judeus ou gentios, que agora eram seus irmãos em Cristo.

Sem dúvida este lar exerceu influência em muitas vidas. João Marcos, seu filho, por certo guardava boas lembranças dos irmãos acolhidos em casa de sua mãe, como Pedro, Tiago, João, e apesar de sua biografia, mais tarde foi uma bênção no ministério do Apóstolo Paulo.

A casa de Simão, o curtidor:

Em Atos 9:43 lemos o seguinte: “E ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão, curtidor”. E mais adiante : “Este (Pedro)está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar.Ele te dirá o que deves fazer” (10:6).

Pedro está em plena atividade. Resolve visitar os “santos” que habitavam em Lida. Uma vez na cidade, Enéas, paralítico, é curado. E como resultado deste milagre, muitos creram no Senhor Jesus. Neste mesmo lugar morava uma jovem por nome Tabita, que traduzido quer dizer Dorcas, a qual, após uma enfermidade, veio a falecer. E Pedro, que estava em Jope, cidade próxima à Lida, uma vez chamado à casa de Dorcas, para lá se dirigiu, onde a ressuscitou. E este milagre foi notório a toda a cidade de Jope, onde muitos creram no Senhor.

Pedro estava hospedado em casa de Simão, curtidor. Foi nesta casa que teve uma visão da parte do Senhor, onde viu num grande lençol atado pelas quatro pontas, animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu, mandando que ele os matasse e em seguida os comesse(Atos 10:12/14).

Esta experiência ocorreu numa casa à beira mar de propriedade de Simão, curtidor. Nada sabemos deste homem, mas é bem fácil descobrir que se tratava de um servo de Deus, cujo lar estava aberto para os seus irmãos em Cristo. Um lar repleto de amor, uma mesa farta para os hóspedes, como lemos em Atos 10:10, onde lhe preparavam uma refeição.

Que lar abençoado, hospedando um dos pioneiros pregadores no início da igreja.

A casa de Lídia:

Finalmente, temos a casa de Lídia. Uma nova convertida nas terras européias. Após ser batizada, ela e sua casa,convidou os pregadores Paulo e Silas, a fim de que se dirigissem para sua casa (Atos 16:15). Foi a primeira família cristã na Europa a exercitar a hospitalidade.

E través dos anos quantos lares foram hospedeiros dos servos do Senhor!Quantas bênçãos foram alcançadas neste precioso ministério.

A minha casa:

Lembro-me de minha casa onde muitos crentes foram hospedados e outros que ali paravam para uma refeição, a fim de continuarem sua viagem. Homens de Deus que nosso lar teve a honra de acolhê-los.

E quantos lares através dos anos tem servido e lavado os “pés dos santos”, ...se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos (I Tim.5:10).

Que o Senhor faça crescer em nós a hospitalidade, pois como lemos na carta aos Hebreus, alguns sem o saberem, hospedaram anjos. (Hebreus 13:2).

Que assim seja.
Orlando Arraz Maz

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

BODAS DE DIAMANTE - UM CASAMENTO ABENÇOADO

13 DE DEZEMBRO DE 1951  -  13 DE DEZEMBRO DE 2011

Tenho imensa alegria em publicar neste blog a história do casal de missionários Sr. James e D.Jenny Crawford, nesta data em que completam 60 anos de um casamento feliz e abençoado.

O povo cristão brasileiro deve muito a este nobre casal, que devem ser imitados como verdadeiros servos do Senhor Jesus Cristo.
     
    Sr. Jaime e D. Jenny:

Os caminhos de Deus, como são maravilhosos.São traçados por Ele, e não admitem falhas. São perfeitos.
Há sessenta anos ele abriu uma estrada, mas não tirou dela curvas longas, subidas ou descidas.E vocês começaram a viagem, sem paradas, muitas vezes sem descanso, mas Sua presença nunca se afastou de vocês.

As curvas, quando apareciam, eram suaves, as subidas e descidas eram amenizadas, pois Sua presença era constante.

Hoje, ao olharem essa estrada, vocês percebem que ela ficou repletas de pisadas, algumas de filhos e de netos, outras de filhos gerados por um ministério abençoado e de vidas transformadas.

O Deus que vocês abraçaram um dia é o mesmo Deus que trabalhou as vestes dos israelitas:

"E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, e nem se envelheceu o vosso sapato no vosso pé".  Deuteronômio 29:5

E é o mesmo Deus que segura vossa mão por essa estrada ao longo dos anos, e será a mesma mão que vos acolherá no Grande Dia.

Parabéns amados irmãos. Vocês falam ao nosso coração

Para entendermos melhor a nossa história, abrangeremos 3 séculos – do século 19 ao século 21.

No fim do século 19 – na Escócia, os pais dos nossos protagonistas nasceram.

O nosso casal nasceu no século 20, mas foram criados à moda do século 19 e agora estão celebrando suas bodas de diamante no século 21.

Em 27 de outubro de 1924, nasceu em Glendaruel, na Escócia, um menino que recebeu o nome de James e que não poderia levar nenhum apelido. Não poderia ser chamado de Jim ou Jimmy, ou qualquer outro apelido, teria de ser James, conforme a lei de uma de suas tias, que vale até o dia de hoje. Mesmo na Escócia hoje em dia, os que tentam chamá-lo de Jim, querendo mostrar mais intimidade, mostram que não são da família, pois sabem que ele sempre foi e será James ou Uncle James, e após vir ao Brasil foi nomeado como Sr. Jaime, e ainda assim mantém a regra da tia.

Sr. Jaime era o caçula, tendo 2 irmãs e 1 irmão mais velhos. D. Mary, a mais velha, nasceu em 28 de abril de 1906 e casou-se com Sr. Craig. Vieram ao Brasil para celebrar suas bodas de ouro em 1982. D. Leila, a segunda filha, nasceu em 23 de dezembro de 1909, e quando moça quis fazer enfermagem e parece que fez com que seus pais mudassem para Glasgow para que estudasse, casou-se com Sr. Guilherme Maxwell e montaram casa na Escócia e vieram para o Brasil em 1938; Sr. Ewing, seu irmão, nasceu em 1918 casou-se com D. Jean.

D. Jenny, nasceu em 29 de maio de 1927, em Newton Mearns. Ela tem um irmão bem mais novo, Sr Alastair, que nasceu em 16 de julho de 1936. Ele e sua esposa D. Esther vieram ao Brasil pela primeira vez para celebrar suas bodas de prata em 1984, e gostaram tanto que voltaram em 1989, quando D. Esther passou mal. Voltaram ainda em 1990 e depois em 1994, não voltando mais devido à saúde de D. Esther.

Sr. Jaime e D. Jenny foram criados em Newton Mearns, frequentando a mesma escola e também a mesma Casa de Oração, onde foram batizados, recebidos em comunhão, casados e de lá foram recomendados à obra missionária aqui no Brasil.

Eles não eram diferentes dos outros. Sr. Jaime gostava de brincar na escola, como subir no pau de sebo, tentando ver quem seria o vencedor. Também gostava de correr, jogar futebol e queria ser jogador profissional, mas o pai dele não permitiu, pois estaria jogando tanto que perderia as reuniões nos fins de semana.

Começaram a namorar, e após a 2ª guerra foram a uma reunião missionária, mas o local estava superlotado, e assim foram para outro local onde havia outro pregador, Sr. Naismith, que era missionário na Índia cuja mensagem os desafiou a servirem o Senhor em tempo integral.

D. Jenny trabalhava em uma empresa como secretária e pediu as contas para fazer enfermagem para se preparar melhor para vir ao Brasil. Por isso que o Sr. Jaime não se preocupa tanto com a correspondência, pois casou-se com uma verdadeira secretária e que ainda não aposentou.

Casaram em 13 de dezembro de 1951, após completar o curso de enfermagem. Como já vinham ao Brasil, não fizeram um casamento caro, cortaram ao máximo as despesas, pensando que o que gastariam em um casamento por um dia poderia ser melhor empregado no Brasil. D. Jenny até abriu mão de se vestir com vestido de noiva pensando em vocês, queridos brasileiros.

Em 4 de abril de 1952 deixaram sua terra natal, seus pais Robert e Agnes Crawford, Dugald e Margaret Allan; seus irmãos Mary, Ewing e Alastair, pois D. Leila já estava no Brasil, e vieram rumo a uma terra estranha. Partiram de Glasgow de trem, indo a Londres e depois até Southampton, onde pegaram um navio, chegando a Santos em 22 de abril de 1952.

Em Santos foram recepcionados pelos Sr. Guilherme, Sr. George Orr e Sr. Harry Ruston, que os ajudaram a retirar sua bagagem na alfândega.

Chegaram a Uberaba, e olha que gracinha, pois quem os esperava, além de Ana e Janeta que já conheciam, também encontraram pela primeira vez com Leilinha...

Ao chegar a Uberaba, começaram as aulas de português com Sr. Guilherme.

Em janeiro de 1953 mudaram-se para São Joaquim da Barra, pois havia algumas senhoras que estavam tentando se infiltrar no meio do povo de Deus, e acharam melhor Sr. Jaime e D. Jenny mudarem-se para cá.

Os filhos dos missionários nasciam nas mãos das parteiras missionárias. Às vezes era mais fácil a parteira estar presente, outras vezes era mais fácil a gestante ir até a parteira.

Assim, em 1953, voltaram a Uberaba e lá nascia o primogênito, paparicado pelas primas por ser um menino, festejado até na Escócia, pois era o primeiro neto menino de ambos os lados. Do lado paterno não era o primeiro neto, pois já tinham 3 netas brasileiras.

O tempo passa, já no seu primeiro aniversário.

Em 12 de fevereiro de 1956, já a parteira vem a São Joaquim e nasce Allan, um menino forte e branquinho.

O casal morou em várias casas alugadas, compraram um terreno e tinham planos de construir depois de voltarem da Escócia, mas não era para ser assim. O dono pediu um aumento de 50% no aluguel, Sr. Jaime achou demais, foi para casa, desanimado, fez cálculos e uma proposta. Dê-me um prazo de 3 meses com o aluguel como está e desocupou a casa, e o dono concordou, e com isso construiu a casa na Rua Acre 694.

Em 14 de dezembro de 1957, agora a gestante vai a Uberaba, pois no dia 13 era a formatura de Janeta Maxwell, e logo após a formatura, a Margaret nasceu.

Em 1958 voltaram à Escócia. Nesse período houve algumas mudanças. Sr. Jaime não mais encontrou seu pai, pois falecera em 1956, e também D. Jenny conseguiu assistir ao casamento de seu melhor irmão, o único.

Em 1960 D. Christina McSorley veio ao Brasil, pois ouvira um relatório de D. Jenny dizendo que havia necessidade de parteiras e enfermeiras aqui no Brasil e veio para trabalhar como parteira; chegou em boa hora, pois em 18 de agosto de 1960, seus serviços foram necessários, pois nasceu um outro menino forte e branquinho.

Nem sempre era só alegria, havia momentos difíceis na vida do jovem casal.

Muitas vezes a vida era dividida em períodos entre Brasil (6 anos) e Escócia (1 ano) para que os filhos pudessem estudar nas escolas e também pelo fato de a viagem de ida durar mais ou menos 21 dias, então não podia fazer uma viagem de pouco tempo. Agora a mesma distância se faz não em 21 dias, mas em 24 horas, então há uma adaptação: menos tempo lá e às vezes mais viagens a miúdo.

Num desses períodos de tempo no Brasil houve várias mortes de familiares. Chega notícia da terra natal de que o irmão do Sr. Jaime falecera, jovem, e de repente... a distância fica ainda mais longe; em 1961, Robert faleceu, por fim a mãe do Sr. Jaime também faleceu.

Em 22 de maio de 1963 em São Joaquim da Barra, nasce um outro joaquinense, forte e branquinho, mimado por todos, mas que veio a falecer em outubro do mesmo ano.

Em 1965, Sr. Jaime pretendia visitar Brasília com Sr. Guilherme. A família toda foi à Uberaba e, na volta, D. Jenny dirigindo a Kombi, sofreu um acidente, pois um pneu furou e a Kombi capotou. Houve a ajuda de pessoas que trouxeram a família à São Joaquim, e Ordelina levou um susto ao abrir a porta e dar de cara com a família Crawford toda suja e descabelada e com sangue pelo rosto... Sr. Jaime acabou não indo à Brasília, voltou, passou e viu a Kombi e a D. Leila disse: estão mentindo, pois ninguém saiu vivo dessa Kombi, mas todos estavam vivos, uns com arranhões, outros, cortes, e o Willie com braço engessado, e depois ainda com o gesso pegou catapora... e como coçava o braço engessado...

Em 1966, na Escócia, passaram um ano morando com os pais de D. Jenny, e foi um período em que os netos foram mimados pelos avós,que já conheciam Allan e Meg mas que não mais se lembravam deles.

O casal muitas vezes levava duas moças, ora uma ora outra, Ordelina e Aguinalda e, muitas vezes, ao saberem que tinham dois filhos e uma filha, o comentário surgia: “Olha que casal estrangeiro legal, adotaram uma menina de cor... tão diferente dos outros três filhos ”. Ordelina e Aguinalda passavam mais como filhas do que a Meg, mas não sabiam a razão. Lembram-se da formatura da Janeta? Pois é, naquela madrugada a Meg nasceu, e Uberaba ficou tão boquiaberta diante de tanta beleza que apagou a luz e ela nasceu à luz de vela, por isso ficou moreninha...

Sr. Jaime viajava muito para um lugar e outro levando a palavra de Deus e D. Jenny ficava em casa cuidando dos filhos, muitas vezes tendo de fazer decisões sem poder ligar para pedir opinião, sem poder enviar email nem torpedo para saber a opinião do Sr. Jaime.

Ela foi responsável por escrever cada hino a mão para que depois Sr. Luiz Soares e Jairo Roberto escrevessem as palavras abaixo das notas antes de ir para a gráfica. Mesmo com gripe não parou.

Aqueles que possuem o “Cânticos de Sião” com música podem notar que é uma verdadeira obra de arte – legado de D. Jenny para o povo brasileiro. Sr. Ramón preparou os fotolitos retratando fielmente o serviço e sacrifício que ela teve. Não é à toa que agora sofre de bursite.

Muitas vezes Sr. Jaime ia a Uberlândia com Euseli Dantas para fazer compras na sua DKW. E ao chegar a São José da Bela Vista era conhecido como seu sogro.

Tem dois netos de sangue, mas tem muitos netos e até bisnetos espirituais

Sr. Jaime não gosta de hospital.Passou somente uma noite em 1987, e só ficou mesmo no hospital depois de comemorar seu aniversário de 80 anos na Escócia, em seguida veio ao Brasil e passou por uma cirurgia. Nas horas difíceis sempre contou com um abraço amigo e, não ficou sozinho no hospital. Na recuperação – foi paparicado...

Sr. Jaime sempre se interessou por gráfica, editoras, livros e, esse interesse fez com que se envolvesse na revisão de Hinos e Cânticos, junto com a equipe inicial e até a equipe atual. Depois, como tesoureiro de A Senda do Cristão, e também na distribuição de 5.000 exemplares a cada 3 meses.

Finalmente, recordando Wilma Strachn e Alex John da Escócia, que se pudessem estar aqui e dizer algo, seria:

Sr. Jaime e D. Jenny, lembre-se que o Deus dos Montes é o Deus dos Vales. E também se passar no vale: Vá e diga tudo ao SENHOR.

Minha gratidão à Margaret, sua filha, que forneceu os dados acima.

Orlando Arraz Maz

domingo, 11 de dezembro de 2011

Evangelho segundo Jesus Cristo

Homenagem ao Dia da Bíblia comemorado neste domingo. 

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:15-16


O Evangelho segundo Jesus Cristo é o Evangelho que transforma, que é poder.
É diferente de todos os outros evangelhos.
Ensina uma nova vida em Jesus Cristo e dá plena esperança de uma Vida Eterna.
Este é o Evangelho que interessa.
Não é produzido pela inteligência humana ou por conceitos totalmente falíveis e  medíocres
É o Evangelho que nasceu no coração de Deus, e que se manifestou em carne na vida de seu filho Jesus Cristo.
Este Evangelho alimenta a alma e apresenta um Salvador que tem poder para ressuscitar  os mortos no Grande Dia.
É o Evangelho que abriu as portas do paraíso ao ladrão na Cruz,
Que transformou a mulher pecadora,
E que há mais de 2000 anos vêm transformando e dando esperança a milhões de vidas.
Este Evangelho é o Evangelho da Cruz.
É o Evangelho do Homem que ressuscita,
Que volta ao céu, lugar de onde veio.
E do lugar que virá buscar todo aquele que nele crê.
Eu creio neste Evangelho e não preciso de nenhum outro.
É o Evangelho pregado pelo Apóstolo Paulo, que assim se expressa:
"Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos),
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema."
Gálatas  1:1-9
Este Evangelho é o poder de Deus para a Salvação de todo aquele que crê.
Creia nele.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

UMA RESPOSTA INFELIZ

Não faz muito tempo deparei-me com um artigo que veio às minhas mãos, casualmente, respondendo a seguinte pergunta:

“Como interpretar o verso bíblico: “as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas como também ordena a lei” (I Cor.14:34). Será que a Bíblia ensina que as mulheres não podem falar na Igreja ? Como explicar isto” ?

A argumentação contida na resposta, à medida de sua leitura, tornava-se enfadonha, pois não havia qualquer conteúdo espiritual. Mesmo enfadado, consegui chegar ao final do artigo, cuja conclusão peço a licença ao amado leitor para sua transcrição:

“Conclusão: Paulo não sabia nem imaginava o potencial das mulheres, sua época não permitia pensar corretamente neste particular. Hoje, porém, a maior igreja do mundo, de Paul Yang Choo, é um sucesso devido aos grupos familiares, que os homens não conseguiram liderar com êxito, mas sim as mulheres que fizeram com sua dedicação a Igreja de Paul Yang Choo na Coréia, a maior igreja do mundo”.

E conclui: “Portanto, quase 100% das igrejas cristãs, aceitam o fato de as mulheres participarem em suas atividades, ainda que, em muitos casos, os homens ocupem os cargos de maior responsabilidade”.

Embora abismado com esta colocação absurda, confesso que tirei boas lições para minha vida espiritual, as quais, de maneira simples, desejo compartilhar com o leitor deste artigo.

1) A inspiração divina da Palavra de Deus:

Como usarmos uma Bíblia cujas partes são inspiradas, outras não? É como se adquiríssemos um veículo cuja garantia estaria condicionada somente a algumas partes do mesmo. Como estaria o seu possuidor ao dirigi-lo: “bem, se fundir o motor, a garantia da fábrica não cobre; mas a garantia do sistema de arrefecimento está coberta; não tenho a garantia de câmbio.” Já imaginaram a intranquilidade deste proprietário ?

Bem, podemos transportar este pálido exemplo para o terreno espiritual:

“Esta passagem das Escrituras que fala da minha salvação é verdadeira; esta, que fala do inferno,não é; esta que fala do pecado tem somente 50% de verdade; esta que fala da divindade de Jesus é duvidosa.”

Que seria da tranquilidade espiritual do ser humano ! Um vale de dúvidas, incertezas e desilusões.

Pois bem, a conclusão a que chegou o subscritor daquela resposta, nos leva a pensar que ele não confia na autenticidade total das escrituras.

E para ter certeza desta minha afirmação, em minha teimosia, consultei um seguidor da mesma seita do autor do artigo, indagando-o se aceitava a total inspiração da Palavra de Deus. E sua resposta veio imediatamente:“algumas partes, sim; outras, não, pois os homens mudaram os originais.”

Louvado seja Deus porque seus verdadeiros filhos não pensam assim.

Quando Paulo escreveu para seu filho Timoteo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2ªTim. 3:16,17) , ele quis dizer “TODA ESCRITURA”. Não apenas uma parte, ou algumas passagens.

O autor das Sagradas Escrituras é o Espírito Santo.

O apóstolo Pedro em sua carta afirma: “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(II Pedro 1:21). Ele afirma que os apóstolos “pelo Espírito Santo enviado do céu pregaram o Evangelho (I Pedro 1:12). E coloca os escritos de Paulo no mesmo plano elevado das “outras Escrituras” ao dizer: “...o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada...em todas as suas epístolas...que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras...(II Pedro 3:15,16 ).

É surpreendente e aterradora a conclusão daquele artigo, no qual Paulo “não sabia nem imaginava o potencial das mulheres, sua época não permitia pensar corretamente neste particular...”.

Então, a conclusão a que chegou o subscritor daquela resposta é que Paulo não escreveu pelo Espírito Santo esta parte das Escrituras, ou, caso contrário, que o Espírito Santo seria incapaz de revelar a Paulo o potencial da mulher.

2) As seitas ao nosso redor não aceitam a Palavra de Deus, as Sagradas Letras, na sua totalidade e divinamente inspiradas. Preferem interpretações de pessoas profanas que são seguidas e obedecidas por elas. Chegam a citá-las sempre em primeiro lugar em seus escritos e em suas prédicas, relegando a Palavra de Deus para um segundo lugar. É lamentável como o inimigo tem cegado a tais pessoas, a fim de que não vejam as belezas de Cristo em TODA A ESCRITURA - de Gênesis à Apocalipse.

Algumas seitas não aceitam a divindade de Jesus Cristo, outras não têm a segurança da salvação; outras entendem que o sofrimento no inferno não é eterno, que não existe pecado no homem, que a morte de Cristo de nada serviu, que a ressurreição foi um embuste, e assim por diante. Por que? Porque não aceitam a total e plena inspiração das Escrituras.

Quando o verdadeiro filho de Deus, aquele que recebe a Cristo como Deus - Salvador (João 1:12), entende o plano de salvação, o Espírito Santo vem fazer nele morada permanente, levando-o a convicções espirituais internas e tornando as Escrituras como mananciais de bênçãos.

“ Sua fé não depende de provas externas, mas de experiência íntima. O crente vive pelas Escrituras e deleita-se na sua luz. Tem uma segurança consciente e íntima de que é filho de Deus, e de que as Escrituras são a Palavra de Deus. As provas externas servem para classificar e fortalecer a sua fé, mas a prova absoluta e infalível de que o sistema Cristão é, sem dúvida, o verdadeiro sistema, encontra-se no testemunho do Espírito Santo no seu coração, quando lê, e na sua experiência como crente. Mesmo que não possua o conhecimento de todas as evidências escolásticas e científicas, que lhe permitem defrontar os críticos destrutivos no seu próprio terreno, o crente repele as suas dúvidas da mesma maneira como fez o cego curado pelo Salvador, que replicava a todos os argumentos dos fariseus, com a sua convicção inabalável: “Se é pecador, não sei; uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo” (Citação de A Inspiração das Escrituras de Boethner e Warfield - pgs 73/74).

3) Por último, aprendi com esta falsa interpretação que aqueles que não têm o Espírito Santo, não podem entender as coisas do Espírito. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.(I Cor. 2:14).

Que a convicção de cada filho de Deus, no tocante à veracidade das Escrituras, aumente sempre.

O inimigo através dos tempos sempre procurou colocar em dúvida a Palavra de Deus. Começou no Éden e nunca mais parou. Hoje ele se infiltra em homens religiosos, agrupamentos que crescem a cada dia, porque seus seguidores não deixam a luz de Cristo raiar em seus corações.

Que possamos combater as falsas doutrinas estudando e amando sempre as Escrituras, tal como fazia Timoteo desde sua infância: “ E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”.

Orlando Arraz Maz

sábado, 3 de dezembro de 2011

GRANDES COISAS

GRANDES COISAS FEZ O SENHOR POR

MIM E PORISSO ESTOU ALEGRE


Hoje para mim é um dia especial. Emplaco 69 anos.


É dia de gratidão a Deus, pelo milagre do nascimento físico:

60 trilhões de células, 160 mil quilômetros de fibras nervosas, quase 100 mil quilômetros de vasos responsáveis por fazer o sangue circular pelo corpo, 250 ossos, isso sem falar nas juntas, nos ligamentos e nos músculos.

E este corpo formado pelo poder de Deus é descrito pelo rei Davi neste belíssimo salmo:


“Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
“Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra”.
“Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia”.  Salmos 139:13-17

Hoje, não somente conheço um Deus Criador, mas um Deus que se fez homem, que nasceu de forma milagrosa de uma virgem chamada Maria e que ao morrer em uma cruz tornou-se um Deus Salvador – o meu Salvador e Senhor.

Sou grato a Deus porque pais piedosos me levaram ao conhecimento de Cristo, e esse foi o maior milagre; ganhei uma esposa amorosa e paciente, dois filhos e um genro, todos dedicados, e uma neta preciosa. Ganhei bons amigos, familiares e uma grande família de laços espirituais.

Com propriedade faço minhas as palavras do Salmista:

“Grandes coisas fez o Senhor por mim e por isso estou alegre”

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UM CAMINHO SEGURO


“Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar” (Salmo 143:8)

“Mostra-me o teu amor fiel já pela manhã, porque confio em ti. Mostra-me o caminho por onde devo andar porque minha oração é sincera”(Bíblia Viva).

É bastante difícil destacar um versículo dentre os doze deste salmo.
É como tentar separar fragrâncias de um perfume ou, ainda, tentar decifrá-las.

O salmista sabe que há um Deus pronto a ouvi-lo, e esta é a razão porque ele começa com a expressão: “Atende Senhor, a minha oração; dá ouvidos às minhas súplicas”.

Como é animador ter um Deus à disposição dos seus filhos. Um Deus que ouve e responde segundo a sua fidelidade e justiça.

O salmista deseja ouvir sua voz pela manhã, manifestação sublime da sua graça.

Desejamos ouvi-lo pela manhã? Então que tal convidá-lo a sentar-se ao nosso lado e deixar que Ele nos fale.

Quanto barulho há durante o dia, quantos afazeres, quantos compromissos.
Mas pela manhã é o melhor tempo para nossa alma envolver-se com o clima celestial.
E o salmista queria ouvir sua voz pela manhã. Longe das correrias do palácio, dos problemas do reino. Queria estar a sós com seu Deus Maravilhoso.

“Mostra-me o caminho...” Somente o Deus da graça pode conduzir-nos por um caminho seguro.
No decorrer do dia podemos ficar assustados com os caminhos que aparecem. Quantas encruzilhadas difíceis!

Ele quer conduzir nossos pés de forma segura pelo caminho da paz, da proteção, do conforto, da bênção, da vitória.

Não deixemos para procurá-lo somente à noite, mas que à noite possamos agradecer-lhe pelos cuidados e proteção durante o dia, fruto da nossa oração pela manhã.

De Meditações nos Salmos

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A SEGUNDA MILHA

E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
Mateus 5:41

Qual a nota que você se daria na observação deste mandamento de Jesus?
Ou para você este versículo é letra morta, uma assertiva incoerente, já que a Bíblia é um livro vivo.
Pois bem, vamos ao versículo, depois à nota.

O chamado sermão do monte contém preceitos extraordinários, que só podem ser cumpridos pelos novos filhos do reino.Aqueles que abraçaram o evangelho, e que são revestidos pelo poder do Espirito Santo.

O ser humano por si só jamais poderia oferecer sua face para bater, amar seu inimigo, bendizer os maldizentes, e daí uma série de aparentes disparates. Entretanto, quando submetidos e obedientes ao Senhor Jesus, os filhos do reino se alegram em imitá-lo.

O apostolo Pedro assim escreve em sua primeira carta:

" O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente"
1 Pedro 2:23

Voltemos ao nosso texto: E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.

A exigência vem da legislação romana, onde os superiores obrigavam seus súditos a caminharem a milha legal. Caso viessem a percorre-la, se dispunham a caminhar a segunda milha.

A segunda milha representa tudo o que eu posso e devo fazer para meus semelhantes. São os serviços que outros vão recusar, ou mesmo se afastarem com desculpas inconsequentes. E assim, a segunda milha passa a ser letra morta.

Quantas vezes não abro mão do meu conforto, não saio da minha rota, para não caminhar com meu próximo, ou com meu irmão a segunda milha, demonstrando o meu amor e minha obediência ao ensino do meu Rei.

Somente quando eu caminhar a segunda milha com alegria, vou conquistar o meu irmão, e com esta atitude poderei mudar a história de sua vida.

Mas, qual foi a nota que você se deu? Seja ela qual for, uma coisa é certa: você e eu temos que melhorar, e muito.

Caminhar a segunda milha é o mínimo que devo fazer para alcançar o máximo.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vida abençoada e abençoadora


Dos 18 aos 63, um caminho de marcas abençoadas e abençoadoras.

Foi lá pelos idos de 1967 quando tive a melhor experiência: conhecer uma jovem de 18 anos, bonita, cheia de vida, sorridente ,por quem me apaixonei.

E dos 18 aos 63, por volta de 45 anos de felicidade, eu a segui como por uma estrada, sem curvas, reta, sem barrancos ou buracos.

Hoje, olhando com os olhos da experiência da vida, quero espalhar orquídeas , rosas, margaridas ao longo dessa estrada, para que outros 45 anos possa caminhar por ela.

Não sei se dou parabéns a mim ou a você. A você, sem dúvida pelo seu aniversário, a mim, por tê-la a cada dia como presente de Deus.

Que o Deus da paz inunde seu coração de paz.

Felizzzzzzzzzzzzzzzzzzz aniversario.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ÁGUAS DE DEUS


“Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro, lava-me e ficarei mais alvo do que a neve” (Salmo 51:2,7)

A sujeira nunca foi agradável. A infância é um período da vida onde o banho é recusado. Crianças, na maioria das vezes, lutam contra o banho. Já na adolescência há banho demais. O jovem cuida do seu corpo. Se for homem, após o banho escolhe o seu perfume predileto; se for mulher, os cremes apropriados. Desejam mais estar limpos e asseados para os outros do que para si mesmos.

Quando olho para este Salmo descubro um homem que desejava ser lavado por Deus. A sujeira do pecado o incomodava, tirava-lhe o sono, perturbava, mexia fundo no seu coração.E desejava o lavar de Deus para apresentar-se a Ele limpo de seu pecado.

A lavagem do corpo é necessária. Os ingredientes e os métodos escolhidos são meus. A lavagem da alma, bem como seus critérios,são de Deus. Quando tomamos a iniciativa em usarmos nossos métodos, saímos mais sujos da presença de Deus.

Deus tem condições para me lavar. Quando  sinto a sujeira do pecado, e logo o confesso e o abandono, e me entrego à limpeza de Deus, o processo é perfeito e a limpeza é total.

Notem a colocação do verbo no texto: “lava-me” e  não “lavo-me”. Quando  a iniciativa é  de Deus, estou me submetendo a Ele. Devo abaixar-me, devo curvar-me, afim de que todo o meu ser seja atingido por sua “escova”. Pode doer, mas o sucesso é garantido. As manchas são removidas e a alma fica mais branca do que a neve.Deus deseja ver-me limpo para Ele e só assim posso mostrar-me aos que me cercam.

Que exemplo notável Davi nos deixa . Um homem sujo lavado por Deus, um coração quebrantado, totalmente renovado, uma voz abafada encantadoramente afinada, oferecendo um louvor perfeito a Deus.

O processo de Deus não falha. E Davi experimentou-o como uma das maiores experiências de sua vida.

Anos mais tarde Pedro recusou ter seus pés lavados por Jesus. Em tempo mudou seus pensamentos e os efeitos foram prontamente notados.

Quando Deus nos lava somos usados por Ele e vistos por Ele como dignos de nos assentar à sua mesa e participar das suas iguarias deliciosas.

Mesmo lavados e purificados os homens impõe seus critérios, os preconceitos permanecem e a desconfiança torna-se uma constante.Que conforto saber que Deus não age assim.

Que tal nos mergulharmos na “banheira de Deus”, deixar que suas mãos santas nos lavem, e purificados, voltarmos a Servi-lo de todo o coração.

Humilhar é preciso.Reconhecer o pecado é indispensável e confessá-lo é o único caminho do retorno para Deus.

“Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo”


De Meditações nos Salmos
Orlando Arraz Maz

domingo, 6 de novembro de 2011

HELGA PASSOLD - CHAMADA PELO SENHOR


"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados;
perplexos, mas não desesperados"
Segunda Carta de Paulo aos Corintios 4: 8

Ao cair da tarde deste domingo, lá pela cinco horas, partiu para estar com Cristo, nossa querida Helga.

Em meio à guerra travada contra um câncer, caiu em plena atividade na obra do Senhor. Caiu a valorosa serva no meio da batalha.

As sombras de um sofrimento prolongado se foram, para dar lugar ao sol da presença deliciosa de Jesus Cristo.

Helga entrou pelos portais da glória, e seu espírito descansa nos braços do Salvador que tanto amou e honrou em sua vida.

Este blog homenageia esta serva de Cristo, mestra na evangelização de  crianças, evangelista abnegada. Somente a eternidade revelará os frutos de seu trabalho, lugar onde receberá a Coroa de Glória.

Imitemos esta nobre serva de Cristo e honremos a mulheres como ela.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Rocha Perfeita

“...Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu”... habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no oculto das tuas asas...” (Salmo 61)

Em São Paulo é bem difícil avistar montanhas. Apenas prédios bem altos. E, às vezes, a poluição não nos permite!

Nos tempos bíblicos o cenário era bem diferente. Jerusalém era uma cidade rodeada de montanhas (Salmo 125:2). E Davi as conhecia muito bem. E olhando para elas recebeu inspiração para muitos dos seus salmos.

Neste, Davi está sendo perseguido por Absalão. Está no seu limite, aflito e com medo. Mas, ao olhar a rocha à sua frente, suas esperanças são renovadas. Ele se sente um anão perante a grandiosidade da rocha, e clama ao Senhor que o leve para a rocha que é mais alta do que ele.

Ele vê em Deus uma “rocha de refúgio” (Salmo71:3). E como na casa de Deus (o tabernáculo), quer refugiar-se no oculto das suas asas. Um lugar quente, próximo ao coração, o mesmo onde um dia se abrigou o apóstolo do amor, ao reclinar-se ao lado de Jesus.

Como vai nosso viver? Vivemos assustados face a tantos problemas? Medo do bandido, do traficante espreitando nossos filhos na escola? Medo de perder o emprego? Medo do futuro?

Façamos como Davi que buscou uma rocha mais alta do que ele, mais alta do que os seus problemas e apreensões, e lá permaneceu tranquilo.

Jesus Cristo é a rocha inabalável que serve de abrigo, proteção, confiança, e no “deserto” das nossas aflições, mata nossa sede.

Será que temos buscado refúgio Nele? Ou temos recorrido às "rochas" frágeis e incapazes de nos socorrer? E nossas frustrações nos têm jogado por terra?

Que em nosso viver os problemas não nos vençam. Que sejamos sinceros e tenhamos o coração aberto para clamar por socorro à Rocha da nossa Salvação, nosso Amado Salvador.

Afinal de contas, Ele está à nossa disposição e deseja nos abrigar dos "fortes temporais" e tirar todo o nosso medo. Ele é a Rocha perfeita e segura.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A MORTE DO LOUVOR


Com o surgimento dos grupos neopentecostais o louvor ficou totalmente modificado. Incorporou-se a tais movimentos uma gama de autores e compositores de letras e musicas de espiritualidade duvidosa, denotando a falta de unção do alto.

Paralelamente, surgiram conjuntos com instrumentos, produzindo um som bastante alto, muitas vezes incompatível com o espaço onde tais músicas são executadas.

Daí, um pequeno passo para as igrejas chamadas tradicionais imitá-los.

E esse "louvor" por muitos chamados de "louvorzão" ocupou espaço e afugentou os hinos tradicionais. Felizmente, ainda há os que apreciam um louvor inspirativo.

Já vai longe o tempo que existia o prelúdio e o poslúdio, palavras que muitos desconhecem.

Antes do culto, um fundo musical era executado, ora com um órgão, violino, piano. Enquanto eram executados, os presentes podiam orar e meditar, e neste silêncio abençoado se prepararem para receber a mensagem de Deus no coração.

Da mesma forma, o poslúdio era executado ao final da mensagem, quando se permitia uma reflexão da mensagem pregada.

Essa pratica não existe mais em muitas igrejas. O culto já inicia sob a intensidade do som para desespero de muitos fieis. A maior parte do tempo é usada para apresentações, e quando o ministrante inicia sua prédica, seu tempo é escasso e minguado.

A solenidade do culto precisa ser restabelecida com urgência.

Que haja no seio das igrejas o bom senso para se estabelecer um culto que agrade ao Senhor e edifique a vida dos seus membros.

Mesmo com o uso de instrumentos que a era moderna tem trazido, apresentados com moderação e espiritualidade, e o cântico de letras com sólida base escriturística, ainda será possível um culto bastante apreciado, com prelúdio e poslúdio, onde todos podem se alegrar e dizer como o salmista: "Alegrei-me quando me disseram: vamos a casa do Senhor ou  A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas te cantarei louvores".

Que assim seja para a Glória do Rei.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pedro, apóstolo, uma lição para todos


Uma reflexão sobre a vida de Pedro entre a negação  e sua chamada para pastorear as ovelhas.

Muito se tem escrito sobre a vida de Pedro, ora ressaltando seus pontos fortes, ora os fracos.

Entretanto, tudo  o que sabemos está inserido nas Sagradas Escrituras, e se  além destas informações outras nos  chegarem,  devem ser totalmente desacreditadas.

Sem dúvida há uma grande curiosidade em descobrir detalhes de sua vida, mas o que o autor das Sagradas Escrituras, o Espirito Santo, quis que nós soubéssemos,  foi revelado aos seus leitores.

Gostaria de meditar sobre o periodo que vai da negação até ao encontro de Pedro com Jesus à beira mar.

A trajetória de Pedro começou na última ceia, quando Jesus lavou os pés de seus discípulos.
Já era noite e Jesus saiu para o Jardim de Getsemani, também conhecido como Monte das Oliveiras, onde ocorreu a prisão, com a participacão de Pedro  no ataque ao servo do sumo scerdote.
Pedro permaneceu ao lado de Jesus, mesmo sendo repreendido.

O evangelista Marcos escreve em seu evangelho que todos  fugiram, mas o evangelista João afirma que ele e Pedro seguiram a Jesus. Mateus esclarece que Pedro seguia de  longe, ambos em direção ao palácio do sumo sacerdote.

E lá  ocorreram as tristes negações sobre a pessoa de Jesus. A primeira sendo interpelado  pela porteira do palácio, depois por um dos presentes e por fim pelo servo do sumo  sacerdote quando ouviu o cantar do galo,   trazendo à sua lembrança as palavras ditas por Jesus que culminaram em lágrimas de arrependimento.

 E Pedro desaparece do cenário bíblico até o majestoso dia da ressurreição.

Onde estivera  durante a crucificação? João relata que ao pé da cruz estavam a mãe de Jesus, João, o discípulo amado, a tia de Jesus, Maria, a mulher de Clopas e Maria Madalena. E ao ser retirado da Cruz e levado ao túmulo,  apenas José de Arimatéia  e Nicodemos.

Neste  curto período entre a retirada da Cruz e a ressurreição  não sabemos onde estivera,  mas que a noticia da ressurreição causou uma alegria extraordinária em Pedro, temos plena certeza pela sua corrida ao sepulcro, quando perdeu para João.

Lucas em seu evangelho, no cap. 24 vers. 34 esclarece:
 "Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão."

E o apóstolo Paulo, escrevendo sua primeira carta à igreja de Corinto (15:5), faz referência a tal encontro.
"Que apareceu a Cefas, e depois aos doze".

Por certo, desejou Jesus  convencê-lo de sua ressurreição e  prepará-lo para a liderança que ele ocuparia mais tarde, e para lhe dar a certeza de perdão depois de suas negações.

Nada sabemos deste encontro secreto, mas sem dúvida Pedro foi plenamente restaurado.  Não foi enxotado da presença de Jesus,mas recebido carinhosamente nos braços de seu Salvador amado.

Alguns dias depois encontramos Pedro em plena pescaria frustrada, e ao descobrir que Cristo estava na praia se atirou nas águas para chegar mais rápido que os demais, que permaneceram no barco.Nadou cerca de 90 metros,chegou com as forças exauridas, todo molhado, mas pode ver o rosto de Jesus refletido na luz do sol.

Desta vez João ficou para trás e Pedro chegou em primeiro lugar.

Lá estava o Cristo ressuscitado.

 David Smith assim escreve:" O evangelho começa com a encarnação e termina com a ressurreição ; a encarnação é a união de Deus com a humanidade, e a ressurreição é a união da humanidade com Deus".

E para que esta união fosse consolidada,  naquela praia foi travado um dos diálogos mais emocionantes que encontro nas Escrituras.

Três vezes Jesus pergunta a Pedro: (João 21: 15 a 17)

"Simão,filho de Jonas, amas-me mais do que estes?"

E nesta ocasião ,à beira da praia, face às três perguntas, quem sabe lhe vem à mente as três negações, e na terceira vez sua resposta é enfática:  "Senhor,tu sabes tudo, tu sabes que te amo" e não ousou dizer mais nada.

Quantas lições me trazem estas reflexões !:
1)Todos nós,de um jeito ou de outro temos desapontado a Jesus através  de nossas  palavras;
2) Jesus sempre vem à nossa procura desejando restabelecer a comunhão;
3) E se o amarmos  como Pedro, podemos dizer-lhe: " Senhor,tu sabes tudo,tu sabes que te amo";
4) E ao confessarmos nossa negligência, ele nos abençoará com seu perdão.

Jesus sempre estará na "praia" para nos receber e confortar, com uma alimentação substancial por ele preparada.

 Que tais reflexões aumentem nosso amor por este bendito Salvador.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MIGALHAS ABENÇOADAS

Ela chegou de mansinho. Veio de um lugar distante.
Ostentava uma cultura grega, pois sua origem era das terras da Fenícia.
E encontrou a casa certa.
Era aquela mesmo. Não foi difícil encontrá-la, apesar de o Mestre ser enfático:

“Que ninguém saiba onde estou”

E sorrateiramente, sem ser notada, entrou.
Jesus estava lá.
Trazia o coração dolorido e os olhos cansados de chorar,
E trazia, também, algo que ninguém podia ver: esperança e fé.
Desejos muitas vezes escondidos no mais profundo ser.

E lançou-se aos pés de Jesus, adorando-o e clamando por socorro:
“Minha filhinha está possessa por um espírito imundo”
E Jesus permaneceu calado, mas não permaneceu distante.
Ele pode olhar nas profundezas daquela alma e sentir a dor daquela mãe.
Ora, ele também tinha sua mãe, ele também era filho.

E Jesus quis testar a fé daquela mulher, ao responder-lhe:
“Preciso dar de comer ao meu povo, pois para eles eu vim”.
“Não é bom desperdiçar o alimento que dá vida e jogá-lo aos cachorrinhos”

E a mulher, ainda prostrada ante  aqueles santos pés,
Na total dependência do poder de Jesus, exclama:

“Mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças”

E Jesus elogia a magnitude da fé e da humildade daquela mulher, e responde-lhe:
“Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu da sua filha”.
E chegando a casa encontrou-a totalmente libertada.

Que eu seja,Senhor, aquela mulher aflita.
E que possa encontrá-lo levando meu coração ferido.

E quantas são, Senhor, as minhas angústias! O medo do amanhã,
O abandono, o assalto, o bandido na esquina, meus filhos na escola...
O inimigo de minha alma querendo possuí-la, levando-me para longe dos teus braços.

Que eu seja aquela mulher, Senhor, e que não meça qualquer esforço para encontrá-lo.
Eu sei que estás sempre por perto. E sabes a razão das minhas lágrimas.

Que eu seja aquela mulher de fé, Senhor, que não argumenta diante da resposta,
Que não se ofende, que não revida, que não lhe trata mal.
E que sabe que só em ti há soluções, não só para o dia a dia,
Mas para o dia eterno, quando tu enxugarás dos olhos toda lágrima;
e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas.

Que eu adore como aquela mulher, Senhor, mesmo no mais profundo abismo da minha alma.
E que, prostrado aos teus pés, encontre a solução tão desejada.
E possa descansar em paz e voltar para casa confiante e triunfante:
“Jesus libertou-me das garras do inimigo”.
“Louvadas as migalhas que comi das tuas mãos”

Orlando Arraz Maz

Mateus 15:21 a 28
Marcos 7:24 a 30:

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

WILLIAM E LEILA MAXWELL - SR. GUILHERME

2ª E ÚLTIMA PARTE






PRIMEIROS RESULTADOS

A oposição não demorou a aparecer.  O padre da cidade de São Joaquim proibiu o povo de ir aos cultos, mandou que rasgassem os folhetos que receberam e ameaçou ir pessoalmente ver quem estava lá.  Isto diminuiu a frequência, e por alguns domingos não houve reunião porque ninguém apareceu.  Porém, lembrando que a ordem de pregar vinha do Senhor, William continuou e no devido tempo viu muitas almas salvas. Estes servos do Senhor enfrentaram oposição de várias formas, citamos aqui apenas dois exemplos. 

Em Outubro de 1940 Guilherme alugou uma sala em Santana (hoje chamada Ipuã) a fim de pregar o Evangelho.  Apesar de não atrair multidões, sempre havia algumas pessoas interessadas em ouvir.  O padre local passou a anunciar que o pregador era comunista, e estava sendo procurado pela policia.  Mais ou menos nesta época eles compraram um carro Ford 28 e assim podiam ir mais longe.  Ele foi levar o evangelho a Campina Verde, e Leila e sua filha, ainda bebe, foram juntos.  Chegando lá, a primeira coisa que fez foi reservar um quarto na única pensão da cidade, e deixando ali sua mulher e filha ele saiu para distribuir folhetos.  Não demorou, Leila ouviu o barulho de fogos de artifício e viu as pessoas correndo em direção à praça. Ela assistia o ‘show’ da janela da pensão sem imaginar que era por causa do seu marido.  O padre usou os fogos para reunir as pessoas, e ao mesmo tempo um homem armado acompanhava o pregador ajuntando os folhetos que ele havia distribuído.  Guilherme, conhecedor das leis do país foi conversar com o delegado, que disse não ter homens suficientes e não podia garantir a sua vida e nem de sua família e aconselhou-o a deixar a cidade antes do anoitecer.  Guilherme voltou à pensão para buscar a Leila e filha, e deixaram a cidade com dificuldade porque ninguém queria vender-lhes o combustível necessário.  Na saída da cidade tinham que atravessar uma ponte onde todas as crianças da escola foram levadas para insultá-los quando passavam.  Lembro de minha mãe dizer, anos mais tarde, que este foi o aspecto mais triste de todo o episódio.
Houve também oposição de outra natureza.  Várias denominações que se diziam evangélicas criaram muitos problemas, falando mal da pessoa de  Guilherme, e criando confusão doutrinária entre os recém convertidos, tentando atraí-los.

MUDANÇA PARA UBERABA

Em 1950, Alexandre Simpson, um dos seus colegas e bom amigo faleceu.  A morte deste dedicado servo do Senhor deixou uma grande lacuna no Triangulo Mineiro e por causa disto Guilherme resolveu mudar para Uberaba com a família em janeiro de 1951, onde sua terceira filha (Leila) nasceu em junho do mesmo ano.

Esta mudança, porem, não modificou a sua maneira de trabalhar.  O diário de Guilherme e informação de outras fontes nos mostram o mesmo entusiasmo e dedicação incansável ao pregar em Uberaba, também visitando fazendas e outras cidades, agora de motocicleta. Nomes como Conquista, Sacramento, Quenta Sol, Garimpo, Babilônia, Ituiutaba, Conceição das Alagoas, entre outros aparecem, sendo que alguns locais ele conhecia da época em que morou em Ituiutaba.

Em 1952 tiveram imensa alegria e encorajamento com a chegada do irmão mais novo de Leila, James Crawford, com sua esposa Jenny que também foram chamados pelo Senhor para servi-Lo no Brasil, e que depois de um tempo de estudo da língua foram morar em São Joaquim, onde poderiam assistir à igreja que crescia, assim deixando William e Leila mais livres para continuar o trabalho em Uberaba.

OUTRAS ATIVIDADES

Alem de suas viagens e de constante pregação da palavra, vemos outra dimensão do esforço de Guilherme e Leila para alcançar a todos, em variadas atividades: 

Radio:

Deu inicio a um programa semanal de l5 minutos, onde com certeza muitas pessoas ouviram as boas novas, ainda que ele se sentisse desanimado pela falta de resultados visíveis. 

Hospitalidade:

Outra necessidade se manifestou quando Uberaba se tornou referência no tratamento médico, com bons hospitais e bom atendimento, servindo também às cidades vizinhas. Muitos crentes iam receber atendimento medico na cidade e eram sempre bem-vindos na casa dos Maxwell, alguns permanecendo por períodos prolongados.  O lar da família era acolhedor e alegre, pois Guilherme tinha muito bom humor e Leila era ótima anfitriã, assim sempre havia hospedes ou visitas na casa.

Acampamento:

No inicio dos anos 60 o pais estava se desenvolvendo, as igrejas locais crescendo e havia muitos jovens em todas elas.  Guilherme começou a pensar sobre um lugar especial para estes jovens e com o incentivo de alguns membros da igreja de Uberaba compraram uma chácara a uns 9 kms da cidade e deram inicio à construção de um acampamento.  Depois de muito trabalho, enfrentando todo o tipo de dificuldade o prédio ficou pronto, e o primeiro acampamento para jovens foi realizado em julho de 1964.  Daquela data até hoje, são realizados dois acampamentos para jovens por ano, e mais recentemente para crianças e casais.  Desde o inicio o lugar foi benção e é impossível dizer quantas pessoas foram salvas ali, ou saber o numero de outros que foram fortalecidos na fé, adquirindo um conhecimento melhor das Escrituras durante os períodos de estudo.

Ensino itinerante:

Com o crescimento do numero de igrejas em vários estados do Brasil, tornou-se necessário que mestres experientes pudessem viajar, levando o ensino bíblico necessário. Guilherme estava sempre pronto a ajudar, principalmente as igrejas mais isoladas e mais fracas.  Assim sendo, mesmo nos últimos anos de sua vida ele continuou sendo o que sempre fora, um pregador itinerante.  No final do século 20 e inicio do século 21 ele visitou muitos lugares distantes levando não somente um ensino sólido e prático, mas também visitando os lares e levando todo o calor de um amor sincero e de uma preocupação verdadeira pelo bem estar de cada irmão e irmã, com carinho especial pelas crianças.  E todos sabiam o quanto ele apreciava uma xícara de café quentinho. 

O POR DO SOL

Da mesma maneira que o sol se põe silenciosamente, mas com brilho intenso assim este homem de Deus passou os seus últimos dias, perdendo devagar a força física, mas mantendo até o fim sua paixão pelo Senhor e pelo Seu povo.  Sua companheira de vida foi levada para a presença do Senhor em 1988, mas apesar da tristeza e saudade ele continuou a fazer exatamente o que havia feito desde a sua chegada no Brasil e era muito amado e respeitado, não apenas entre o povo de Deus mas por todos aqueles que o conheciam e que foram tocados pela sua vida. 

Com 94 anos e muito fraco ele insistia em estar presente a todas as reuniões e ficava à porta, encostado na parede cumprimentando todos os presentes.  Nos últimos meses ele, às vezes, se mostrava confuso e voltava à sua língua natal ao orar, sendo que algumas vezes toda a sua oração foi feita em inglês.  Alguns diziam amém quando ele terminava, até que um dia alguém disse ao Julio Marcio: “como é que se pode dizer amém quando não entendemos o que ele falou”?  A resposta do Julio foi: “eu direi amém e amém a qualquer coisa que vem da boca do Sr. Guilherme”.

 No dia 15 de agosto quando o sol se punha em gloriosa exposição de cores, este homem simples, mas amado e respeitado foi triunfantemente recebido na Gloria, e apesar da tristeza pela sua falta louvamos a Deus na certeza de que em breve estaremos todos juntos novamente, EM CASA!

Leila Maxwell - nasceu em 23 de dezembro de 1909 e falaceu em 17 de dezembro de 1988

William Maxwell - nasceu em 19 de dezembro de 1909 e faleceu dia 15 de agosto de 2005

Ambos estão sepultados em Uberaba - MG.

Ronaldo Watterson
Agnes Penna Maxwell 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

WILLIAM E LEILA MAXWELL -SR. GUILHERME

WILLIAM E LEILA MAXWELL 
1ª  Parte


Ainda bem jovem tive a honra de conhecer este notável casal. Foi lá pelos idos de 1973, no Acampamento Verdes Pastos, onde despontou o primeiro dente de minha filha Méleri.
A alegria e a vitalidade do Sr. Guilherme e D. Leila, entre os acampantes, era contagiante e todos se empolgavam com alegres hinos e uma preciosa comunhão com o Senhor.

D Leila, entre tantos serviços dedicados ao seu Mestre, além de ser uma cooperadora fiel de seu marido, enriqueceu nosso hinário Hinos e Cânticos  com a tradução de  três belíssimos hinos, onde é possível avaliar sua alta sensibilidade poética: nº 41 - "Deixa os cuidados"; nº 54 "A maravilhosa história" e nº95 - "Vem como estás".
Os versos adiante dão de sua autoria:
                                  
Oração
Ontem levantei-me bem cedinho, e fui correndo a trabalhar.
Era tanto serviço me esperando que não tive tempo para orar.
Mas, nada deu certo aquele dia, que veloz como o vento escapuliu.
Pensei: "Deus não está me ajudando! e Ele respondeu:"Você não pediu!".
Hoje levantei-me bem cedinho,muito serviço tinha para acabar,
E por estar, assim, tão fatigada, tirei, primeiro, tempo para orar


Deixo minha gratidão à sua filha Agnes Maxell Penna e Ronald Watteson  pela biografia tão excelente que  aqui reproduzimos.

Meu desejo e oração é que a vida deste nobre casal de missionários inspire e abençoe a todos quantos passarem por este blog.

Orlando Arraz Maz






Eram dias de pioneirismo, e a diferença no estilo de vida entre os dois países era enorme, sem falar do clima, da comida e da língua.  Viajar era uma aventura, de trem ou por estradas de terra, poeirentas e esburacadas.  Rumores de guerra, e eventualmente a própria guerra aumentavam ainda mais as preocupações e a ansiedade dos primeiros anos, com a saudade companheira sempre presente, enquanto recebiam cartas com pedaços recortados pelos censores, durante a 2ª. Guerra mundial.

São Paulo, Ituiutaba e Uberaba:

O primeiro ano passou-se entre São Paulo, Ituiutaba e Uberaba no estudo da língua e aguardando a direção do Senhor com respeito ao seu lugar de trabalho, e eventualmente, depois de visitar várias pequenas cidades margeando a estrada de ferro Mogiana, mudaram-se para

São Joaquim da Barra,

porque as pessoas ali pareciam dispostas a ouvir a Palavra.  Alugaram uma casa cuja sala dava para a rua, e o Guilherme saiu pela cidade com folhetos, falando do Senhor Jesus a quem se dispunha a ouvi-lo. A presença da família causou muita curiosidade na cidade: “estrangeiros protestantes” com hábitos diferentes, e todos saiam às suas janelas ou portas quando a Leila saia com a sua primeira filha (Agnes, apelidada Ana) em um carrinho de bebê – o único da cidade.

Naqueles dias Guilherme escreveu no seu diário:
“A casa que alugamos está muito desarrumada, e vai levar uns 10 a 15 dias para começar as reuniões. Sentimo-nos muito sozinhos aqui: ‘perdidos’ sem conhecer ninguém. Queremos muito começar as pregações, mas precisamos de paciência. Hoje cedo lemos Josué 17 e esta leitura nos animou e fortaleceu. Temos inimigos fortes aqui, e também em nossos corações... pensamentos de temor e duvidas – mas certamente venceremos porque o Senhor está conosco”.
Assim que tudo ficou pronto, resolveram começar uma reunião de pregação do evangelho, todos os domingos.  A primeira foi no dia 6 de outubro de 1939, sendo que na semana anterior ele visitara todas as casas da rua convidando os vizinhos.  Ficaram contentes porque 15 pessoas aceitaram o convite, e quando começaram uma classe para crianças ficaram ainda mais felizes porque vieram 22.


COMPANHIA

Alguns outros casais missionários que trabalhavam na região eram os amigos e o apoio que tinham: João e Elizabeth Murray junto com Allan e Maria Bull em Ituiutaba; Ricardo e Maria Jones em Uberaba; Alexandre e Nettie Simpson em Conquista e Leonardo e Irene Nye em Sacramento.  Eles passavam férias nas casas uns dos outros, ajudavam quando havia reuniões especiais, estavam presentes no nascimento dos filhos e eram tios e tias das crianças.  Discutiam problemas e comparavam estratégias o que ajudava-os a lembrar que, embora longe de ‘casa’, tinham amizade e companheirismo com pessoas que compartilhavam os mesmos ideais, na terra que eventualmente seria o ‘seu lar’ e onde firmariam base duradoura, junto com as três filhas que Deus lhes deu.

AMPLIANDO OS HORIZONTES

Enquanto continuava pregando o evangelho em sua casa, como evangelista que era, William estava pensando em outras cidades e começou a visitar algumas, mais próximas, distribuindo folhetos e falando do Senhor.  Foi assim que levou o evangelho a Orlândia, Ipuã, Sales de Oliveira e Guará Chegando de uma destas visitas escreveu: “Passei outro dia, sozinho em Sales de Oliveira, e deixei um folheto em quase todas as casas da cidade”.
Em Guará, ao ser convidado pelo Snr. Antonio de Paula a pregar em sua casa, passou a ir todos os sábados durante muito tempo, fazendo, de bicicleta, o percurso de cerca de 40 quilômetros que separa as duas cidades. 

Lendo o que escreveu no seu diário, ficamos maravilhados com o esforço e perseverança deste casal.  Só o amor de Deus e a compaixão pelas almas perdidas podem levar alguém a tanto esforço, sempre ampliando os seus horizontes na tentativa de levar o evangelho a toda criatura.  Leila, naturalmente, foi a sua companheira fiel, usando seus conhecimentos de enfermagem para ajudar muitas famílias carentes.  Também passou muitas noites solitárias cuidando de duas crianças pequenas, (pois no ano de 1941 nasceu a segunda filha – Janeta), com a mesma determinação que Guilherme tinha em alcançar as almas.
Não era fácil chegar às fazendas que Guilherme visitava, mas ele não poupava a sua velha bicicleta, e voltando à noite, no escuro com apenas a luz fraca produzida pelo dínamo na roda da bicicleta muitas foram as quedas.  Mais tarde quando outro irmão, recém-convertido, passou a ir com ele, as coisas ficaram ainda piores, porque a segunda bicicleta nem luz tinha, então o Snr. Laurindo ia na frente, e a bicicleta do Guilherme iluminava o caminho de ambos, resultando em colisões e tombos, encarados sempre com muito bom humor!  Outros lugares só poderiam ser alcançados a cavalo ou a pé.

A extensão do trabalho feito por uma pessoa, sem a ajuda de companheiros na maior parte do tempo, mas dirigido pelo Senhor é impressionante.  Sem as boas estradas e os modernos meios de comunicação que temos hoje, ele plantou a boa semente nas cidades e fazendas de uma área enorme do Triangulo Mineiro e Nordeste do estado de São Paulo. (2a.parte em 07/10/2011)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MORTE APARENTE - UMA VERDADE PARA SER CONTADA


Nestes últimos dias temos assistido reportagens alusivas de pessoas que quase morreram, e neste curto intervalo entre a vida e a suposta morte, afirmaram ter visto luzes e até Jesus.


Milhões de pessoas devem ter assistido, e extasiadas foram dormir tranquilamente, pois a reportagem infundiu-lhes a certeza de que a passagem para outra vida é muito bonita, com luzes e cores em profusão, e que a morte pode ser encarada com naturalidade.

Ledo engano.

Sem dúvida tais experiências podem agradar a muitas pessoas, mas submetidas à avaliação divina são totalmente infundadas.

A reportagem veiculada deixou transparecer informações que fogem dos parâmetros divinos, e que podem ser usadas por satanás para confundir e desviar pessoas da verdade.

A Biblia é categórica em afirmar que o diabo se transforma em um anjo de luz "E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz." (2a carta de Paulo aos Corintios 11:14) e assim torna-se claro que o objetivo de Satanás é enganar, e Jesus afirma que ele veio para roubar,matar e destruir (Ev. de João 10:10)

Mas, na reportagem, por que Satanás deseja enganar?

Para não me alongar neste blog, vou expor algumas razões:

1 - Para que ninguém se preocupe em arrepender-se dos seus pecados, crer no Senhor Jesus Cristo, e recebê-lo como verdadeiro Salvador.

A Cruz de Cristo deve ser o caminho que me leva ao céu, e ao passar por ela pela fé, meu acesso é garantido. Somente assim a morte será um prazer, e o céu um lugar de maravilhas.

2 - Causa estranheza o fato de que alguns parentes já mortos e inclusive Jesus, tenham aconselhado tais pessoas a voltarem para cuidar de seus familiares, especialmente filhos pequenos.

O céu é um lugar real, onde o pecado não existe, e jamais alguém daria tal conselho para voltar à terra. É o lugar onde o profeta do apocalipse, João, afirma ser o local onde os “mortos vão descansar de seus trabalhos” .(Apocalipse 14:13)

O ladrão arrependido entrou no paraíso quando deu seu último suspiro neste mundo, uma vez que confessou a Jesus Cristo como Senhor.

Imaginem esse ladrão ao entrar no paraíso e encontrar um parente seu aconselhando-o a voltar à terra para cuidar de algum familiar que aqui ficou.

3 - As Escrituras sagradas afirmam que depois da morte vem o juízo. Não há ,portanto, qualquer possibilidade de retorno e nem tampouco um estado intermediário.

4 - O apóstolo Paulo contou uma experiência de alguém que foi ao terceiro céu, e que se supõe seja ele mesmo:

"Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar" .(2a Carta aos Corintos cap.12)

Referida pessoa não passou pela morte, mas teve uma preciosa revelação da parte do Senhor, e o que sabemos é que ouviu palavras inefáveis. Algo que não se pode exprimir, inebriante,delicioso.

5 - Aqueles que morreram de verdade, e que morreram confiados em Cristo,tem a sua mente e seus pensamentos na vida eterna voltados somente à pessoa maravilhosa de Cristo. É Ele que encherá a vida do salvo de perene alegria, e a sua pessoa será louvada por toda a eternidade.

A experiência magnífica do apóstolo João na ilha de Patmos nos dá uma amostra da experiência dos salvos na eternidade:

" E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. (Apocalipse 5)

6 - Por último, a memória dos que morreram sem Cristo, sem recebê-lo como Senhor e Salvador, ainda de acordo com o relato contado por Jesus, estará plenamente ativada,como parte do sofrimento para toda a eternidade:

“Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. (Ev de Lucas 16)

A vida eterna é um presente de Deus oferecido a todo o que receber a seu Filho como Salvador, e o céu será um lugar de delicias.

A promessa deixada por Jesus a Filipe é para todos os que crerem:

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.(Ev.de João cap.14)

Que assim seja.