Então Judas foi para o olival, levando consigo
um destacamento de soldados e alguns guardas
enviados pelos
chefes dos sacerdotes e fariseus,
levando tochas, lanternas e armas.(João 18:3)
Quando leio estes versículos vêm à minha mente uma cena
bastante estranha, principalmente por ser Judas o protagonista. Ele vai à
frente do comando romano, dos guardas dos sacerdotes e fariseus, munidos de
tochas, lanternas e armas.
Nestes quase três anos Judas conhecia bem a Jesus, e sabia
que nele não havia periculosidade, para munir-se de todo este arsenal, como se fosse prender um
bandido nos moldes de Barrabás ou outro qualquer.
Judas esteve tão próximo de Jesus nestes anos sem nunca ouvir
dos seus lábios qualquer ameaça, nem tampouco vê-lo portando qualquer arma,
portanto, sua atitude chama nossa atenção – quão longe estava de conhecer o
coração do Mestre.
Entretanto, não só o armamento chama nossa atenção, mas
também as tochas e lanternas usadas para iluminar o jardim. O evangelista
Mateus afirma que era “noite”, e entre as árvores do jardim as trevas seriam
densas. As lanternas eram abastecidas com óleo cuja durabilidade era bastante
reduzida.
Lanternas e tochas usadas para buscar aquele que era e é a Luz do
mundo, algo estranho e sem sentido.
A luz de Cristo é abundante e nunca acaba. Ele é a fonte de
luz, e não depende de ninguém. Ele é a luz do mundo e quem o segue não andará
mergulhado nas trevas. Judas jamais descobriu esta verdade deslumbrante e
muniu-se de míseras tochas e lanternas. E permaneceu na mais triste escuridão
de sua alma, perdendo-se por toda a eternidade.
Muitos que estão entre as árvores nos lugares mais escuros da vida, e
recebem uma iluminação bruxuleante e precária, que mal lhes aponta o caminho, não conseguem enxergar a face iluminada de Jesus.
Hoje Cristo deseja iluminar vidas daqueles que não querem
largar tochas e lanternas.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz
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