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sexta-feira, 17 de junho de 2016

CARGA EM EXCESSO





Há uma série de relatos de naufrágios de navios nos tempos antigos, que levam muitos às caças de tesouros que ficaram submersos. Ora são joias, moedas e utensílios que alcançam boa soma de dinheiro no mercado.

Entretanto, entre tais relatos, o mais completo é este descrito por Lucas nos Atos dos Apóstolos. (caps. 27 e 28). O naufrágio não deixou bens materiais submersos, mas lições que permanecem até os nossos dias, e que podem ser aprendidas por todos.

Primeiramente, é um relato perfeito porque foi orientado por Deus. Lucas o escreveu deixando a mão do “Majestoso Historiador”, dirigir sua mão, e daí resultaram nestas informações impressionantes.

Há muitas lições. A que mais prende minha atenção é a carga que transporta o navio. Em princípio, 276 pessoas, das quais 3 são cristãs (Paulo, Lucas e Aristarco), trigo em abundância, e muitas outras mercadorias.

Em decorrência de forte tempestade e rajadas de ventos, a travessia tornou-se bastante perigosa, levando Paulo a alertá-los com estas palavras: “Senhores, vejo que a viagem vai ser com avaria e muita perda não só para a carga e o navio, mas também para as nossas vidas”.  Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio do que às coisas que Paulo dizia.

Deus estava no controle do navio, pois o anjo enviado a Paulo já havia informado de tudo, e confortado seu coração com as palavras “não temas”. Portanto, seria necessário tomar as medidas para aliviar a carga do navio. Não bastava repousar tranquilo. O centurião não deu crédito às palavras de Paulo, e descansou nas palavras do piloto e do dono da embarcação.

 Quantas vezes damos mais crédito às pessoas que demonstram ter um bom conhecimento da situação, e deixamos Deus em segundo plano. Não é assim o que   sucede com as nossas vidas?. Embora certos da presença de Deus, o conhecimento de sua Palavra, nas tormentas que vêm sobre nós procuramos orientações fora da vontade de Deus, e deixamos de tomar medidas com urgência. Precisamos lançar o excesso de bagagem que trazemos, e lançá-la  para bem longe. Quanta bagagem que lamentamos ter de perder. Na embarcação narrada por Lucas o trigo era a melhor mercadoria, pois supria necessidades de muitas pessoas. E ela foi totalmente jogada ao mar.

Muitas vezes precisamos perder toda a “carga” que trazemos dentro de nós, inclusive a que mais estimamos e deixar Deus nos reduzir a nada, para que Ele possa nos usar como é seu desejo. Leiam com atenção o final da história: “Assim chegaram todos à terra salvos.” E mais adiante:“...e estes nos distinguiram com muitas honras; e, ao embarcarmos, puseram a bordo as coisas que nos eram necessárias.(28:10).

Uma embarcação perdida e uma carga jogada ao mar compensaram as vidas salvas naquela ilha,  e o melhor, o nome de Deus foi glorificado.

 Assim se dará conosco quando nos livrarmos do excesso de bagagem.


Que assim seja



Orlando Arraz Maz©


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