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domingo, 28 de fevereiro de 2021

SAUL, UM REI INFELIZ

 

 

 E aconteceu que jumentas de Quis, pai de Saul,
extraviaram-se.
E ele disse a Saul: "Chame um dos servos e vá procurar as jumentas".

Saul ocupa grande parte do 1º Livro de Samuel e sua vida é repleta de lições para todos nós.

 Seu primeiro contato com Samuel, à primeira vista, parece por acaso. Entretanto, olhando para as Escrituras, vemos claramente a direção do Senhor.

 Muitas vezes Deus transforma uma situação corriqueira, muito comum naqueles dias – o extravio de ovelhas –, e estas pertencentes ao seu pai, que Saul e seu servo foram incumbidos de procurá-las.  Após muita busca em vão, o servo sugere procurar “um homem de Deus que é muito respeitado” (I Sam. 9:6). E assim fizeram, embora Saul não o conhecesse.

 Um dia antes deste encontro, Deus colocou Samuel a par de toda a situação.  Nada escapa aos olhos do Senhor. Para nós, um acontecimento corriqueiro, banal, animais sem importância, mas para Deus não, pois buscava alguém para chefiar seu povo.

 Há um acontecimento semelhante em Atos dos Apóstolos, capítulo 9, logo após a conversão de Paulo. Ainda no impacto da visão da Estrada de Damasco, Deus revela a Ananias a conversão de Paulo. Quando se encontram, Ananias sabia tudo o que ocorrera.

 Deus tinha um plano a ser cumprido, não só na vida de Saul, mas também na vida de Saulo de Tarso. Saul teve Samuel para ajudar-lhe no início de sua carreira; Saulo teve Ananias para fortalecer sua fé. Ambos tiveram os recursos necessários; lamentavelmente Saul não soube utilizá-los, deixando Deus de lado e terminando seus dias de forma trágica; Paulo terminou sua carreira “combatendo o bom combate...”.

 Voltemos aos acontecimentos de nossa meditação.

 Saul e seu servo foram recebidos com honras pelo profeta Samuel, e mais tarde, reservadamente, Samuel revela tudo o que recebera de Deus. E em seguida, unge-o com azeite, como príncipe em Israel, dando-lhe três sinais.

 O primeiro, (I Sam 10:2), seria o encontro de dois homens que lhe dariam boas notícias: as jumentas de seu pai foram encontradas, e ele não mais deveria preocupar-se com elas. O peso foi retirado, o problema foi solucionado.

 Quando Deus deseja usar o servo em seu serviço, remove os empecilhos, tira os obstáculos, a fim de que ele se preocupe somente com as coisas do Reino. Assim fez Deus com Saul, numa tentativa de que seus olhos fossem abertos para os recursos de Deus. Assim Deus deseja fazer com cada servo em sua seara, removendo problemas e preocupações sem conta, ou ensinando-o a descansar nele, a fim de que o trabalho venha a ser executado com sucesso.

         O segundo sinal, (I Sam.10:3), seria o encontro de três homens que subiam à casa de Deus levando oferendas em suas mãos. O primeiro levava três cabritos; o segundo três bolos de pão e o terceiro um odre de vinho. Após o saudarem, um deles lhe daria dois pães. Assim sucedeu.

Além de confirmar sua palavra, Deus desejava ensinar a Saul que em sua nova atividade o povo iria ajudá-lo. Assim sucedia com o rei naqueles tempos, recebendo presentes do povo (I Sam.10:27).

 Assim, Deus desejava mostrar ao seu servo Saul, que toda ajuda material seria enviada por Ele através do seu povo.

O terceiro sinal (I Sam.10:5) seria o encontro de profetas que vinham profetizando com instrumentos musicais. Eram homens alegres que confiavam em Deus e que conheciam seus propósitos.

Assim que Saul os encontrou, o Espírito do Senhor apoderou-se dele, passando a profetizar com eles com um coração totalmente transformado. Que experiência notável.

No primeiro sinal, Deus soluciona seu problema; no segundo Deus supre suas necessidades materiais através daqueles homens, mas neste sinal Deus supre suas necessidades espirituais.

Saul agora deve ser um homem dirigido pelo Espírito do Senhor. Quão diferente era até tão pouco tempo, quando buscava as jumentas perdidas. Não havia nele qualquer iniciativa, deixando as decisões por conta do seu servo, e nada possuía para presentear o profeta (I Sam.9:7).

                Mas agora Saul era outro homem, ciente de que Deus possuía recursos infindáveis para o desenvolvimento de seu trabalho. É deveras triste que tão pouco desfrutou dos recursos oferecidos por Deus, pois são ilimitados.

Hoje Deus age da mesma forma, a fim de que o servo venha a desenvolver com alegria o seu trabalho. Claro que as dificuldades existem, mas Ele deseja estar sempre à frente suprindo as necessidades, quer sejam familiares, materiais ou espirituais.

Como servos, que confiemos nas providências do Senhor, pois assim seu reino se expandirá, e Ele será exaltado.

 Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

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