E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava
neste estado havia muito tempo, disse-lhe:
Queres ficar são?
O enfermo
respondeu-lhe: Senhor,
não tenho homem
algum que, quando a água é agitada,
me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou
desce outro antes
de mim. (João 5: a 16)
Ao ler este impressionante relato da cura do
paralítico, me deparo com a maneira como Jesus aparece no texto:” E Jesus, vendo
este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe:
Queres ficar são? (João 5:6).
Jesus chegava à Jerusalém, e inicialmente dirigiu-se à Porta
das Ovelhas, onde, perto, havia um tanque chamado Betesda, no qual se
encontravam muitas pessoas doentes esperando a cura pelo movimento das águas.
Sem dúvida, um ambiente que ninguém gostaria de entrar, muito menos de
permanecer vendo a aflição dos enfermos. Não Jesus.
Ele, o Bom Pastor, o Cordeiro de Deus entrou pela porta
conhecida como Porta das Ovelhas, por onde entravam para o sacrifício no
templo. Uma alegoria que representa Jesus Cristo, o verdadeiro cordeiro de
Deus. João Batista declarou aos seus discípulos uma verdade
maravilhosa: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João
1:35,36).
E lá, à beira do tanque chamado Betesda, que significa "lugar da misericórdia divina" ou "casa da
misericórdia divina, “descobriu um homem que estava enfermo há muito tempo”. Não
precisou fazer uma pesquisa, muito menos indagar às pessoas ali presentes, pois
sabia de sua longa enfermidade.
O Cordeiro de Deus entrou pela porta deste mundo onde se
encontravam ovelhas desgarradas, sem condições de locomoção, paralíticos
espirituais, e sem ter alguém que tivesse compaixão delas para dar-lhes a cura
que precisavam. A misericórdia de Cristo que naquele dia alcançou o paralítico
restabelecendo seus movimentos, é a mesma em nossos dias que restaura vidas.
Quando Jesus perguntou ao paralítico se teria alguém para ajudá-lo
a entrar no tanque, foi sincero: “não tenho homem algum que, quando a água é
agitada, me coloque no tanque.” Quanta verdade! Muitos hoje esperam pela ajuda
de religiosos, de amigos que nunca aparecem, e que não podem curá-los das enfermidades
do coração. Enquanto não reconhecerem sua incapacidade confessando os seus
pecados, não receberão a gloriosa cura espiritual que os fará andar com passos
firmes debaixo da misericórdia de Cristo, desfrutando nova vida.
Aquele dia foi coroado com um final feliz: “Levanta, toma a
tua cama e anda. Logo, aquele homem ficou são, tomou a sua cama, e partiu”.
Hoje se dá o mesmo quando Jesus salva o pecador de seus pecados. Imediatamente
surge uma nova vida, e a vida eterna é garantida.
A misericórdia de Cristo leva os paralíticos espirituais a
andarem sobre a rocha que é Jesus e a terem a mesma experiência do salmista: “Tirou-me
de um poço de perdição, de um atoleiro de lama; colocou os meus pés sobre uma
rocha e firmou os meus passos”. (Salmos 40:2).
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©
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