Quem é aquela mulher que caminha pela rua esburacada, ao lado da
criança,
Carregando sua mala de livros e cadernos, com o ombro arqueado?
Que no dia de ontem lavou e passou seu uniforme, branquinho,
reluzente?
Não sei.
Quem é ela que
trabalha sem parar, de sol a sol, em busca da conquista tão almejada,
De ver um dia o filho formado, um homem bom e útil, amigo verdadeiro?
Não sei.
Os anos se passaram e o sonho transformou-se em realidade: a
criança, hoje adulto.
O estudante, hoje o mestre.
Ele é aquele, olhe bem, é ele. Mas e ela, quem é? Não sei.
E assim a vida veloz se foi. A mulher de ombro arqueado pelo
peso da mala,
Hoje arqueado pelo peso dos anos. Mas, quem é? Não sei.
O filho laureado tem
os holofotes para si, e todos desejam conhecê-lo.
É Nobel de medicina, ilustre no saber, cultura refinada. Ele
é fácil de saber quem é.
Mas e ela? Nunca vi seu rosto, tampouco suas lágrimas, e não
sei nem sequer seu nome.
Em meio a tanto mistério, uma coisa eu sei.
Ela simplesmente foi mãe, professora, mestra, conselheira, e na sombra ficou.
E na sombra se foi.
OAM©
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