Mas os homens que haviam subido com ele disseram: Não conseguiremos
subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. Então, depreciaram diante
dos israelitas a terra que haviam sondado: A terra por onde passamos para
conhecê-la é uma terra que devora os seus habitantes; e todos os que vimos nela
são homens de grande estatura. Também vimos ali os nefilins* (pois os
descendentes de Anaque procedem dos nefilins); e éramos como gafanhotos aos
nossos próprios olhos e também aos olhos deles.( Números 13:31-33)
O relato dos dez espias faz parte
de um dos acontecimentos mais tristes da história do povo de Israel.
As vitórias alcançadas sobre os
egípcios ainda estavam vivas na memória do povo: as pragas horrendas, a saída
vitoriosa do povo, a travessia pelo mar, e por fim a morte de todo o exército
de Faraó, sepultado nas águas do mar.
Entretanto, tais fatos grandiosos
de nada serviram para fortalecer a fé dos israelitas, que diante das
dificuldades deixaram de crer em Deus. Mergulharam em completa incredulidade, ao
darem ouvidos ao relato dos espias, que faltaram com a verdade.
Apenas dois deles – Josué e Caleb
– não concordaram com a descrição da terra fornecida pelos demais.
Primeiramente, espalharam o desânimo, informando que “aquele povo é mais forte
do que nós”; depreciaram a terra escolhida pelo Senhor Deus, e mentiram
alegando que é uma terra que devora seus habitantes e que seus homens são
gigantes, e eles, simplesmente, gafanhotos. Se tivessem depositado sua
confiança em Deus, a visão seria outra: eles, gigantes e os moradores da terra,
gafanhotos. Eles se esqueceram e não confiaram que “Ele (Deus) é o que está
assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como
gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda
para nela habitar”. (Isaias 40:22).
Quantas vezes agimos de igual
modo, mesmo depois de sermos homens e mulheres vitoriosos, testemunhas oculares
do poder de Deus, que vimos o “mar” se abrindo e formando uma perfeita estrada
por onde atravessamos tempos difíceis.
No meio de tanta incredulidade,
Josué e Caleb se despontam no meio da multidão, e revoltados diante das falsas
informações, rasgam suas vestes, e afirmam que a terra é extraordinária. E mais
adiante: “Apenas não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa
terra, pois será comido por nós como pão. Eles estão sem defesa, e o Senhor
está conosco. Não os temais” (Núm.14:7,9).
Entretanto, de nada adiantou e
Deus puniu com morte os dez espias e o povo com mais de vinte anos morreu
durante a caminhada pelo deserto e não entraram na terra prometida.
Hoje a incredulidade mora em
muitos corações, e é a causa de tristeza e retrocesso nas coisas espirituais.
Há muitos cristãos, mesmo sendo salvos, que permanecem na incredulidade quanto
às promessas de Deus, e caminham por este mundo sem conseguir avançar e
participar das delícias da fé, sem se alimentarem de Cristo que é a Rocha
Eterna que satisfaz, e farta as nossas vidas com vigor espiritual.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©
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