“Enquanto estavam lá, chegou o
tempo de nascer o bebê,
o colocou numa manjedoura,
porque
não havia lugar para eles na
hospedaria”.(Lucas 2:6,7)
Quando lemos o relato
do nascimento de Jesus, ficamos extremamente chocados saber que ele nasceu numa
estalagem, no lugar onde os animais passavam a noite, em um cocho que serviu de
berço.
Muitas vezes pensamos:
por que o dono da hospedaria não se sensibilizou com o estado de gestação de
Maria, e não ofereceu o próprio quarto? O que você faria? Mais: se visse Maria
na iminência de dar à luz? Bem, não posso responder por você, mas vou ser bem
sincero. Eu diria que devido ao grande número de pessoas que vieram para o
censo, a hospedaria estava lotada e que não teria lugar para o casal, exceto
nos fundos, no “estacionamento” para os animais. Agiria igual ao dono da
estalagem.
Geralmente o
comportamento do ser humano diante das crises e necessidades dos outros em nada
mudou. Diariamente assistimos cenas que nos causam tristeza e até lágrimas, mas
quando chega a hora de agirmos, nos distanciamos como se fosse uma doença
contagiosa.
Jesus bem ilustrou
este comportamento ao contar a parábola do bom samaritano. O sacerdote e o
levita mudaram de calçada e passaram bem distante do homem ferido no assalto; o
samaritano aproximou-se, cuidou de seus ferimentos, colocou-o sobre seu animal,
levou-o a uma hospedaria, deixou dinheiro para os primeiros gastos, e prometeu
voltar para acertar as despesas restantes.
Mas para o
jovem casal não teve quem abrisse o coração para recebê-los, nem tampouco para
compadecer-se de suas necessidades. E Jesus nasceu em condições precárias. Bem
se expressou em sua linda poesia o poeta Gioia Júnior: “Disse o poeta um dia,
fazendo referencia ao Mestre Amado: “O berço que ele usou na estrebaria, por
acaso era dele”? Era emprestado”.
Ninguém abriu o
coração, muito menos as portas para Jesus; tampouco tiveram compaixão Dele
durante sua vida neste mundo, mas em troca ofereceram-lhe uma cruz onde padeceu
terrivelmente até morrer. E se Ele nos retribuísse tal tratamento, estaríamos
completamente arruinados. Mas, não. Ele nos afirma o contrário: “O
ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e
a tenham plenamente” (Ev. de João 10:10) Em troca de portas fechadas, ele é
a Porta que nos garante entrada para uma vida plena; em troca de repulsa pelos
pecados que carregamos, Ele nos abraça declarando que nossos pecados sumiram na cruz onde morreu. E
para que possamos entender bem suas palavras, o profeta Isaias nos dá um
exemplo: “Como se fossem uma nuvem, varri para longe suas ofensas; como se
fossem neblina da manhã, os seus pecados. Volte para mim, pois eu o resgatei”
Isaías 44:22).
Comemoremos o Natal, então, sem tristezas pelas portas fechadas
para Jesus, e que nosso viver se transforme em corações abertos para receberem
seu amor salvador, e que o amanhecer de cada dia seja sempre um feliz Natal.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz
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