Respondeu-lhe
Jacó: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros,
e que
tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forem obrigadas a caminhar demais por
um só dia, todo o rebanho morrerá. Passe o meu senhor adiante de seu servo; e
eu seguirei, conduzindo-os calmamente, conforme o passo do gado que está diante
de mim, e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir. Ao
que disse Esaú: Permite ao menos que eu deixe contigo alguns da minha gente.
Replicou Jacó: Para que? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor. (Gen.
33:13-15)
O relato bíblico do encontro dos irmãos Jacó e Esaú é deveras
emocionante e repleto de lições maravilhosas.
As marcas que ficaram no coração desses irmãos foram
profundas: Esaú sendo enganado e Jacó, o irmão espertalhão. Aquele perdendo o
direto à primogenitura e este ganhando-a de forma indevida. E ambos seguiram o
seu caminho e pelo espaço de mais de vinte anos não se encontraram.
São bem conhecidas as peripécias de Jacó neste tempo todo,
com seu trabalho na casa de Labão seu sogro. E para conseguir Raquel como
esposa houve uma prestação de serviços por sete anos que ao final fora enganado
por Labão, dando-lhe a filha Lia. Outros sete anos de trabalhos prestou para
ter sua amada Raquel.
Agora, por ordem divina, regressa para ter um encontro com seus
familiares, e logicamente com seu irmão Esaú, e no texto de nossa meditação revela
ter um coração totalmente transformado. A luta no vale que resultou no toque de
Deus sobre sua coxa, agora abre seus olhos e passa a viver na dependência de
Deus.
Em seu regresso, quer reduzir seus passos – passos largos e
apressados no passado – para levar seu gado e seus filhos até seu irmão. Daí
suas palavras: “Meu senhor (Esaú) sabe que as crianças são frágeis e que estão
sob meus cuidados ovelhas e vacas que amamentam suas crias. Por isso, meu
senhor, vai à frente do teu servo e eu sigo atrás devagar no passo dos rebanhos
e das crianças, até que eu cheque ao meu senhor em Seir”. (Gen.33:13,14).
A preocupação de Jacó com o gado e as crianças, embora pareça
não ser verdadeira, me leva a pensar no cuidado de Deus que é sempre
verdadeiro para com seus filhos. Não
podemos caminhar apressados na frente de Deus, com nossos problemas tão
urgentes. Por certo não aguentaríamos, e a queda seria fatal. Deus quer nos
mostrar sua graça, reduzindo seus passos e caminhando conosco. Sem o toque de
Deus nos nossos corações é impossível andarmos passo a passo com Ele.
A graça de Deus que socorreu Jacó em seus momentos de
rebeldia é a mesma que vem sobre nós.
Embora referindo-se a
Israel, Ele promete em sua Palavra: “Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, que o
segura pela mão direita e lhe diz: Não tema, eu o ajudarei” (Isaias 41:13)
A calma travessia de Jacó pelos campos até encontrar-se com
seu irmão foi bem sucedida, sem qualquer prejuízo ou tristezas pelo caminho.
Embora Esaú preocupado com sua segurança, ofereceu seus homens para guarda-lo, ao que Jacó respondeu: “Para que? Basta que eu ache
graça aos olhos do meu Senhor” (Gen. 33:15).
Que tal reduzirmos nossos passos e alinharmo-nos com os
passos de Deus, pois pela obra de Cristo na cruz do Calvário, foi-nos outorgada
esta graça maravilhosa. Andemos nos passos de Jesus.
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©
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