“Bendito seja o Senhor, pois ouviu as minhas súplicas.
O Senhor é a minha força e o meu escudo;
nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda.
Meu coração exulta de alegria,
e com o meu cântico lhe darei graças”. Salmo 28:6,7:
É bastante
comum encontrar uma criança segurando seu brinquedo entre os braços e dizer: é
meu. E se alguém tentar tirá-lo, ela vai dizer bem alto: é meu.
Embora
adultos se comportem diferentemente de crianças, usam a mesma linguagem: isto é
meu, aquilo é meu; consegui com meu esforço, meu trabalho, minha inteligência,
e assim por diante centenas de vezes.
Corremos o
risco de sermos taxados de possessivos, ou de sermos apontados por alguém de
inconvenientes. E assim, disfarçamos um pouco nossos pronomes possessivos.
Olhando para
este salmo descobrimos Davi como alguém deveras possessivo. Não uma possessão
exaltando sua capacidade, seus méritos, seus dotes, sua sabedoria. Mas uma possessão
adquirida fruto de sua experiência com Deus.
Nada tinha Davi
para exaltar-se na presença de Deus. Possuía uma voz abafada, daí clamar; uma
força inexistente, daí a força do Senhor; um escudo sem valia, um socorro
ineficaz e um coração vacilante.
Devemos
reconhecer que somos iguais a Davi sem quaisquer méritos, e que nossos pronomes
possessivos precisam ser mudados com urgência.
Ao ser
ouvido por Deus, Davi podia dizer: “o Senhor é a minha força”, “meu escudo”,
“meu coração confia”, “nele fui socorrido”, “meu coração exulta” e “com meu
cântico o louvarei”.
Deixemos de lado
nossos pronomes possessivos que nos exaltam, e que tenhamos experiências com
Deus, deixando nossas vidas em suas mãos, e entendendo que ao chegar aos seus
pés, trazíamos uma voz abafada, uma força exaurida, um escudo de papelão, um
socorro fraco e um coração de pedra.
Bendito o dia
que Ele ouviu nossa voz súplice, e hoje, tudo o que temos e o que somos, é
mérito de Deus na pessoa de Cristo.
“Minha
possessão eterna, mais que a vida, mais que o amor, mais que tudo que conheço,
és meu Deus, meu Salvador” (HC 292)
Enchamos
nossas bocas com as obras de Deus, e ao usarmos os pronomes possessivos, que os
usemos para engrandecê-lo.
A obra que
Ele fez em minha vida é digna de um cântico de louvor, por isso o meu coração
exulta.
Que assim seja
Orlando Arraz
Maz
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