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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE - O CAMPO IDEAL (6)




Em nosso último comentário discorremos sobre a direção do Senhor Deus na vida de Rute, a qual encontrou um amigo compassivo.

Boaz era filho de Raabe (Mt 1.5 e Os 2.1),que pela misericórdia de Deus passou a gozar das bênçãos de Israel,ficando livre da destruição de Jerico (Os 6.25). Portanto, Boaz era um homem que conhecia bem o Deus de Israel. Sua mãe, sem duvida, contou-lhe do dia em que foi visitada pelos dois espias, do esconderijo que improvisou para eles e, quem sabe, toda a vitoria de Israel derrubando os muros de Jerico ao som das trombetas. Um Deus como este, somente o Deus de Israel!

No dia em que Rute começou a trabalhar, Boaz, não se encontrava no campo. Por certo, cuidando de negócios na cidade, ou, segundo alguns, vol­tando de uma batalha. No entanto, assim que chegou, sua atenção se volta para Rute e começa a se interessar por ela. Nesses versículos temos uma amostra do caráter e do coração de Boaz.

Primeiramente, seu cuidado para que ela, distraída, não passasse para outro campo, mas que estivesse entre as demais empregadas da fazenda. Ele queria exclusividade em seu trabalho. Somente assim te­ria condições de analisar seu serviço e apreciar sua obediência.
  
Interessante este cuidado. No estudo anterior escrevemos que Boaz é um pálido tipo do Senhor Jesus, e, portanto, cumpre-nos tirar do texto boas e preciosas lições.  

Assim como Boaz chegou ao seu campo vindo de fora, nosso Salvador chegou a este mundo vindo dos céus, e encontrou-nos famintos, sem os laços da família espiritual, salvando-nos e perdoando-nos.  Agora, Ele tem interesse por nós. Quer que trabalhemos em Seu campo, pois pertencemos a Ele (I Pedro 2.9).

Como seria fácil para Rute deixar seu lugar de trabalho, quer por mera distração ou mesmo por de­sobediência. Mas a ordem era clara: "não passes daqui, aqui ficarás, estarás atenta”.Somente assim seria protegida pelo dono daquelas ter­ras, seu novo senhor.

Na Palavra de Deus somos ensinados a permanecer em nosso campo de trabalho, e prestar nosso serviço atentamente. São muitas as "distrações" deste mundo e nossa tendência é buscar aquilo que nos agrada e nesses desvãos, passarmos das divisas e nos perdermos em "outros campos".

Mas Boaz tem mais instruções para Rute: ha­via dado ordens para que seus servos não a tocassem, e quando sentisse sede estes dariam água para ela. Uma água boa, garantida, e da melhor qualidade,

Como filhos de Deus somos guardados por ele, e o maligno não nos toca. "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." (I João 5 : 18)


Será que a cada instante buscamos a fonte certa para saciar nossa sede? Ou será que temos avançado, passando dos limites e nossa sede esta sendo mitigada em poços alheios? Em João 7.37 o ensino de Jesus é este: “Se alguém tem sede venha a Mim e beba” Um dia mitigamos nossa sede de salvacão na pessoa de Cristo. E hoje, algum tempo depois, continuamos a nos dessedentar nessa Fonte?


Rute se sentia bem protegida, tinha comida boa e água preciosa, portanto, não é sem razão que se inclina com o rosto em terra (2:10),  conhecendo o favor imerecido da parte de Boaz: era uma estrangeira e mesmo  assim, Boaz lhe mostra seu coração amoroso.

Nós também fomos alcançados por uma salvação imerecida, pois éramos estrangeiros,mas Ele nos  buscou e nos amou primeiro!  Será que estamos dando o devido valor?  Será que a água preciosa e a co­mida farta estão sendo apreciadas e consumidas devidamente por nós?  Ou será que estamos nos satisfazendo em outros campos, bebendo água salobra e comendo apenas "alfarrobas"?       

Curvemo-nos diante do nosso Sal­vador e rendamos nosso louvor pelo cuidado de­monstrado a cada um de nós, colocando-nos num campo ideal, fornecendo-nos água preciosa, segurança e comida farta.

Que assim seja.
Leitura: Rute 2

Orlando Arraz Maz



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PREGADOR IRADO


Há alguns dias recebi um vídeo postado no YouTube e o assiste,atraído pela expressão usada pelo pregador: "blogueiros filhos do diabo".

Lamentavelmente, nos últimos tempos os pregadores que usam a mídia eletrônica apelam para práticas totalmente condenadas pelas Escrituras, ora prometendo favores de Deus mediante ofertas, uma barganha vergonhosa, ora se auto intitulando profetas, apóstolos, bispos. Não se apresentam como "servos",pois o título não tem carisma para eles.

Mas o pregador irado ultrapassou os limites por onde qualquer filho de Deus deve caminhar. Deixou de ser um autêntico filho de Deus para ser um pregador colérico, com ameaças, sob a expressão "e eu sou profeta,te cuida malandro,te cuida meu chapa”.

A expressão usada jamais deveria ser adotada, pois a mansidão é ensinada pelo Senhor Jesus, e esse pregador a desconhece, pois é do tipo: "bateu, levou". As instruções deixadas pelo apóstolo Paulo em sua primeira carta a Timoteo (Cap.3), são esclarecedoras no tocante ao comportamento dos presbíteros, entre as quais “moderado, não contencioso”,ou “inimigo de contendas”, traduzida por W.E.Vine como “não combatente".Deve ter um caráter pacífico,não arrogante,e estará sempre a renunciar seus direitos pessoais”(Comentário Ritchie vol.12 –pgs.88).

Além do mais, esta não é a postura de um homem que se diz ser homem da Deus. Não nos cabe o julgamento de qualquer pessoa, e este bastante ousado, de dizer que alguém é "filho do diabo". Os pregadores devem amar as pessoas que ainda não conhecem o amor de Cristo, e jamais julgar aqueles que já se confessam filhos de Deus (no caso blogueiros cristãos).

O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos Romanos, salienta: (12:17 a 21)

“A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.

Cabe ao ilustre pregador rever suas prédicas com urgência, pois aqueles que ainda não conhecem Jesus como Salvador, esperam uma mensagem de paz, de esperança e de vida eterna. Querem ouvir palavras de graça e não palavras chulas, pois estas são ouvidas em muitos lugares. O púlpito é um lugar onde os céus devem se aproximar da terra e mostrar as belezas de Jesus.

Muitos blogueiros cristãos se esforçam na apresentação de uma mensagem sadia, que só podem ser produzidas por pessoas restauradas, e jamais ser considerados como “filhos do diabo”.

Ainda é tempo, pregador, para a correção deste ato tão vergonhoso, e o senhor sabe qual é o caminho indicado nas Escrituras.

Orlando Arraz Maz
Blogueiro cristão pela Graça de Deus.











quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

GIGANTES DOMINADOS (CORRIGIDO)

 Márcio, um leitor bem atento e um querido irmão apontou  um erro na descrição dos milagres de Elias, pois este ressuscitou o filho da viúva de Sarepta, e não o filho da Sunamita,milagre de Eliseu, conforme constou no artigo.
Vai aqui nossa sincera gratidão.

Achamos por bem publicar novamente o artigo

Gigantes dominados 

Você que já foi forte, que animou e encorajou a tantos, que estancou as lágrimas de muitos, que perdeu noites de sono pensando em resolver problemas dos outros, agora se sente prostrado, sem ânimo, apático, quieto, com seu sorriso apagado, enfim, com todas as forças exauridas.

Quem sabe uma enfermidade avassaladora chegou de surpresa, e te largou no meio de um deserto, sob o sol escaldante. A voz do médico que falava pausadamente tornou - se um eco distante, e ao final você estava totalmente confuso. Saiu do consultório devagar com a sensação de que logo iria cair.

Ou ainda, a morte de alguém abriu um buraco tão grande dentro de você, que custa ser fechado. E você não segura mais suas lágrimas.

Lembra-se de Elias? O profeta de Deus que desafiou os 450 profetas de Baal no monte Carmelo, e alcançou estonteante vitória? Que enfrentou o perverso rei Acabe e que ressuscitou o filho da viúva de Sarepta, e que realizou milagres extraordinários?

Sim, ele mesmo, agora é visto fugindo de uma mulher chamada Jezabel, e seu medo foi tão grande que pediu a morte para Deus. Por que? Tiago, o irmão de Jesus nos esclarece: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Em outras palavras, era barro puro. E o anjo do Senhor o socorre no mais profundo vale do desânimo e do medo: ”e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come”.

Deus pode e quer agora fazer o mesmo com você . Deseja alimentá-lo com sua Palavra. Elias serviu-se da comida preparada por Deus: “Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus”.

Deus deseja reanimá-lo com sua alimentação que o tornará forte e capaz de prosseguir sua caminhada, vencer obstáculos, derrotar gigantes, e curar todas as cicatrizes de seu coração.

"Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o SENHOR teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador".

Basta levantar-se, e pela fé segurar suas fracas mãos às fortes mãos de Deus e caminhar lado a lado com Ele.
Que assim seja.

Leituras bíblicas: 1º Livro dos Reis 19; Carta de Tiago 5: Isaías 43:2,3.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

BOAZ – O AMIGO COMPASSIVO (5)



Como é gostoso ao amanhecer do dia e sentir os raios do sol aos poucos inundando e terra e nos aquecendo. Entretanto, poucos gostam da noite escura e fria.

Após a “noite” das provações, um raio de sol começa a aquecer os corações de Noe­mi e Rute, recém chegadas a Belém. Sem dúvida era a presença de Deus atuando em suas vidas. -"Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam re­tamente" (Salmos 84:1)

Este capítulo nos apresenta um novo personagem chamado Boaz, cujo nome significa “Nele há força”.

Era um parente do falecido Elimeleque, sogro de Rute, a qual, sem nada saber, se dirige ao seu campo a fim de colher espigas entre os demais empregados. Um trabalho cansativo, mas que alegrava seu coração. O que terá atraído Rute a trabalhar naquele campo? Sem dúvida a mão de Deus dirigia seus passos em direção ao campo de Boaz. Ela de nada sabia, mas Deus começara a realizar maravilhas em sua vida. Ela percebeu a graça de Deus no tratamento recebido pelos demais empregados e pelo encarregado dos serviços do campo.


Tais pensamentos levam-me a pensar no pecador que busca alimento na  casa do Senhor, na igreja. Lá encontra um grupo de homens e mulheres dispostos a ajudar. São amáveis, compassivos, dedicados. E todo esse primeiro contato serve para apresentar ao visitante o ilustre “Senhor da Seara”, que é rico e poderoso, disposto a encher de bens os famintos (Lucas 1:53).E quando o Evangelho é exposto para tais pessoas, o Espírito Santo iniciará um trabalho perfeito em suas vidas. Daí, uma enorme responsabilidade no trato com nossos semelhantes, pois antes de conhecerem a Cristo precisam conhecer seus seguidores. Quantos têm chegado aos pés do Salvador pela vida exemplar de outros. Vidas que marcaram outras vidas.

Rute encontrou prazer em servir no campo de Boaz.

Jesus, de quem Boaz é um pálido tipo, veio a este mundo – o vasto campo – buscar e salvar o perdido. Encontrou o homem faminto e deu por ele sua vida na cruz. Por isso Jesus pode dizer: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome”(João 6:35).

Exaltemos ao Senhor Jesus porque um dia Ele nos encontrou, mudou a nossa sorte,assim como Rute, e se tornou um amigo fiel e compassivo.

Leitura: Rute 2: 1 a 7

Orlando Arraz Maz









sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

GIGANTES DOMINADOS


Você que já foi forte, que animou e encorajou a tantos, que estancou as lágrimas de muitos, que perdeu noites de sono pensando em resolver problemas dos outros, agora se sente prostrado, sem ânimo, apático, quieto, com seu sorriso apagado, enfim, com todas as forças exauridas.

Quem sabe uma enfermidade avassaladora chegou de surpresa, e te largou no meio de um deserto, sob o sol escaldante. A voz do médico que falava pausadamente tornou - se um eco distante, e ao final você estava totalmente confuso. Saiu do consultório devagar com a sensação de que logo iria cair.

Ou ainda, a morte de alguém abriu um buraco tão grande dentro de você, que custa ser fechado. E você não segura mais suas lágrimas.

Lembra-se de Elias? O profeta de Deus que desafiou os 450 profetas de Baal no monte Carmelo, e alcançou estonteante vitória. Que enfrentou o perverso rei Acabe e que ressuscitou o filho da Sunamita, e que realizou milagres extraordinários.

Sim, ele mesmo, agora é visto fugindo de uma mulher chamada Jezabel, e seu medo foi tão grande que pediu a morte para Deus. Por que? Tiago, o irmão de Jesus nos esclarece: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Em outras palavras, era barro puro. E o anjo do Senhor o socorre no mais profundo vale do desânimo e do medo: ”e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come”.

Deus pode e quer agora fazer o mesmo com você . Deseja alimentá-lo com sua Palavra. Elias serviu-se da comida preparada por Deus: “Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus”.

Deus deseja reanimá-lo com sua alimentação que o tornará forte e capaz de prosseguir sua caminhada, vencer obstáculos, derrotar gigantes, e curar todas as cicatrizes de seu coração.

"Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o SENHOR teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador".

Basta levantar-se, e pela fé segurar suas fracas mãos às fortes mãos de Deus e caminhar lado a lado com Ele.
Que assim seja.

Leituras bíblicas: 1º Livro dos Reis 19; Carta de Tiago 5: Isaías 43:2,3.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE - CORAGEM PARA VOLTAR (4)

                                                                       
A viagem para Belém iniciou-se fundada na decisão de duas mulheres - Noemi e Rute. Aquela, amparada na fé de seus antepassados, esta no desejo firme de seguir o Deus de sua sogra.

O versículo 19 deste capítulo nos apresenta o desfecho de tal decisão: "então ambas se foram". Deixaram Moabe e as lembranças de tantas mágoas, e juntas partiram para Belém - a terra de Noemi, a nova terra de Rute. Para Noemi, antigas lembranças seriam restauradas, para Rute novas amizades, sonhos e ideais.

E essas duas mulheres, com idades diferentes, estavam unidas à procura de Belém na esperança de encontrar segurança e paz, conforto e consolo, descanso e fartura, e unidas nesse ideal, partiram.

Pensemos no regresso de Noemi. Quão difícil para ela seria o caminho de volta. Dez anos antes saiu alegre e agora volta tão triste; dez anos antes sua família era composta de quatro pessoas,e agora reduzida somente a duas, ela e sua nora; dez anos antes partiu de Belém para fugir da fome e da pobreza, agora volta novamente,mais pobre do que antes! Mesmo assim, envelhecida pelos anos de sofrimento e pelos reveses da vida, quer voltar para Belém, sua terra, o povo de seu Deus.


O caminho da volta é sempre difícil. Um verdadeiro desafio de preconceitos, de barreiras e do próprio orgulho ferido, se faz mister vencer! Assim foi com o filho pródigo.  Vencido o seu orgu­lho (já quebrado antes de apascentar porcos), tão fácil se tornou o caminho de volta à casa paterna.Não terá sido assim com Noemi? Quebrado o seu orgu­lho pela mão do Senhor Deus na morte de seu marido e de seus dois filhos, bem fácil se tornou o caminho de volta.

O filho pródigo encontrou um pai cu­jo coração transbordava de amor. Noemi encontrou e confiou num Deus fiel, o mesmo de seus antepassados, num Deus pronto para oferecer o melhor e restaurar a alegria perdida. E devido à sua submissão e confi­ança, foi honrada pelo Senhor que cumpriu o seu pla­no de enviar o Salvador ao mundo, através de sua nora, RUTE.

Realmente Deus é maravilhoso. Lendo sua Palavra encontramos em cada página um amor verdadeiro, sempre buscando e salvando. O homem o deixa para seguir seus projetos, mas ele vai ao seu encontro como fiel pastor que busca sua ovelha teimosa. E Noemi descansava nesse Deus.

Ao chegar à Belém antigas amizades mal a reconheceram: - "Não é esta Noemi? teria mudado tanto? encanecido seus cabelos? um olhar dis­tante e triste?” Por certo, estava bem mudada! Fa­cilmente poderia ficar no anonimato, retirada de tu­do e de todos, esconder sua triste história, mas assim não fez. Sem qualquer subterfúgio e com toda a humildade, disse-lhes que se tratava dela mesma, era Noemi, mas que poderiam chamá-la de "MARA", pois  era tanta a amargura de seu coração.

"Coração compungido e contrito não desprezarás, ó Deus", assim se expressara o salmista. E quanta verdade!

O caminho da volta é difícil, mas deverá ser feito resolutamente com muita humildade e contrição. Somente assim o Senhor abençoará aqueles que um dia partiram, mas que, mesmo em meio a tantos percalços, não se esqueceram do caminho e volta­ram confiantes no Senhor Deus.


Ainda há aqueles que se encontram distan­tes, sem coragem, cheios de orgulho, entretanto é necessário que, uma vez quebrados pelo Senhor, sem subterfúgios, façam o caminho de volta e aguardem, dos céus, as bênçãos do Senhor, como as que receberam Noemi, em companhia de sua nora Rute.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz




sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

QUER VER A JESUS?


            “Senhor, queremos ver a Jesus”. (Ev. João 12:21).

            Que pedido cheio de significado !  Homens de origem grega convertidos ao judaísmo  desejavam ver a Jesus.Não escondiam desejos maldosos nem vinham para buscar vantagens pessoais. Queriam simplesmente  ver, olhar, contemplar, apreciar a Jesus. Por certo estavam impressionados com as informações recebidas sobre sua pessoa íntegra, dos milagres extraordinários e da autoridade exercida nos discursos proferidos. “Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas”. (Mateus 7:29).

Ainda circulava a notícia da ressurreição de Lázaro – que fato surpreendente devolver à vida um homem morto há quatro dias! Depois, as notícias da ceia farta  numa demonstração de gratidão oferecida pelas irmãs do ressuscitado; e finalmente a entrada na cidade de Jerusalém montado em um jumentinho, sendo recepcionado com ramos de árvores e aclamado pelo povo “Bendito o que vem em nome do Senhor”.
           
E os gregos estavam encantados com o magnetismo do homem chamado “Jesus” e desejavam vê-lo. 
Ate que ponto a pessoa de Jesus tem fascinado cada um de nos? Sua personalidade, seus milagres, seus discursos, seu poder, sua vida santa? Como chegamos, hoje, à sua presença? Queremos vê-lo pelos olhos da fé, ou apenas queremos explorar seu rico c bondoso coração com algum pedido para o nosso bem?
             
Claro que devemos apreciar todos os seus poderosos feitos, mas chega uma hora em que devemos fazer como os gregos de outrora.
           
“Senta ao meu lado querido Jesus, pois eu quero só contemplar-te”. E no silêncio da alma, ficar horas contemplando só a Jesus.
           
Vivemos numa época onde as pessoas se tornaram pedintes das graças para o seu bem estar, onde o egoísmo alcançou dimensão sem medida, e nada se faz sem desejar algo em troca. Pretendem ofertar cada vez mais para ter sucesso em seus negócios, numa barganha vergonhosa com Deus.

Quando o ser humano se tornar menos ganancioso para com Deus, menos mesquinho, e anular-se por inteiro desejando no seu coração “ver” a Jesus, tudo por certo vai mudar.
           
Aqueles gregos viram em Jesus o “Deus dos impossíveis”, e por certo seguiram para suas casas com vidas e corações repletos de alegria.
           
Que tal olharmos para a ressurreição de Lázaro e descobrirmos que “Jesus é a ressurreição e a vida”? E na ceia em casa de Lázaro saber que quando ele está presente tudo muda e ele deve ser adorado? E cavalgando no jumentinho, podemos descobrir que é o “Bendito que veio em nome do Senhor”, e que entra triunfante em nosso coração?
                       
Que nossos olhos sejam abertos, e que com toda a reverência possamos viver a cada dia “querendo ver a Jesus”.    

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz                   
           
           
   
           
            
           
           

            
            

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE SÁBIA ESCOLHA (3)


No último estudo abordamos aspectos de uma decisão irrefletida com seus tristes reflexos. Neste abordaremos uma decisão sábia e uma escolha sensata tomada por Rute, a moabita.

Após a morte de seu marido Malom e de seu cunhado Quiliom, esposo de Orfa, Noemi, a sogra dessas duas mulheres, resolveu voltar para terra de Belém, uma vez que lá os campos se tornaram férteis.

Ao iniciar sua viagem, notou que suas duas noras a seguiam. A partir daí, trava-se entre elas um diálogo interessante. Noemi, então, faz um apelo para que ambas permanecessem em Moabe, não se vislumbrando, em princípio, qualquer meio de convencê-las (vers. 8,9).  E como resultado,choraram, dispondo-se a acompanhá-la (vers.10). Noemi tenta convencê-las uma segunda vez (vers. 11) e, finalmente, uma terceira vez (vers.12), mostrando-lhes que teriam pela frente um futuro incerto. Orfa, mesmo em meio às lagrimas, não resiste, e prefere permanecer em Moabe.

Por que Orfã teria resolvido permanecer em Moabe, sua terra ? Medo de enfrentar um futuro numa terra estranha? Incerteza? Desconfiança? Falta de fé no Deus de Noemi? Ou os deuses e prazeres de Moabe teriam maior atração sobre ela? Embora seja difícil responder a tais perguntas, por certo sabemos que não foi a melhor escolha.

A escolha por Moabe leva-me a pensar naquela gravura tão familiar retratando os dois caminhos - um largo, com seus atrativos, e o outro estreito com suas dificuldades (Mat. 7:13,14).Quantos hoje  estão resolvidos a permanecer em "Moabe" , acomodados com seu "povo", seus "deuses",seus costumes etc. Esta foi a infeliz decisão tomada por Orfa.

Entretanto Rute, após ouvir mais um apelo de Noemi decide acompanhá-la, mesmo sabendo das consequências de sua mudança para Belém, deixando para trás seu povo, seus deuses, sua pátria. Os vers. 16,17 constituem-se numa das mais belas páginas da Bíblia, espelhando uma decisão apoiada na fé e num amor sem interesse. E mais, Rute revela dependência e submissão total. E tudo isto, aos pés de Noemi. Uma decisão sábia e abençoada.

Será que temos demonstrado em nosso viver rompimento total da "Moabe" em que vivemos, ou ainda há amarras que não foram cortadas? Será que ainda há coisas     que nos impedem de contemplar a fartura de "Belém"? Uma avaliação urgente se faz necessária: ou fugimos de "Moabe" e a bênção do Senhor nos acompanhará, ou permanecemos  e a mão do Senhor não será conosco.
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Que tal procurarmos sinais  de Moabe em    nossas vidas,   livrar-mo-nos deles e caminhar confiantes pelo caminho  estreito  sempre  aos pés do  Salvador?

Leitura: Rute 1: 6 a 22

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Os que ficaram sem nomes O menino dos cinco pães e dois peixes

Este é um milagre extraordinário. Todos os milagres são extraordinários, mas os realizados por Jesus têm algo para nos ensinar e são revestidos de extrema beleza e simpatia.

Sempre notamos em seus milagres sua compaixão: quer pela dor causada pela enfermidade, quer pela aflição dos familiares, notadamente dos pais, quer pela tristeza dos amigos incapacitados. Ele via o sofrimento de todos e se condoía profundamente.

Neste milagre ele viu uma multidão faminta. Em pleno deserto, ao findar do dia, quase noite, talvez sob o vento forte, sem as mínimas condições para comprarem algo para comer. João em seu Evangelho nos diz que Jesus disse a Filipe: “Onde compraremos pão para esse povo comer?”. Certamente Ele conhecia todos os detalhes para o suprimento da multidão, pois assim nos revela a conclusão do versículo: “Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer” (João 6:5,6).

Como é bom crer num Salvador que conhece nossas necessidades, nossas aflições e temores. Sabe perfeitamente que muitas vezes palmilhamos pelo deserto, batidos por ventos fortes das nossas culpas, sofrendo e lamentando, famintos por sua Palavra que pode mudar nossos rumos.

Filipe logo se dispôs a fazer cálculos: “Duzentos denários não comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!” Os demais sugeriram que fossem aos campos e povoados vizinhos comprar algo para comer e ainda disseram: “Devemos gastar tanto dinheiro em pão e dar-lhes de comer?”

Não podemos criticar esse comportamento dos discípulos, pois no fundo somos todos iguais. Mas Jesus é diferente. Ele vê necessidades e necessitados, e tem todo o poder para as soluções.

Ele veio para saciar os famintos. Assim lemos nos Salmos: “Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados” (132: 15), ou no sermão da montanha: “Bem aventurados vós os que agora tendes fome, porque sereis fartos”(Lucas 6:21).

Nesta altura, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra. “Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?” Raciocínio e não fé.

Sempre me perguntei: “Como André descobriu esse rapaz?” E eu mesmo respondo pensando naquele dia que ele correu em busca de seu irmão para contar que achara o Messias. Vejo em André uma pessoa falante, comunicativa, expansiva. Sem dúvida ele já teria conversado com o rapaz,e falado de seu Amado Mestre, e nessa conversa tomou conhecimento de sua escassa provisão.

Nada sabemos do menino: sua idade, seu nome, sua família, seus recursos, embora os pães que levava eram de cevada, alimento dos pobres. Se nada disso sabemos, uma coisa é certa: com alegria entregou sua provisão barata para que nas mãos de Jesus fosse enriquecida.

E foi o que aconteceu naquele findar de dia. Jesus acomodou o povo em grupos de cinquenta, deu graças pelos pães e pelos peixinhos, mandou os discípulos distribuírem e todos se fartaram.

A Bíblia omite o nome do menino, assim como de muitos outros que serviram a Jesus. Assim quis o seu Autor, o Espírito Santo, e nada há de errado nessa omissão, pois nosso Deus é inerrante.

Seu nome está omitido, mas sua ação está registrada e milhões e milhões já a leram e foram beneficiados por ela através dos anos, e outros tantos ainda a lerão.

Vivemos tempos onde as ações de muitos são registradas, beneméritos por toda a parte com ostentação de seus nomes em lugares de destaques, arrancando o aplauso das multidões.

O rapaz dos pães e peixinhos, um benemérito autêntico, anônimo, abriu mão de sua frugal provisão que serviu para alimentar a multidão, deixando-nos lições preciosas e profundas:

Deu do que mais precisava;
Não ficou com uma pequena parte para si;
Não pensou que ofertando voltaria para casa com fome;
E entregou tudo nas mãos de André que os repassou a Jesus.

Quantas vezes nos assustamos com o amanhã, duvidamos do poder de Jesus, queremos fazer “reservas” de ideologias, de crenças, de pensamentos positivos, e não abrimos mão daquilo que Jesus nos pede.

O rapaz sem nome ganhou muito mais do que deu. Talvez tenha saboreado mais pãezinhos e peixinhos, e estes tinham o sabor do poder de Jesus.

Que tal imitarmos esse rapaz sem nome, entregar tudo a Jesus, para que ele multiplique bênçãos sem medida.

Hoje Ele quer corações, vidas, ações, gestos, compromissos, e ainda nos fala: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos”. (Provérbios 23:26)

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE
LONGE DE BELÉM   (2)
 Rute 1:1 a 5

Assinala o Livro de Rute em sua introdução, um fato bem triste: mudança de cidade, fome e finalmente, mortes. Elimeleque, com sua mulher e seus dois filhos, resolve mudar de Belém para Moabe, a fim de fugir da fome e da miséria. Assim, empreendem uma longa viagem, deixando para trás a pequena Belém, seu povo, seus costumes, e o pior, um lugar onde Deus era cultuado como único e verdadeiro.

Esta família trocou Belém por Moabe, a terra do Senhor por uma terra pagã e inimiga; trocou a cidade de Davi e mais tarde do Senhor Jesus, pela terra de Balaque, o adivinho. Quantos contrastes. Sem dúvida, uma decisão irrefletida, dos que não querem ver tais diferenças e seguem seu próprio caminho. Tal foi a decisão de Elimeleque com tristes consequências para toda sua família.

Quantas vezes decisões desse caráter trazem prejuízos, sem conta entre os filhos de Deus, muitos dos quais tomam decisões apressadas sem permitir que Deus se revele favorável ou não. Mudam da cidade onde residem, do emprego, de atividade, e partem para um novo negocio. Um caminho desconhecido à espera de que o Senhor os abençoe. E quando vêm as decepções, culpam tudo e todos, menos a si próprios.

O texto à nossa frente revela as lições de uma decisão contrária à vontade do Senhor. Querendo Elimeleque escapar da fome, encontrou a morte, destino igual o de seus filhos. Ao invés de fartura e sucesso em Moabe, encontraram a dor e a tristeza. Os filhos, talvez jovens ainda, amaram prontamente os costumes de Moabe. E o pai sem a força necessária para instruí-los nos caminhos do Deus de Israel. E quando adultos, casaram-se com mulheres moabitas, resultando um jugo desigual.

Quais as lições que o texto nos fornece, sobretudo quando temos uma família para cuidar? Ou quando nos decidimos em mudanças apressadas ? Ou quando partimos para o desconhecido sem a direção do Senhor, envolvendo nossos entes queridos ?

A vontade de Deus deve ser consultada antes de qualquer mudança e dele receber plena aprovação. Seria conveniente formularmos as seguintes perguntas antes de tomarmos quaisquer iniciativas: "Estou seguro de que esta é a vontade do Senhor ?". "Para onde vou com minha família há discípulos do Senhor Jesus, onde posso me alegrar com eles?". "Continuarei naquela cidade servindo ao Senhor?", honrando o seu Nome ?" ,"Estarei com minha mulher e filhos e com eles vigiando em oração ?". "Deixarei uma lacuna na igreja onde congrego, acarretando algum prejuízo ?".  "Esse prejuízo espiritual não me fará sofrer ?". E tantas outras perguntas poderiam ser formuladas antes de qualquer mudança com influência direta na vida espiritual.

Quantas vezes ouvimos queixas de irmãos queridos no tocante à sua família, ora porque não são convertidos os seus filhos, ora porque não andam nos caminhos do Senhor. Talvez tenham se esquecido que um dia partiram para outra “terra" (negócios, ambições, dinheiro, fama ) e o fruto que colheram foi amargoso e trágico. Ganharam bens terrenos, mas perderam o mais precioso e rico bem - a família.

Praza o Senhor guardar-nos de decisões apressadas, e que busquemos sempre o sinal verde de sua vontade. Que haja em cada um de nós sabedoria em nossas escolhas, resultando em bênçãos maravilhosas. Caso contrario, estaremos longe de “Belém”, a terra do pão, e entristecidos em “Moabe”.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ANO NOVO SEM SOBRESSALTOS


"Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu a conheces inteiramente, Senhor.
Tu me cercas por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance; é tão elevado que não o posso atingir"
Salmos 139: 4 a 6 -NVI

2012 ainda é uma criança. Está em seus primeiros dias. Muitas novidades virão, quer sejam elas boas ou más Precisamos estar bem preparados para recebê-las, e nossa serenidade deve repousar na confiança que temos em Deus.
O salmo em apreço vem em nosso socorro preparando-nos para tais eventualidades.
Não faz muito, ouvi a invocação de uma bênção datada do século V, e que gostaria de deixar aqui transcrita para todos os nossos queridos leitores:


Que o Senhor esteja à tua frente para te mostrar o caminho certo;
Que o Senhor esteja ao teu lado para te abraçar e te proteger;
Que o Senhor esteja atrás de ti para impedir que homens maus e perversos te armem ciladas;
Que o Senhor esteja dentro de ti para te consolar quando estiveres triste;
Que o Senhor esteja acima de ti para te abençoar;
Que assim te abençoe, que assim te proteja o Deus Pai,
O Deus Filho e o Deus Espírito Santo que te envia ao mundo para viveres uma nova vida e fazer a diferença até  Jesus Cristo voltar.


Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE

             INTRODUÇÃO (I)

Com esta publicação daremos início a uma série de estudos extraídos do Livro de Rute.Os leitores deste blog podem emitir suas opiniões, que por certo serão benvindas.
Pensamos publicar tais estudos todas as quartas-feiras.
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Há apenas dois livros com nome de mulher na Bíblia - Rute e Ester. Em Rute conhecemos a estrangeira que se casou com um judeu e em Ester a judia que se casou com um estrangeiro.

O livro de Rute vem logo após o livro dos Juízes, onde, a partir do Cap. 17 até o fim,passamos a conhecer um clima bastante conturbado : rebelião e idolatria (17,18), imoralidade (19), guerra civil (20 e 21), terminando com uma nota bem triste:" ...porem cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos..."

Assim, quando tudo parecia estar perdido,um verdadeiro caos, Deus entra em cena e nos apre¬senta um quadro maravilhoso, desenrolado na vi¬da de Rute e de sua sogra Noemi, com vistas a abençoar, salvar e dar um descanso merecido.

O Livro de Rute tem o seu inicio relatando várias mortes - uma cena de tristeza -, mas o seu fim é repleto de alegria - um casamento e em seguida um nascimento '. Não mais a morte,mas a vida, não mais a tristeza, mas a alegria. Poderíamos fazer uma comparação com o livro de Gênesis - inicia com morte, tristeza e expulsão, quando em Apocalipse um ambiente feliz, de ale¬gria, com o homem restaurado novamente e gozando as delícias da Arvore da Vida.

O Livro de Rute é uma verdadeira jóia literária. Certa vez, por volta do século XVIII, um famoso escritor por nome de Dr. Samuel Johnson, numa reunião com outros escritores famosos, leu o Livro de Rute. Ao findar a leitura foi aplaudido, supondo seus amigos que se tratava de um escrito de sua autoria. Mas qual não foi a surpresa daqueles homens, ao descobrirem que se tratava de um livro da Bíblia - o livro que eles
tanto desprezavam.

A autoria do livro ê desconhecida. Ha muitos que admitem ser o profeta Samuel seu escritor, entretanto, nenhuma base existe para tal afirmação. Contente-mo-nos com o rico e precioso conteúdo do livro de Rute.

Seu propósito é traçar uma linha genealógica entre Davi e o Senhor Jesus Cristo. Portanto, nas veias de Jesus corria o sangue de Rute. Também descobrimos um tipo do Senhor Jesus em Boaz, o remidor, e em Rute a figura dos gentios alcançados por maravilhosa graça. Rute faz-nos lembrar de que também éramos estrangeiros e fomos recebidos na Igreja pela graça do Senhor Jesus, éramos pobres, viemos de longe e pelo Seu sangue chega¬mos perto e fomos enriquecidos !

O tema central do livro ê o descanso através da remissão e união. Rute não encontrou descanso em Moabe, sobretudo quando de sua viuvez. Encon¬trou-o mais tarde em Belém - terra do pão - quando foi remida por Boaz e unida a ele.

Como salvos, gozamos descanso em Cristo, pois por Ele fomos alcançados. Não importa quem somos, de onde viemos, o que fazíamos, nem raça, cultuara, riqueza, ou pátria. Assim como foi com Rute; "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Vós, que em ou¬tro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia".(1Pedro 2-9,10)

Longe de Cristo nosso descanso é impossível. Somente aconchegados nele e cobertos por Ele, encontramos descanso seguro e verdadeiro.

Por último, apresentamos uma divisão que poderá nos ajudar no estudo deste precioso livro: 1)O descanso deixado (1: 1 a 5); 2) O descanso desejado (1: 6 a 22); 3) O descanso procurado (2 e 3); 4) O descanso alcançado (4).

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A MENTIRA NA INTERNET



A mentira não é coisa nova. Ela foi usada por Satanás em seus argumentos contrários às ordens de Deus aos nossos antigos pais, bem nos primeiros dias da humanidade.

Por tal razão tornou-se o pai da mentira nas palavras do Senhor Jesus:

“... Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira." (João 8 : 44)

A partir daí a mentira se expandiu, tomou diversas formas, entrou na vida das pessoas, passou a fazer parte do seu dia a dia, entrou no lar, na escola, na igreja, na família, como um rio caudaloso com inúmeros afluentes.

E o ser humano criou uma classificação para a mentira: mentira social, infantil, inocente, boba, ingênua e daí uma lista infindável dos seus tipos diversos.

E ainda há os que são viciados em mentiras. Um vício pior que o álcool, fumo e outras drogas, pois estes atacam o corpo, quando a mentira ataca, deforma e contamina o caráter.

A mentira se espalhou como um rastilho de pólvora e vem causando estragos por toda a parte. As redes sociais são um testemunho eloquente, onde crianças alteram suas idades para sua admissão nelas, com a aprovação dos pais; os adultos alteram informações como escolaridade, estado civil, e tantas outras. E daí abre-se um leque para outras inúmeras mentiras.

Assim escreveu Rui Barbosa em 1919:

“Mentira de tudo, em tudo e por tudo; Mentira na terra, no ar, no céu.
Mentira nos protestos. Mentira nas promessas. Mentira nos progressos.
Mentira nos projetos. Mentira nas reformas.
Mentira nas convicções. Mentira nas soluções.
Mentira nos homens, nos atos e nas coisas.
Mentira no rosto, na voz, na postura, no gesto, na palavra, na escrita.
Mentira nos partidos, nas coligações e nos blocos. (…) Mentira nas instituições, mentira nas eleições.
Mentira nas apurações. Mentira nas mensagens. Mentira nos relatórios.
Mentira nos inquéritos. Mentira nos concursos.
Mentira nas embaixadas. Mentira nas candidaturas.
Mentira nas garantias.
Mentira nas responsabilidades. Mentira nos desmentidos.
A mentira geral. O monopólio da mentira.”

A conivência dos pais é algo triste e lamentável, pois hes tira a força para uma correção efetiva em outras mentiras. A criança poderá mentir desbragadamente, e ao ser arguida por seus pais, lançar-lhes em rosto sua aprovação em mentir sua idade nas redes sociais.

Certa vez li um relato vivido por um pastor evangélico que mentiu na presença dos seus filhos, ao ser procurado por um vizinho que alegava ser seu o cachorro em seu poder. Este, para alegrar seus filhos, insistiu que o cão sempre fora seu, apesar das evidências de ser mentira. E este pastor conclui: “por ter mentido na presença de meus filhos, ganhei um cachorro e perdi meus filhos para Cristo”.

A mentira já destruiu um casal no jardim do Éden, e jamais deixou de exercer sua pérfida influência através dos anos.

Não permita que ela entre dentro de seu lar e estrague por completo o caráter de seus filhos. Basta o estrago que ela vem produzindo em nossa sociedade.

Deus abomina a mentira, e na Cidade Celestial onde ele receberá seus filhos, os que praticam a mentira serão barrados:

"Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.(Apocalipse 22 : 15)

Que assim seja.
Orlando Arraz Maz






sábado, 31 de dezembro de 2011

ESPERANÇA QUE NÃO FALHA

Aos bons amigos que caminharam comigo durante o ano neste blog, meus sinceros agradecimentos.
Que Deus ilumine o caminho de todos fazendo despontar aquele que é a Luz da Vida, o Senhor Jesus,
E que cada manhã traga esperanças que nunca falhem, à luz da esperança do autor deste belo Salmo:

LEVANTAREI os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra.
Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.
Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.
O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita.
O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.
O SENHOR te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.
O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.
(Salmo 121)

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano velho - desejos que se foram

Os anos velhos me trazem saudades de
caminhar descalço pelas ruas após a chuva,
e mergulhar o pé nas poças de água,

De subir nas mangueiras e chupar mangas até sujar a boca,
De correr atrás das pipas e dos balões,
E de se esconder atrás de um muro qualquer e assustar outros meninos...

Correr atrás do caminhão do circo,
E fazer amizade com o palhaço de cara pintada,
E não ter pressa para nada.

E quando chegar a hora de ir para a escola, fingir uma forte dor de cabeça.

Saudades de ficar em casa na janela do quarto vendo a chuva cair,
Fazer cabana no mato pulando o muro de casa,
E só voltar pelos gritos da mãe chamando.
Juntar um monte de madeira velha e fazer um automóvel,
com banco, freio e acelerador,
E fazer de conta que está em alta velocidade.

E quando cansar, partir para o carrinho de rolimãs, descer pela rua sem calçamento, aos solavancos, e só parar firmando o pé no chão.

E no sábado, após a pelada,com bola de pano de meia velha e furada,
Voltar para casa e tomar banho de chuveiro de balde com furinhos, levantado por uma corda,
Lambuzar o cabelo de brilhantina, sentar no muro de casa esperando a menina de vestido azul.

Mas os anos que passaram velozes,
Trouxeram cabelos brancos e escassos,
As ruas foram asfaltadas,
Os pés de mangas sumiram,
Os muros deram lugar aos altos edifícios,
E os palhaços todos morreram.
As cabanas construídas de matos e galhos perderam seus espaços,
E o chuveiro improvisado perdeu a graça.
A brilhantina ficou de lado,pois os cabelos se foram,
E a menina de vestido azul desapareceu.

Que o ano novo segure no colo a criança que existe em cada um,
E que a cada novo dia essa criança ressuscite
Mais verdadeira, mais honesta, mais alegre,
Sem se importar com os cabelos brancos.

Feliz ano novo
Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal – Tempo de Reflexão


O Natal assinala um período totalmente diferente na vida das pessoas. Há uma mudança acentuada no comportamento delas, que se preocupam em trocar presentes, comparecer às festas, abraçar os amigos, fazer surpresa para os filhos vestindo a roupa do Papai Noel, e tantas outras conotações com a festa magna da cristandade.

Creio que usando o bom senso, não há nada de errado neste comportamento.

Mas o Natal deveria ser um tempo de reflexão, com vistas ao retorno da família em volta da mesa conversando e trocando experiências, o que há muito se perdeu em nossa cultura.

Durante o ano quase findo, o pai foi um visitante noturno; a mãe, ocupada com seu serviço muitas vezes distante de casa, e os filhos num corre – corre indo e vindo dos estudos. E nas pouquíssimas horas de folga, o televisor tomando conta da sala.

Que tal darmos uma oportunidade de diálogo como presente à família e férias para o televisor?

Vamos transformar este Natal em um tempo de reflexão, avaliar como gastamos as horas do ano que quase está findando, tirar lições expressivas a fim de que elas venham a mudar nosso comportamento.

O diálogo na família tornou-se peça de museu, tão raro, tão escasso. Quando existem, são monossilábicos. Ou é o pai dirigindo-se ao filho e este respondendo sucintamente, ou a esposa conversando com seu marido. Mas o televisor na sala toma conta do ambiente e cada detalhe tem seu rico comentário.

Este comportamento tem um reflexo direto na vida da juventude. Muitos não sabem conduzir um assunto, discutir um tema, analisar um livro, e quando conversam entre si, há um palavreado sofrível que só eles entendem. Sem dúvida há exceções honrosas entre jovens que manejam bem a língua, com idéias lúcidas e raciocínios sadios. Sobre estes, entretanto, a família exerce grande influência.

 Está distante o tempo em que o chefe da família, após o jantar, reunia os filhos, abria a Palavra de Deus, lia e comentava um texto, estimulando idéias e pensamentos. Aos poucos insuflava a Palavra abençoada nos corações dos filhos, preparando-os para as atividades do dia seguinte. Há relatos de pessoas que muitos anos depois, adultos com suas famílias constituídas, que se lembravam daqueles tempos e das bênçãos que alcançaram.

Hoje, os meios de comunicações, o esforço para conquistar um lugar melhor na sociedade, a busca de recursos para suprir as necessidades da família, retiraram a hora da comunhão e da reflexão ao lado do fogão. Lamentavelmente não se usam mais as mesas para o jantar, mas o prato em uma mão, o talher na outra, e os olhos fixos no televisor. A família dispersou-se pelos cantos da casa, cada filho em seu quarto. O mesmo ritual se repete a cada dia e assim passam-se os meses, os anos, a família envelhece e os valores espirituais não mais existem.

Que este Natal seja um tempo de reflexão, a fim de avaliarmos as oportunidades perdidas, os diálogos interrompidos e a oração feita na base do sufoco. Deus não pode se agradar da família que assim procede. Ele deseja que suas leis estejam nos corações como nos tempos antigos. “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Deut.6:6 - 9).

Há muito assunto para ser falado na família. Nos tempos bíblicos era demonstrada a fidelidade de Deus no meio de Israel e sua libertação da opressão do Egito. Os pais transformavam este assunto nos diálogos mais vibrantes.

Hoje podemos falar da fidelidade de Deus, do amor de Jesus Cristo, sua obra poderosa na cruz, a transformação do pecador em nova criatura. Há muito assunto para falarmos após o jantar, com a família reunida. Podemos orar pelos temores e necessidades de nossos filhos, leva-los à presença de Deus, enfim, criar um ambiente espiritual no seio de nossa família.

Que tal começarmos neste Natal? Falarmos aos nossos filhos o que muitos já se esqueceram, que Deus Homem veio habitar entre nós, armar a sua tenda por um pequeno período, morrer na cruz justificando o ser humano e ressuscitar demonstrando o poder de Deus. Mostrar aos nossos filhos, com palavras sábias, que o nosso Salvador é muito mais que o presépio montado nas lojas e em muitas casas – é Jesus Cristo que ama, salva e abençoa.

Este pode ser o início de um diálogo que deve se prolongar todos os dias do ano que está por vir. Outros virão com temas atuais, como uma matéria na escola não entendida, ou um artigo para ser interpretado, um livro para ser analisado, uma decepção com algum colega de escola, enfim, cabe a nós, pais e mães, criarmos um ambiente saudável em nosso lar

Mas para tudo isso o televisor deve ser assistido com sabedoria , sem roubar a comunhão da família, criando hábitos, gestos e palavras que deturpem o caráter de nossos filhos.

Que haja um empenho maior no diálogo sadio entre nossa família, e que pais e mães sejam pastores nas mãos de Deus, a fim de levar seus filhos à um conhecimento real de Jesus Cristo, o Salvador dos homens. Por certo,um dia lembrarão desse tempo e das influências que receberam na sua juventude.

Que este Natal seja um tempo abençoado e de sincera reflexão.
Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CASAS PRIVILEGIADAS

Encontramos no Novo Testamento o relato de pessoas que colocaram à disposição suas casas, para receberem os servos de Deus. Sem dúvida, tanto os hóspedes como os hospedeiros foram ricamente abençoados.

Gostaria de meditar em várias casas.

A casa de Jesus:

Em João 1:39 a 42 lemos: “Ele (Jesus) lhes disse: Vinde e vede.Foram, e viram onde morava e ficaram com Ele aquele dia: e era já quase a hora décima. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos que ouviram aquilo de João e o haviam seguido”.

Embora o nome de João não apareça, há fortes indícios de que era ele, juntamente com André, os privilegiados em conhecer a casa de Jesus. “E ficaram com Ele aquele dia; e era já quase a hora décima”.Provavelmente às dez horas da manhã.

Que ocasião maravilhosa. Naquele lar humilde morava o Salvador dos homens, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O que conversaram não sabemos, mas uma coisa é certa: as Escrituras foram lidas e aqueles corações foram ensinados pelo Senhor Jesus. Este primeiro contato na casa de Jesus marca a entrada de Pedro no cenário bíblico, pois André,seu irmão foi à sua procura.

E esta visita serviu para prepará-los como discípulos e depois como apóstolos, com forte influência pelo resto de suas vidas.

A casa de Maria, mãe de João Marcos:

A segunda casa encontramos em Atos 12:12: “E, considerando ele (Pedro) nisso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam”.

É bem provável que a igreja em Jerusalém teve o seu início nesta casa. A Bíblia nada nos informa sobre Maria, mas podemos depreender que se tratava de uma mulher notável. Abria as portas de sua casa, sem discriminação, e recebia escravos ou livres, judeus ou gentios, que agora eram seus irmãos em Cristo.

Sem dúvida este lar exerceu influência em muitas vidas. João Marcos, seu filho, por certo guardava boas lembranças dos irmãos acolhidos em casa de sua mãe, como Pedro, Tiago, João, e apesar de sua biografia, mais tarde foi uma bênção no ministério do Apóstolo Paulo.

A casa de Simão, o curtidor:

Em Atos 9:43 lemos o seguinte: “E ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão, curtidor”. E mais adiante : “Este (Pedro)está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar.Ele te dirá o que deves fazer” (10:6).

Pedro está em plena atividade. Resolve visitar os “santos” que habitavam em Lida. Uma vez na cidade, Enéas, paralítico, é curado. E como resultado deste milagre, muitos creram no Senhor Jesus. Neste mesmo lugar morava uma jovem por nome Tabita, que traduzido quer dizer Dorcas, a qual, após uma enfermidade, veio a falecer. E Pedro, que estava em Jope, cidade próxima à Lida, uma vez chamado à casa de Dorcas, para lá se dirigiu, onde a ressuscitou. E este milagre foi notório a toda a cidade de Jope, onde muitos creram no Senhor.

Pedro estava hospedado em casa de Simão, curtidor. Foi nesta casa que teve uma visão da parte do Senhor, onde viu num grande lençol atado pelas quatro pontas, animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu, mandando que ele os matasse e em seguida os comesse(Atos 10:12/14).

Esta experiência ocorreu numa casa à beira mar de propriedade de Simão, curtidor. Nada sabemos deste homem, mas é bem fácil descobrir que se tratava de um servo de Deus, cujo lar estava aberto para os seus irmãos em Cristo. Um lar repleto de amor, uma mesa farta para os hóspedes, como lemos em Atos 10:10, onde lhe preparavam uma refeição.

Que lar abençoado, hospedando um dos pioneiros pregadores no início da igreja.

A casa de Lídia:

Finalmente, temos a casa de Lídia. Uma nova convertida nas terras européias. Após ser batizada, ela e sua casa,convidou os pregadores Paulo e Silas, a fim de que se dirigissem para sua casa (Atos 16:15). Foi a primeira família cristã na Europa a exercitar a hospitalidade.

E través dos anos quantos lares foram hospedeiros dos servos do Senhor!Quantas bênçãos foram alcançadas neste precioso ministério.

A minha casa:

Lembro-me de minha casa onde muitos crentes foram hospedados e outros que ali paravam para uma refeição, a fim de continuarem sua viagem. Homens de Deus que nosso lar teve a honra de acolhê-los.

E quantos lares através dos anos tem servido e lavado os “pés dos santos”, ...se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos (I Tim.5:10).

Que o Senhor faça crescer em nós a hospitalidade, pois como lemos na carta aos Hebreus, alguns sem o saberem, hospedaram anjos. (Hebreus 13:2).

Que assim seja.
Orlando Arraz Maz

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

BODAS DE DIAMANTE - UM CASAMENTO ABENÇOADO

13 DE DEZEMBRO DE 1951  -  13 DE DEZEMBRO DE 2011

Tenho imensa alegria em publicar neste blog a história do casal de missionários Sr. James e D.Jenny Crawford, nesta data em que completam 60 anos de um casamento feliz e abençoado.

O povo cristão brasileiro deve muito a este nobre casal, que devem ser imitados como verdadeiros servos do Senhor Jesus Cristo.
     
    Sr. Jaime e D. Jenny:

Os caminhos de Deus, como são maravilhosos.São traçados por Ele, e não admitem falhas. São perfeitos.
Há sessenta anos ele abriu uma estrada, mas não tirou dela curvas longas, subidas ou descidas.E vocês começaram a viagem, sem paradas, muitas vezes sem descanso, mas Sua presença nunca se afastou de vocês.

As curvas, quando apareciam, eram suaves, as subidas e descidas eram amenizadas, pois Sua presença era constante.

Hoje, ao olharem essa estrada, vocês percebem que ela ficou repletas de pisadas, algumas de filhos e de netos, outras de filhos gerados por um ministério abençoado e de vidas transformadas.

O Deus que vocês abraçaram um dia é o mesmo Deus que trabalhou as vestes dos israelitas:

"E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, e nem se envelheceu o vosso sapato no vosso pé".  Deuteronômio 29:5

E é o mesmo Deus que segura vossa mão por essa estrada ao longo dos anos, e será a mesma mão que vos acolherá no Grande Dia.

Parabéns amados irmãos. Vocês falam ao nosso coração

Para entendermos melhor a nossa história, abrangeremos 3 séculos – do século 19 ao século 21.

No fim do século 19 – na Escócia, os pais dos nossos protagonistas nasceram.

O nosso casal nasceu no século 20, mas foram criados à moda do século 19 e agora estão celebrando suas bodas de diamante no século 21.

Em 27 de outubro de 1924, nasceu em Glendaruel, na Escócia, um menino que recebeu o nome de James e que não poderia levar nenhum apelido. Não poderia ser chamado de Jim ou Jimmy, ou qualquer outro apelido, teria de ser James, conforme a lei de uma de suas tias, que vale até o dia de hoje. Mesmo na Escócia hoje em dia, os que tentam chamá-lo de Jim, querendo mostrar mais intimidade, mostram que não são da família, pois sabem que ele sempre foi e será James ou Uncle James, e após vir ao Brasil foi nomeado como Sr. Jaime, e ainda assim mantém a regra da tia.

Sr. Jaime era o caçula, tendo 2 irmãs e 1 irmão mais velhos. D. Mary, a mais velha, nasceu em 28 de abril de 1906 e casou-se com Sr. Craig. Vieram ao Brasil para celebrar suas bodas de ouro em 1982. D. Leila, a segunda filha, nasceu em 23 de dezembro de 1909, e quando moça quis fazer enfermagem e parece que fez com que seus pais mudassem para Glasgow para que estudasse, casou-se com Sr. Guilherme Maxwell e montaram casa na Escócia e vieram para o Brasil em 1938; Sr. Ewing, seu irmão, nasceu em 1918 casou-se com D. Jean.

D. Jenny, nasceu em 29 de maio de 1927, em Newton Mearns. Ela tem um irmão bem mais novo, Sr Alastair, que nasceu em 16 de julho de 1936. Ele e sua esposa D. Esther vieram ao Brasil pela primeira vez para celebrar suas bodas de prata em 1984, e gostaram tanto que voltaram em 1989, quando D. Esther passou mal. Voltaram ainda em 1990 e depois em 1994, não voltando mais devido à saúde de D. Esther.

Sr. Jaime e D. Jenny foram criados em Newton Mearns, frequentando a mesma escola e também a mesma Casa de Oração, onde foram batizados, recebidos em comunhão, casados e de lá foram recomendados à obra missionária aqui no Brasil.

Eles não eram diferentes dos outros. Sr. Jaime gostava de brincar na escola, como subir no pau de sebo, tentando ver quem seria o vencedor. Também gostava de correr, jogar futebol e queria ser jogador profissional, mas o pai dele não permitiu, pois estaria jogando tanto que perderia as reuniões nos fins de semana.

Começaram a namorar, e após a 2ª guerra foram a uma reunião missionária, mas o local estava superlotado, e assim foram para outro local onde havia outro pregador, Sr. Naismith, que era missionário na Índia cuja mensagem os desafiou a servirem o Senhor em tempo integral.

D. Jenny trabalhava em uma empresa como secretária e pediu as contas para fazer enfermagem para se preparar melhor para vir ao Brasil. Por isso que o Sr. Jaime não se preocupa tanto com a correspondência, pois casou-se com uma verdadeira secretária e que ainda não aposentou.

Casaram em 13 de dezembro de 1951, após completar o curso de enfermagem. Como já vinham ao Brasil, não fizeram um casamento caro, cortaram ao máximo as despesas, pensando que o que gastariam em um casamento por um dia poderia ser melhor empregado no Brasil. D. Jenny até abriu mão de se vestir com vestido de noiva pensando em vocês, queridos brasileiros.

Em 4 de abril de 1952 deixaram sua terra natal, seus pais Robert e Agnes Crawford, Dugald e Margaret Allan; seus irmãos Mary, Ewing e Alastair, pois D. Leila já estava no Brasil, e vieram rumo a uma terra estranha. Partiram de Glasgow de trem, indo a Londres e depois até Southampton, onde pegaram um navio, chegando a Santos em 22 de abril de 1952.

Em Santos foram recepcionados pelos Sr. Guilherme, Sr. George Orr e Sr. Harry Ruston, que os ajudaram a retirar sua bagagem na alfândega.

Chegaram a Uberaba, e olha que gracinha, pois quem os esperava, além de Ana e Janeta que já conheciam, também encontraram pela primeira vez com Leilinha...

Ao chegar a Uberaba, começaram as aulas de português com Sr. Guilherme.

Em janeiro de 1953 mudaram-se para São Joaquim da Barra, pois havia algumas senhoras que estavam tentando se infiltrar no meio do povo de Deus, e acharam melhor Sr. Jaime e D. Jenny mudarem-se para cá.

Os filhos dos missionários nasciam nas mãos das parteiras missionárias. Às vezes era mais fácil a parteira estar presente, outras vezes era mais fácil a gestante ir até a parteira.

Assim, em 1953, voltaram a Uberaba e lá nascia o primogênito, paparicado pelas primas por ser um menino, festejado até na Escócia, pois era o primeiro neto menino de ambos os lados. Do lado paterno não era o primeiro neto, pois já tinham 3 netas brasileiras.

O tempo passa, já no seu primeiro aniversário.

Em 12 de fevereiro de 1956, já a parteira vem a São Joaquim e nasce Allan, um menino forte e branquinho.

O casal morou em várias casas alugadas, compraram um terreno e tinham planos de construir depois de voltarem da Escócia, mas não era para ser assim. O dono pediu um aumento de 50% no aluguel, Sr. Jaime achou demais, foi para casa, desanimado, fez cálculos e uma proposta. Dê-me um prazo de 3 meses com o aluguel como está e desocupou a casa, e o dono concordou, e com isso construiu a casa na Rua Acre 694.

Em 14 de dezembro de 1957, agora a gestante vai a Uberaba, pois no dia 13 era a formatura de Janeta Maxwell, e logo após a formatura, a Margaret nasceu.

Em 1958 voltaram à Escócia. Nesse período houve algumas mudanças. Sr. Jaime não mais encontrou seu pai, pois falecera em 1956, e também D. Jenny conseguiu assistir ao casamento de seu melhor irmão, o único.

Em 1960 D. Christina McSorley veio ao Brasil, pois ouvira um relatório de D. Jenny dizendo que havia necessidade de parteiras e enfermeiras aqui no Brasil e veio para trabalhar como parteira; chegou em boa hora, pois em 18 de agosto de 1960, seus serviços foram necessários, pois nasceu um outro menino forte e branquinho.

Nem sempre era só alegria, havia momentos difíceis na vida do jovem casal.

Muitas vezes a vida era dividida em períodos entre Brasil (6 anos) e Escócia (1 ano) para que os filhos pudessem estudar nas escolas e também pelo fato de a viagem de ida durar mais ou menos 21 dias, então não podia fazer uma viagem de pouco tempo. Agora a mesma distância se faz não em 21 dias, mas em 24 horas, então há uma adaptação: menos tempo lá e às vezes mais viagens a miúdo.

Num desses períodos de tempo no Brasil houve várias mortes de familiares. Chega notícia da terra natal de que o irmão do Sr. Jaime falecera, jovem, e de repente... a distância fica ainda mais longe; em 1961, Robert faleceu, por fim a mãe do Sr. Jaime também faleceu.

Em 22 de maio de 1963 em São Joaquim da Barra, nasce um outro joaquinense, forte e branquinho, mimado por todos, mas que veio a falecer em outubro do mesmo ano.

Em 1965, Sr. Jaime pretendia visitar Brasília com Sr. Guilherme. A família toda foi à Uberaba e, na volta, D. Jenny dirigindo a Kombi, sofreu um acidente, pois um pneu furou e a Kombi capotou. Houve a ajuda de pessoas que trouxeram a família à São Joaquim, e Ordelina levou um susto ao abrir a porta e dar de cara com a família Crawford toda suja e descabelada e com sangue pelo rosto... Sr. Jaime acabou não indo à Brasília, voltou, passou e viu a Kombi e a D. Leila disse: estão mentindo, pois ninguém saiu vivo dessa Kombi, mas todos estavam vivos, uns com arranhões, outros, cortes, e o Willie com braço engessado, e depois ainda com o gesso pegou catapora... e como coçava o braço engessado...

Em 1966, na Escócia, passaram um ano morando com os pais de D. Jenny, e foi um período em que os netos foram mimados pelos avós,que já conheciam Allan e Meg mas que não mais se lembravam deles.

O casal muitas vezes levava duas moças, ora uma ora outra, Ordelina e Aguinalda e, muitas vezes, ao saberem que tinham dois filhos e uma filha, o comentário surgia: “Olha que casal estrangeiro legal, adotaram uma menina de cor... tão diferente dos outros três filhos ”. Ordelina e Aguinalda passavam mais como filhas do que a Meg, mas não sabiam a razão. Lembram-se da formatura da Janeta? Pois é, naquela madrugada a Meg nasceu, e Uberaba ficou tão boquiaberta diante de tanta beleza que apagou a luz e ela nasceu à luz de vela, por isso ficou moreninha...

Sr. Jaime viajava muito para um lugar e outro levando a palavra de Deus e D. Jenny ficava em casa cuidando dos filhos, muitas vezes tendo de fazer decisões sem poder ligar para pedir opinião, sem poder enviar email nem torpedo para saber a opinião do Sr. Jaime.

Ela foi responsável por escrever cada hino a mão para que depois Sr. Luiz Soares e Jairo Roberto escrevessem as palavras abaixo das notas antes de ir para a gráfica. Mesmo com gripe não parou.

Aqueles que possuem o “Cânticos de Sião” com música podem notar que é uma verdadeira obra de arte – legado de D. Jenny para o povo brasileiro. Sr. Ramón preparou os fotolitos retratando fielmente o serviço e sacrifício que ela teve. Não é à toa que agora sofre de bursite.

Muitas vezes Sr. Jaime ia a Uberlândia com Euseli Dantas para fazer compras na sua DKW. E ao chegar a São José da Bela Vista era conhecido como seu sogro.

Tem dois netos de sangue, mas tem muitos netos e até bisnetos espirituais

Sr. Jaime não gosta de hospital.Passou somente uma noite em 1987, e só ficou mesmo no hospital depois de comemorar seu aniversário de 80 anos na Escócia, em seguida veio ao Brasil e passou por uma cirurgia. Nas horas difíceis sempre contou com um abraço amigo e, não ficou sozinho no hospital. Na recuperação – foi paparicado...

Sr. Jaime sempre se interessou por gráfica, editoras, livros e, esse interesse fez com que se envolvesse na revisão de Hinos e Cânticos, junto com a equipe inicial e até a equipe atual. Depois, como tesoureiro de A Senda do Cristão, e também na distribuição de 5.000 exemplares a cada 3 meses.

Finalmente, recordando Wilma Strachn e Alex John da Escócia, que se pudessem estar aqui e dizer algo, seria:

Sr. Jaime e D. Jenny, lembre-se que o Deus dos Montes é o Deus dos Vales. E também se passar no vale: Vá e diga tudo ao SENHOR.

Minha gratidão à Margaret, sua filha, que forneceu os dados acima.

Orlando Arraz Maz