"Eis o meu servo, a quem sustento
o meu escolhido, em quem tenho prazer.
Porei nele o meu Espírito,
e ele trará justiça
às nações.(Isaías 42:1)
Todas as vezes que
lemos sobre a escravatura no Brasil, ou em qualquer outro país, ficamos
impressionados como eram tratados os escravos. Castro Alves bem retratou em
seus versos a vida que levavam sob os chicotes de seus senhores.
Entretanto, ao ler sobre as
instruções concernentes aos escravos dadas por Deus a Moises, os israelitas são
lembrados constantemente de que foram escravos no passado: “Lembrem-se de que
vocês foram escravos no Egito e de que o Senhor, o seu Deus, os libertou; por
isso lhes ordeno que façam tudo isso.”(Deut. 24:18). Com vistas a esta
lembrança os israelitas deveriam tratar com urbanidade os seus escravos.
Assim, muitos se prendiam aos
seus senhores por laços afetivos, formando uma família. No tempo estabelecido
deveriam deixar mulher e filhos em troca da liberdade. No entanto, poderiam
optar em permanecer para sempre na casa de seu senhor, na companhia de sua
família.
Apenas uma condição era exigida: "Se,
porém, o escravo declarar: ‘Eu amo o meu senhor, a minha mulher e os meus
filhos, e não quero sair livre’. (Êxodo 21:5). O amor era o ponto de partida
para permanecer servindo na casa do senhor. Por certo o relacionamento entre
senhor e escravo era bom, assim como o amor pela família. Em seguida vem o segundo
passo: “ O seu senhor o levará perante os juízes. Terá que leva-lo à porta e
furar a sua orelha. Assim, ele será escravo por toda a vida” (Êxodo 21:6). A orelha furada não causava vergonha nem humilhação, pelo
contrário, alegria por pertencer ao seu dono e desfrutar dos privilégios da
casa onde servia com a mulher e os filhos.
A
figura deste escravo me fala do Senhor Jesus, que veio a este mundo para
servir, conforme ele mesmo disse: “Não
será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre
vocês deverá ser servo, e quem
quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos". (Mat.20: 26-28). E o
apóstolo Paulo também afirma sua condição de servo: “mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens”.(Filip.2:7)
Deus
enviou seu amado Filho como Servo Perfeito, sempre obediente ao Pai. Não teve
sua orelha furada, mas as mãos e os pés cravados na cruz como prova do seu
amor. E seu serviço em favor dos homens continua até hoje, salvando-os
dos seus pecados e concedendo-lhes uma nova vida. Ele desceu do céu para fazer
a vontade do Pai, como bem disse “Pois desci do céu, não para fazer a minha
vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou”. (João 6:38). Portanto, um servo
perfeito profetizado por Isaias, no qual Deus tinha prazer: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei
nele o meu Espírito, e ele trará justiça
às nações” (Isaías 42:1)
Nosso
Salvador, o perfeito e verdadeiro Servo, na eternidade, com alegria, mostrará
as marcas nas mãos e nos pés para os que creram nele, e o aceitaram como
Salvador, onde cantarão com alegria:
"Salvador maravilhoso, Deus que tomou meu lugar, Cordeiro entregue ao Calvário, morto pra nos salvar. Ô ô ô, morto pra nos salvar".
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©
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