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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Moços ontem, avós hoje.






O tempo passou tão depressa, e hoje, ainda, nos assustamos em sermos chamados de vovô ou vovó. Mas não deixa de ser prazeroso.

Naqueles tempos não se cogitava de redes sociais como o facebook,o orkut, o twitter.  Tínhamos a máquina de escrever e o correio à espera de nossas cartas de amor, e o telefone, privilégio de poucos.

Hoje nossos netos nos dão aulas de internet, nos ensinam a mexer com o celular, ganham nos jogos eletrônicos e se riem de nossa ignorância.

Nós envelhecemos, sim, mas eles não se dão conta de que envelhecem como nós. Na cabeça deles  o tempo não passa. Logo serão pais, mais tarde avós, e toda  a tecnologia terá sido mudada. Como nós, estarão ultrapassados e serão objetos de riso de seus filhos e netos.

Assim é a vida, uma roda gigante que gira sem parar.Os que estão no alto contemplam o vulto dos pequenos lá em baixo, mas num instante a situação se inverte e tudo muda. E a roda gigante não para.

Então, que tal curtirmos nossos netos, amá-los o melhor possível, e deixá-los na sensação de que nunca serão velhos como nós. Afinal, os espertos não são eles?

Orlando Arraz Maz



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Jenny Crawford - Uma vida a serviço do Mestre





No dia 9 de março estávamos reunidos na Casa de Oração  de São Joaquim da Barra, SP,  para um culto de gratidão e louvor a Deus pela precisa vida da irmã Jenny Crawford.

Ela foi chamada ao Lar que pela fé tanto amava no dia 8 de março de 2012, quando se aproximava de seus 85 anos.

O Bom Pastor que conduziu sua vida por pastagens verdejantes, segurou suas mãos e a levou às moradas que um dia lhe prometeu. Ela descansa de suas obras aguardando a transformação de seu corpo.

Seu ministério foi abençoado e profícuo. Cumpriu seu papel como a mulher virtuosa de Provérbios, aquecendo seu lar com suas  mãos que nunca largaram o " fuso e a roca". Ultrapassou as fronteiras de sua casa,e seu ministério alcançou muitas mulheres nas igrejas e fora delas.Quantas lindas histórias teríamos para contar de vidas que foram tocadas por sua vida.

D.Jenny não escondeu seus talentos, os quais foram usados no serviço do Senhor. Um deles era seu senso de organização, e como eficiente secretária, cuidava da nossa tão querida "A Senda do Cristão". Expedia correspondência de gratidão por ofertas recebidas, mantinha os endereços totalmente em dia, e traduzia bons artigos que edificaram muitas vidas.

Mas não parava por aí. O "Hinário Hinos e Cânticos com Música"  foi composto por ela, manualmente, tornando-se excelente cooperadora de outros irmãos usados pelo Senhor em favor desta obra tão abençoada. Algumas músicas de hinos que cantamos nas reuniões foram  escritas por ela, daí seu talento musical.

D. Jenny viveu para servir, e servir ao Senhor com alegria. Companheira fiel de seu esposo nas viagens missionárias, quer longas ou curtas, sendo levados por sua filha tão abnegada.

Realmente uma vida à serviço do mestre, que aguarda o majestoso dia que será levada à sala do banquete, hasteando a bandeira do amor que dedicou ao Senhor Jesus. E na sua presença dirá: "O meu amado é meu e eu sou dele"

Amou a Cristo enquanto viveu,
Amou a Cristo enquanto serviu,
Amou a Cristo enquanto chorou,
Amou a Cristo enquanto sofreu,
E agora continua amando a Cristo descansando em seus braços.

Que nosso adorável Salvador seja engrandecido por esta tão preciosa vida.

Orlando Arraz Maz

domingo, 8 de abril de 2012

RESSURREIÇÃO E NADA MAIS



O nascimento de Cristo mudou o curso da história,
Seu viver mudou os planos do coração,
Sua morte na Cruz trouxe aparente derrota
E sua ressurreição esperança de vida eterna.

O cético não pode ver tal realidade,
O religioso tenta encontrar razão para a fé,
O crente aceita tudo por fé e exclui a razão,
E assim aceita a ressurreição.

Sem fé é impossível agradar a Deus,
Assim nos diz as Escrituras,
Foi exatamente como creu o patriarca Abraão,
E ganhou um filho a mamãe Sara.

Foi uma simples fé a da virgem Maria,
Ao receber a noticia que seria mãe do Salvador,
E no tempo de Deus, ainda virgem,
Deu à luz o Redentor do mundo.

Eu creio na ressurreição de Cristo,
E na esperança da vida eterna.
Ele ressurgiu e trouxe esperança a todos que crêem,
Pois prometeu , não vai e nem pode falhar:

"Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê 
em mim, ainda que morra viverá."

Ressurreição e nada mais.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 6 de abril de 2012

MEDITAÇÃO AO PÉ DA CRUZ


 

Ao meditar Jesus Senhor
Na Tua amarga cruz por mim,
Com gratidão e com louvor
Celebro a quem me amou assim.

Mas como o Salvador, contar
O amor que foi a cruz por mim?
Não poderá ninguém sondar
A dor de quem sofreu assim.

Pecado meu Te fez sofrer
De Deus o desamparo ali;
Mas mesmo pelo teu morrer
Pudeste vida dar me em Ti.

Té  que contigo vá gozar
O fruto dessa cruz, Senhor
Que aqui Tu possas sempre achar
Em mim agrado e ver o amor.


Letra: Issac Watts - Nasceu no dia 17 de julho de 1674 em South­amp­ton, Inglaterra. Faleceu no dia 25 de novembro de 1748 em Stoke New­ing­ton, Inglaterra. Descansa no cemitério  Bun­hill Fields, Londres, Inglaterra.
Música: Edward Miller.

O autor deste hino é considerado o mais importante da hinologia inglesa, tanto pela quantidade de hinos que escreveu (cerca de seiscentos), como também pela alta qualidade espiritual dos mesmos. De físico franzino  como o apóstolo Paulo, e muito doentio, era, contudo, dotado de irresistível fibra. Muito precoce,  revelou os seus extraordinários talentos. Para se ter uma ideia, Issac Watts começou a estudar latim aos quatro anos de idade; grego aos nove; francês aos onze; e hebraico aos treze! Grande amante da poesia.

Logo começou a versejar e tudo quanto falava, fazia-o em versos.
Seu pai, um comerciante em Southampton, Inglaterra, cansado de ouvi-lo falar em rimas, ameaçou até espancá-lo para que parasse com aquilo, mas o garoto, entre lagrimas e soluços, exclamava: “Pai meu, tem piedade de mim / nunca mais rimarei assim!”.

Logo aos quinze anos de idade o jovem Issac dedicou seus talentos também ao trabalho da igreja, No seu tempo, na Inglaterra, os cânticos na igreja eram limitados à repetição dos Salmos do Velho Testamento, cantados, linha por linha, por um dirigente e repetidos pela congregação. Issac achava aquilo muito monótono e dizia:

“Os cânticos em louvor ao nosso Deus devem ser a parte mais sublime da nossa adoração, mas o que estamos fazendo é o pior que se  pode fazer na terra”. A isto, seu pai respondeu:

“Jovem, dê alguma coisa melhor”! Issac aceitou o desafio e logo desenvolveu o seu trabalho com eficiência tal, que veio a ser considerado “O pai da hinódia inglesa”.
Watts é um dois mais antigos autores de hinos sacros.
Seus últimos 36 anos foram de enfermidade e fraqueza física, mas isso de modo nenhum o impediu da realização de sua obra, antes contribuiu para que ele se empenhasse com mais afinco em suas tarefas. Ele pôde dizer como disse o apóstolo Paulo: “Quando estou fraco, então sou forte”.

 Smith, um dos membros da cruzada Billy Graham, escreveu o seguinte a respeito deste hino:
“Tenho a impressão de que Issac Watts, quando escreveu este hino, parecia estar ao pé da cruz de Cristo, juntamente com o apóstolo João, a mãe de Jesus e a multidão estarrecida. Quando canto este hino procuro fazer minhas as palavras de Isaac Watts. Com ele posso compartilhar o inacreditável assombro daquela cena – o Rei dos reis pregado na cruz. E a minha voz foi uma daquelas que gritaram perante Pilatos: ‘Crucifica-O, crucifica-O. Minhas mãos, tal como as mãos dos soldados romanos, foram as que pegaram o martelo e cravaram os pregos nas mãos e nos pés do meu Jesus. Então, ainda na minha contemplação, vejo o sangue das Suas feridas mostrando-me, como o hino sugere, os Seus sofrimentos e, também, por causa do Seu grande amor por mim!. Como pode alguém  permanecer insensível diante das palavras do apóstolo Paulo: 'Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo?'”
É exatamente isso o que dizem  a segunda e terceira estrofes do nosso hino.
É realmente  emocionante pensar nisto. A letra que aqui temos, é uma adaptação feita, em português, pelo saudoso irmão José  Ilídio  Freire, por sinal, muito linda e merecedora de que façamos nossas as suas palavras  todas  vezes que as cantamos. A música “Rockingham” é de Edward Miller (1731-1807).

 Transcrito do site:http://www.verdade-viva.net


sábado, 31 de março de 2012

PÉROLA, EU?



 



                                   "Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu, e pelo gozo dele, vai,vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”.
                                   
                                      “Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a”. (Mateus 13: 44,45)

                                        Quando leio esta parábola tão curta, mas extremamente profunda em seu significado, me sinto objeto de um amor sem medida  da parte de Jesus.

                                       Ele é o negociante que partiu da eternidade para este campo contaminado pelo pecado, e encontrou pérolas de altíssimo valor. Eram pessoas que viviam escravizadas pelo antigo "senhor "de suas vidas, Satanás, e que as levava para a morte. Ele se apossou deste campo com o objetivo de escravizar o ser humano, tornar sua vida infeliz, destruí-lo e levá-lo para junto de si ao inferno.

                                        E Jesus veio a este mundo, comprou o campo onde tais pérolas se encontravam. Ele veio para buscar e salvar o perdido. Deu sua vida na cruz em preço de redenção. E assim comprou o campo onde estavam as pérolas. E o apóstolo Paulo lembra os cristãos de Corinto esta aquisição: “Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens” (ICor.7:23)

                                 As pessoas que foram achadas por Cristo e que creram nele, agora lhe pertencem.

                                O amor de Deus se estende para todo o mundo, conforme nos ensina o Evangelista  João: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna".(João 3:16)

                               O mundo foi efetivamente amado por Deus, mas somente os que nele crêem são seu tesouro.

                               Ainda há pérolas enterradas neste campo sendo preservadas, e que ainda serão levadas a crer na obra da cruz pelo Espírito Santo.

                               Eu fui uma dessas pérolas, enterrada boa arte de minha vida, mas que fui encontrado pelo sacrifício na cruz, o lugar onde Jesus me comprou.

                              Nada custou para mim, mas para Jesus,sim, pois sua vida foi dada na cruz em preço de redenção.

                             Agora faço parte de sua igreja, como pérola preciosa, e sou edificado sobre o único fundamento que é Cristo.

                             Quem sabe, você que esteja lendo esta pequena meditação seja uma pérola ainda enterrada, e que crendo no sacrifício de Cristo na cruz do calvário, venha ser descoberta.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 28 de março de 2012

O CASAMENTO


               Com esta publicação encerramos as meditações no precioso livro de Rute. Restam-nos apreciar es­tes últimos versículos, os quais nos apontam para a grande vitória de Noemi e Rute. Temos, ao longo dessas publicações acompanhado a trajetória dessas mu­lheres e de maneira especial a de Rute, desde sua saída de Moabe, a renúncia à sua terra, aos seus deuses, às tradições e, a nova crença no Deus de Noemi, seu apego à Belém, culminando com seu casa­mento !
O livro de Rute é comparado a um palco, onde vai se desenrolar uma cena importante. Abrem--se suas cortinas, e o que se vê é um quadro cheio de dor - três mulheres cobertas pelo luto e a sau­dade daqueles que partiram - Elimeleque, Malom e Quiliom. Sentem os efeitos da morte e pagam um alto preço. Entretanto, no final do livro, a última cena é de alegria e esperança, onde se descortina um casamento feliz e, logo depois, o nascimento de um menino, que passa a chamar-se Obede. E desta forma, Rute entra na linhagem direta do Senhor Jesus ( Mt 1.5).
O livro de Rute inicia mostrando a morte e seus efeitos e termina mostrando a vida exuberante e alegre. De certa forma, é como a Bíblia, onde no Gênesis descobrimos a morte espiritual de nossos primeiros pais, banidos do jardim e proibidos de alcançarem a árvore da vida, um quadro muito triste! Mas, no Apocalipse, o último livro, encontramos a nova vida dentro dos novos céus e nova terra, o acesso à arvore da vida, e a ale­gria bendita e eterna!

Assim, o livro de Rute se aplica às nossas vidas, o qual nos mostra nossa morte e miséria espirituais, dor e sofrimento, quando andávamos segundo o curso deste mundo (Efésios 2). E nossa trajetória de dor foi até encontrar com Jesus, quando tudo mudou. Fomos achados por nosso Amado Boaz, o Salvador Jesus, e agora podemos antever um final bem feliz, sem lágrimas (Ap 21.4), e com uma viva esperança de participarmos das bodas do Cordeiro, onde estaremos para sempre com o Senhor!

Como foi com Rute tem sido com cada filho de Deus. Fomos alcançados por sua misericórdia e graça, entramos para a família dos céus, e somos co-herdeiros com Jesus! A nova vida nasceu entre as cinzas,nasceu da morte e hoje gozamos vida abundante e somos ricos!
                  "Perdido no mundo eu andava, pelas sendas do mal a vagar, quando Cristo, o Pastor encontrou-me, e hoje estou a caminho do lar."(HC 439)
           Por último, resta-nos um viver santo, pois estamos caminhando para um lar santo (I Pedro  1.16).Viver esperando, confiando e servindo, como Rute, mesmo entre os campos de Boaz, onde muitas vezes tinha suas mãos feridas ao colher espigas.
           Assim, devemos viver neste mundo escuro e tenebroso, mergulhado nas sombras do pecado, muitas vezes feridos e magoados, mas mesmo assim, espe­rando, confiando e servindo. Talvez nos custe bastante, mas é o preço. A recompensa está logo ali, segura nas mãos daquele que é Deus Forte, Maravi­lhoso, Conselheiro, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 21 de março de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE - A GRANDE TRANSAÇÃO (11)


                                              


Mais uma vez somos levados a contemplar e apre­ciar o nobre caráter de Boaz. Em nossa última meditação vimos seu esforço ingente procurando uma solução legal, através de um remidor.

A vida intranquila de Rute e Noemi, marcada por tanto sofrimento, deve terminar, pois o Deus de Boaz, o mesmo destas duas mulheres, estava prestes a ofertar sua mais rica benção dando um descanso merecido a cada uma delas.

Em primeiro lugar, vemos em Boaz o conhecimento que tem da lei, especialmente a lei do Levirato (Deut. 25:5-10). E com tal conhecimento, procurou cumpri-la para não ser apontado como infrator. Assim, tomou dez homens como testemunhas, diante do resgatador, e passou a expor-lhes o problema de Rute e Noemi com toda a fidelidade.

Sua atitude fala ao nosso coração e nos leva a pensar em nosso Salvador, que veio para cum­prir a lei. Não uma parte dela como Boaz, mas para cumpri-la totalmente. E assim, foi mais além do que Boaz, que se assentou na porta da cidade  para cum­prir uma parte da lei. Jesus cumpriu-a totalmente fora da porta (Heb.13:12). E como diz um hino evangélico: “Lá fora de Jerusalém o Salvador sofreu, foi levan­tado numa cruz e sua vida deu”. (HC 133)

Entretanto, o parente mais próximo dos falecidos, em princípio aceitou o encargo da remissão (4:4), mas depois recusou-se.

           Tal fato leva-nos a pensar que este remidor esqueceu-se de que, após a compra da terra deveria casar-se a fim de suscitar um herdeiro, de­vendo tornar-se dono da propriedade. Talvez temesse  diminuição em seu patrimônio, comprando terras que por direito pertenceriam ao filho que nasceria de Rute.

            Pensando no Senhor Jesus, novamente encontramos algo maravilhoso, pois Nele vemos um desprendimento total de sua gloria (Filip.2), esvaziando-se totalmen­te para nos salvar. E quanto prejuízo ele sofreu por nossa causa, desde sua saída do céu e entrada neste mundo, aprendendo a obediência pelas coisas que sofreu. "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lagrimas, orações e súplicas a quem o poderia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu”.  (Heb.5:7,8).

           O dia terminou de forma muito feliz para Boaz, que concluiu o negócio mais importante de sua vida (vers.9), tomando Rute por sua esposa e perpetuando o nome de seu falecido marido. E assim, deu-lhe um descanso verdadeiro e merecido.

Como é agradável saber que nosso remidor, o Senhor Jesus, nos deu nova vida, segurando-nos em seus braços, e nos chamando de filhos. A obra da nossa salvação foi completa e a grande transação foi reali­zada na  cruz. Ganhamos um descanso verdadei­ro sem qualquer merecimento. Ganhamos um Pai cheio de amor que vela a cada instante por nos. E tudo graças ao nosso querido e bendito Remidor.

A Ele toda a glória
Orlando Arraz Maz


sábado, 17 de março de 2012

SAMARITANA DO SÉCULO XXI




A boa samaritana do século xxi

Há poucos dias tomei conhecimento desta história 100% verdadeira: meu sogro, com mais de 80 anos caminhava por uma rua, quando parou um carro e a motorista perguntou-lhe: “para onde o senhor  vai?”, ao que ele respondeu: “vou tomar um ônibus e vou ao posto de saúde para o tratamento dos meus dentes”. Em seguida, disse: “sobe que vou levá-lo ”. Ao chegar ao posto de saúde dirigiu-se a uma das atendentes : “este senhor está precisando ser atendido com urgência”. Depois, colocou dinheiro em seu bolso, e disse: “é para pagar o táxi que vai  levá-lo de volta” e deixou instruções para a atendente chamar um táxi, dando-lhe o número de telefone do ponto. Assim que terminou o atendimento, chegou o táxi que o levou para casa. E ele contou o ocorrido para o motorista, e em seguida perguntou-lhe: “o senhor conhece esta moça?” E o taxista disse que sim e que ela era gerente de um Banco. Quando foi pagar a corrida, tirou o dinheiro do bolso e viu que eram duas notas de R$50,00. Pagou e ainda ficou com troco.

Lembrei da parábola do bom samaritano contada por Jesus, e descobri que 21 séculos depois podia encontrar uma “boa samaritana”.

Um fato como este ocorrido num mundo cheio de ganância e violência como o nosso, me deixa sensibilizado.  Raro encontrar alguém com tais sentimentos, fazendo o bem sem qualquer barganha, permanecendo no anonimato.

A atitude desta mulher me leva a refletir na atenção que presto ao meu próximo, retira a tampa do meu coração, e me faz olhar lá para dentro onde nada vejo, senão somente meu egoísmo.

Jesus nos deixou exemplo em como amar o próximo, se tornando no verdadeiro bom samaritano, socorrendo o ser humano ferido em seu pecado, dando a sua vida na cruz e garantindo que voltaria para buscar todo o que nele crer.

Resta-me, finalmente, orar ao Pai, confessar minha negligência em amar o meu próximo, e pedir que aumente o meu amor daqui para frente.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz








quarta-feira, 14 de março de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE - FARTOU DE BENS OS FAMINTOS (10)




                                    Na contabilidade de Deus nossos  lucros nunca são esquecidos. Aquele que nos vê em secreto, e seu olho é preciso e infalível, nos 
recom­pensará (Mat. 6:6). “O tempo que permanecemos aos pés do Salvador determina nosso lucro, reverti­do em bênçãos incontáveis.

                                   Quando em contrição nos achegamos a ele e nos colocamos aos seus pés traspassados, e im­ploramos que nos cubra com seu precioso manto carmesim, ele nos atende imediatamente. Suas palavras nos confortam e suas bênçãos nos enchem de satisfação.

                                     Assim foi com Rute. Naquela noite memorável, após a festa, deitando-se aos pés de Boaz e sendo coberta pela sua capa(3:9), recebe como recompensa, ao raiar da manha, seis medidas de cevada.

                                       O gesto de Boaz se assemelha com o querido Bom Pastor do Salmo 23. "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará". Um que nos tira o temor e nos dá consolo e coragem, bondade e misericór­dia, mesa farta, e uma casa por longos dias (João 14).

                                        O vale percorrido por Rute desde Moabe  foi escuro e pro­fundo, com  dias cheios de incerteza e medo. Seus dias se transfor­maram na mais vibrante realidade,confiando no Pastor de todo o seu coração. Atravessou com calma o vale, mas sempre apoiada em sua vara e em seu cajado.

                               Será que a experiência de Rute tem sido a nossa experiência dia após dia? Ou será que nos esquecemos de nos apoiar no bordão do Pastor, andando com as nossas "pernas", e ao final só temos contemplado  quedas e fracassos ao longo de  caminho?

                                         O nosso remidor quer que sejamos vitoriosos, que andemos firmados em seu bordão, pois a sua mesa é sempre farta e preciosa.


                                          Rute ganhou de Boaz seis  medidas de cevada. Seu coração se revela assas bondoso e terno. E numa demonstração  de carinho ele mesmo toma o manto de Rute, agora repleto de cevada, e o coloca às suas costas, e despede-a para  junto de sua sogra, agora alegre é tranquila.

                                            As seis medidas oferecidas por Boaz nos  leva a pensar no significado bíblico do numero seis - o número imperfeito. A medida que faltava para com­pletar a sétima, cujo número nos fala do que é per­feito, foi completada com a própria entrega de Boaz,  oferecendo-se para ser o resgatador de Rute.

                               Em Cristo temos ampla e farta provisão. Ele nos cumula de bênçãos eternas e se oferece a si mesmo em preço de redenção, e nos alimentamos dele, o Salvador Perfeito, como o verdadeiro pão do céu.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz  

quinta-feira, 8 de março de 2012

UMA GRANDE MULHER



Quero homenagear uma grande mulher neste dia Internacional da Mulher.

Era filha de espanhóis numa família de onze irmãos.
Ainda jovem se casou, e moradora da cidade, foi para o interior.
E lá veio o primeiro filho.
Mudou-se para a cidade grande em busca da cura para o filho, e nunca mais voltou para o campo.
Depois, mais quatro filhos vieram. Com cinco filhos o quadro estava completo: três homens e duas mulheres.
E passou a ajudar o marido na sobrevivência de todos eles.
Primeiro, como costureira para grandes lojas, onde buscava fardos de roupa e os carregava sobre os ombros até sua casa. E tudo a pé para economizar alguns trocados.
Mais tarde foi faxineira em uma escola em troca do ensino para os seus filhos.
Essa grande mulher com pouca cultura se esforçava para dar um futuro promissor a cada um deles.
E assim foi por longos anos.
Aos 24  anos colocou sua vida nas mãos de Cristo, e apesar das dificuldades, era feliz.
E na trajetória dessa vida, sofreu pelo pai e alguns irmãos presos por motivos políticos.
O pai nunca mais viu, pois deportado para a Espanha, ali morreu.
Os anos passaram e essa grande mulher, aos 54 anos  viu a morte arrebatar seu marido;e cinco meses depois a morte levou sua filha, deixando quatro crianças que foram criadas por ela.
E começou tudo de novo aos 54 anos de idade, cuidando de crianças, roupas, livros, escola. E não fracassou. Em cada momento as forças de Deus desciam ao seu coração e ela se renovava a cada manhã.
Aos  76  anos a morte chegou novamente levando seu filho caçula com 40 anos de idade.
Embora mergulhada na mais profunda tristeza, não se deixou abater.
Essa grande mulher viveu mais 9 anos, e apesar de tantas curvas, descidas e subidas nessa estrada, era feliz.
Tinha uma voz grave  (ela nunca gostou),que  não a impedia que cantasse seus hinos favoritos. E muitos em castelhano, língua que aprendeu na juventude.E este era um dos seus favoritos:
“Cuando la trompeta del Señor se toque la final,
Com fulgor apunte El alba eternal,
Y los redimidos suban a su casa celestial,
Quando allá se pase lista yo estaré.

Estribilho:
Cuando allá se pase lista, quando allá se pase lista,
Cuando allá se pase lista, cierto estoy que por su gracia alli estaré.

Tradução:
Quando lá dos céus descendo para os seus Jesus voltar,
E o clarim de Deus a todos proclamar a chegada desse dia da vitória do meu rei,
Eu, por sua imensa graça, lá estarei.

Estribilho:
Quando enfim chegar o dia da vitória do meu rei,
Pela  graça de Jesus eu lá estarei.

Essa notável mulher foi chamada por Deus aos 85 anos de vida e já se passaram 12 anos. E que saudades!
 Ela plasmou meu caráter e me conduziu  aos pés de Cristo.

Fermina Mas Arraz, minha mãe, receba esta  humilde homenagem.

Orlando Arraz Maz - seu filho







quarta-feira, 7 de março de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE AOS PÉS DE BOAZ (9)


     
Desde a saída de Moabe temos acompanhado os firmes passos de Rute, sempre atenta aos sábios conselhos de Noemi. Muitas coisas aconteceram em sua vida, e os dias sombrios ficaram para trás, apontando para uma nova esperança que  começara a brotar em seu coração.

O relato encontrado neste capítulo, bem como em algumas partes deste belo livro, pode parecer estranho, pois se desenrola num cenário campestre.   Acompanhemos com reverência sem quaisquer ilações  de nossa parte,tais como: Rute foi atrás de Boaz;  deitou-se junto dele, aos seus pés, atitudes incomuns e impróprias em nossos dias, sobretudo entre aqueles que te­mem ao Senhor Deus. E sendo comuns naquela época,tão somente vemos em Rute e Boaz um comportamento puro,próprio daqueles que pautam por uma vida de obediência e amor pelas coisas do Senhor (v. 14).

A época da colheita transcorria num clima festivo.  O período de árduo labor terminara após longas horas sob o sol inclemente e forte. Mas a compensação maior encontrava-se nos celeiros que estavam cheios  de trigo, garantindo uma vida abun­dante e feliz.  E Boaz, como talvez outros fazendeiros de Belém, também estava alegre. E depois da festa (v.7), foi deitar-se ao pé de um monte de grãos.

Rute , por sua vez, instruída por Noemi(v.4), após Boaz deitar-se junto ao monte de grãos, também foi para lá e deitou-se.“Então chegou  ela de mansinho, e lhe descobriu os pés e se deitou.(v.7). Sem qualquer barulho, quieta e submissa, pois ali, bem pertinho, estava o seu  remidor.
Este belo quadro evoca-me a lembrança do  hino: "Aos pés de Cristo eu quero estar, benditas horas ali passar”. Como Rute aos pés de Boaz, quieta e submissa, humilde e confiante, eu e você, encontraremos tudo aos pés do Se­nhor Jesus. Mas urge estarmos imbuídos de igual sentimento.
Antigamente aprendia-se aos pés dos sá­bios mestres, indicando assim, que o "saber" do discípulo estava ao  rés do  chão.  Foi assim com Paulo aos pés de Gamaliel, e com Maria, irmã de Marta, aos pés do Salvador.
Que tal chegarmos de mansinho aos pés de Jesus, deixando tudo o que faz barulho, qual nosso orgulho, nosso "eu",nosso saber, nossas posses, nossa "espiritualidade", nossa boca falante, e tudo, enfim. Somente bem pertinho de Jesus, Ele nos cobrirá, a fim de que nos sintamos protegidos, amparados, acalentados, confortados. E no silêncio de nossos   corações, sua voz mansa e delicada nos en­cherá de paz e de sabedoria.

Que assim seja
 Orlando Arraz Maz
    


sexta-feira, 2 de março de 2012

CÂNCER ? E AGORA, DOUTOR?




Nunca tanto se falou do câncer como nestes dias. É um mal que cresce de forma assustadora. A cada dia somos assaltados por notícias de parentes ou amigos que estão sendo vitimados por esse mal. Muitas vezes nossas palavras são fracas e pobres, e quase nada podemos fazer.

Tenho uma lista de oito nomes de queridos amigos, incluindo uma irmã mais velha,um sobrinho-neto e uma prima, os quais são levados por mim  a Deus em oração.Não faz muito tempo eram somente dois. Pouco     posso fazer por eles, mas sei que este é o melhor recurso colocado por  Deus à disposição do ser humano.

A oração é a via de mão única que me leva à presença do Todo Poderoso. Enquanto estou orando Deus está trabalhando.

Assim,posso orar por estes queridos e pedir que Deus conforte seus corações, que os acompanhe nas salas frias das quimioterapias, nas máquinas das hemodiálises, nas aplicações tão desgastantes, nas horas de solidão e de desânimo, e que na sua infinita bondade lhes conceda a cura.

O Apóstolo Paulo, preso numa cela fria por causa de sua fé, deixou-nos um monumento de esperança ao escrever aos cristãos da cidade de Filipos:

"Posso todas as coisas naquele que me fortalece". Não é um talismã de sorte, mas uma confiança inabalável no Deus que não pode falhar e nem mentir.

Confio nesse Deus que nunca me desapontou nos quase 70 anos de minha vida.

Davi nos anima com seus salmos maravilhosos, como este que destacamos:

“Ouve, ó DEUS, a minha súplica, atende a minha oração; desde os confins da terra clamo por ti, no ABATIMENTO do meu coração. Leva-me para a ROCHA que é mais alta que eu”.” Salmo 61.1-2

Há uma poesia cantada que transcrevo abaixo:

"Aflito e triste coração, Deus cuidará de ti.
Por ti opera sua mão que cuidará de ti".
Na dor cruel, na provação, Deus cuidará de ti.
Dará socorro e salvação, pois cuidará de ti.
O que é mister te pode dar quem cuidará de ti.
Nos braços Seus te sustentar,pois cuidará de ti".

Então, meus queridos oito amigos, vocês estão sendo levados a Deus  através das minhas  fracas orações, onde peço que Ele abra Suas mãos e derrame sobre vocês todos os recursos disponíveis em seus celeiros abençoados.

Um beijo em cada um de vocês.

Orlando Arraz Maz



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012




Meditações no Livro de Rute

Obediência – A marca do verdadeiro filho (8)


O caminho da obediência leva aos mananciais da bênção. Deus sempre se agradou da obediência de seus filhos, e na sua Palavra temos inúmeros exemplos de pessoas que obedeceram sem reservas: Abraão, Moisés  e tantos ou­tros , e, como resultado, alcançaram bênçãos incontáveis.(Gen. 22:18:26:15, Josué 1:17)

Sem dúvida, o mesmo ocorreu com Rute. Após contar à sua sogra as experiências daquele dia, pacientemente esta lhe pediu para que agisse com toda cautela, procurando as companhias  femininas, e  ser  recatada. Instruções práticas de Noemi, sogra e mãe,  com vistas a ajudar Rute  encontrar o remidor certo e competente.

Temos nesta atitude de Noemi instruções preciosas para nossos jovens. Ao entrarem na adolescência, quantas moças sofregamente perseguem o rapaz que conhece­ram e fazem de tudo para iniciar o namoro, e o mesmo acontece com os moços. Esquecem  que "no Senhor" tudo deve ser diferente, pois há normas  em Sua Palavra que levam a uma descoberta clara de sua vontade. Os passos da obediência devem ser dados para que as bên­çãos venham sob a vontade do Senhor.

Rute agiu assim. Após ouvir as sabias instruções de Noemi, preparou-se para encontrar Boaz, e mais uma vez segue seus conselhos: “Lava-te, pois, unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira..." (v.3) Tais conselhos revelam uma disposição firme e precisa de alcançar o favor de Senhor. E quanta lição resta para cada um de nós.

Quando obedecemos ao Senhor um processo de regeneração já se operou em nossas vidas, pois impossível é obedecer alguém que jamais conhecemos.

Rute, iniciando pela obediência, agora deve lavar-se. Talvez trouxesse em seu corpo marcas do luto e da tristeza e este era o momento para alegrar-se, banhando-se primeiramente. 

Lembremo-nos que as facetas de nossa vida espiritual se comparam com a vida de Rute: trazíamos em nós "vidas mortas" e éramos tristes pelos efeitos do pecado, mas Cristo, o nosso Remidor nos lavou com o seu precioso sangue (I Pedro. 1-19), ato contínuo nos santificou, ungindo-nos com o Espírito Santo. E como Ru­te vestiu seus melhores vestidos, Ele também nos ves­te com as vestes de uma salvação eterna (Isaias 61:10:Ap. 19:8). Portanto, purificados, santificados e aceitos!

Depois de todos os preparativos, Rute devia descer à eira, o lugar onde se secava o trigo, um lugar humilde, e encontrar-se com Boaz. Quando estamos dispostos a obedecer, purificados, santificados e aceitos em Cristo, precisamos "descer". Estamos acomodados no alto de nossos conceitos, de nosso eu, de nossas razões, fatores que nos distanciam das bênçãos desejadas. O Senhor se alegra quando descemos e, no lugar humilde, virá nos elevar com suas bênçãos. Maria,mãe de Jesus, assim se expressa em seu cântico. O Senhor Deus viu a sua humildade e "derrubou dos seus tronos os poderosos e. exaltou os humildes". (Lucas 1:48,52) Mais tarde, é Jesus quem ensina(Lucas 14:11). Portanto, sua apreciação é bem intensa, quando ele vê corações humildes . E a lição do lava-pés deixou marcas profundas nos discípulos(João 13:12 a 20). Tão humilde  que para nos salvar, também desceu dos céus, do trono ao lado do Pai, às camadas mais baixas da terra onde imperava o pecado, a fim de nos buscar.  E tudo fez para nos remir  o nosso Bendito Remidor.

Rute, bem disposta, obedeceu, lavou-se, ungiu-se, vestiu-se e desceu para buscar um lugar aos pés de Boaz que dormia entre os feixes de trigo. E lá, trilhando o ca­minho da obediência, aos seus pés alcançaria a bênção que tanto desejava.

Algo semelhante poderá ocorrer com todas as pessoas dispostas a obedecer Jesus Cristo, o perfeito Remidor.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz






sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Carnaval


 O carnaval se foi levando fantasias,
E uma enxurrada de risos e ilusões.
Qual solitário viajante em terras frias,
Partiu silencioso sem  explicações.

Levou na mala pesada o desencanto,
Decepções e promessas sem medida,
Deixou corações em meio a dor e pranto,
Murchos,abatidos,sem força e vida

Bem falou no passado o rei Salomão,
Com sabedoria e total certeza:
"Até no riso terá dor o coração,
E o fim da alegria é tristeza".

Busque em Cristo a alegria que permanece
E não deixa marcas e nem frustrações,
Nele a vida é feliz e sempre floresce
Sem sustos,sem mágoas e desilusões.

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Meditações no Livro de Rute - Jesus,o companheiro inseparável (7)




                      Notaram como começou o dia de Rute no capítulo dois?  Um dia repleto de novidades, mas iniciado com obediência e no temor de Deus. Ao terminar o dia, podia voltar para junto de sua sogra e contar-lhe tudo o que lhe aconteceu: cuidado, proteção, boa comida e água gostosa. E, ainda mais, conheceu um homem que lhe falou ao coração, consolando-a.

                   Como iniciamos cada dia que o Senhor nos dá? Ele faz com fidelidade sua parte - "Suas misericórdias se renovam a cada manha". E nós temos feito a nossa parte buscando sua sábia orientação e oferecendo nossa obediência?

                 O resultado de muitas frustrações analisadas ao voltarmos para nossas casas, à noite, está no fato de que começamos mal o dia, e sem dúvida, assim será o dia todo.

                         O Senhor quer ser "consultado" todo o dia, an­tes de qualquer atividade e não quer o tempo que sobra de cada filho, ao final de mais um dia, quando o cansaço toma conta do corpo e o sono inexoravelmente vem.

                         Há uma poesia em forma de canto que expressa a necessidade de buscarmos em oração a face de Jesus: "Bem de manha embora o céu sereno, pareça um dia calmo anunciar, vigia e ora o coração pequeno, um temporal pode abrigar” (Hinos e Cânticos 324)

                         Rute encontrou bênçãos incontáveis ao longo  desse dia, mas o que mais marcou seu coração, foram as palavras ditas por Boaz. Ele sabia tudo a seu respei­to (v.11), sua afeição por sua sogra, sua decisão em deixar a casa de seus pais e adotar Belém e seu Deus como valores preciosos e, como resultado de tamanha coragem, Boaz desejava-lhe o galardão da parte do Deus de Israel, o mesmo que a abrigara sob suas asas (vers. 12).

                          Ao voltar para casa, à tarde, tinha muita coisa para contar à sua sogra (vs. 18-23), muitas novidades, muitas bênçãos. Encontrara um homem rico e bom,forte e compassivo, mas o que só descobrira depois, é que Boaz era um parente chegado, um dentre os remidores (vs. 20). Que grata surpresa!

                           Tudo isso e muito mais que excede o nosso en­tendimento, temos no Senhor Jesus, o nosso Boaz: amor, compaixão, força, sabedoria, riqueza. Entretanto, quantas vezes esquecemos de procurá-lo bem de manhã, e ao final de um dia, pouca ou nenhuma descoberta fizemos. Corremos de um lado para outro, falamos de tudo, pensamos em  tudo, menos no Amado Salvador, aquele cujas belezas são incontáveis e deseja que o busquemos a cada manhã e quer ser nosso conselheiro durante todo o dia. Quando isso acontece temos surpresas que inundam nosso coração de alegria.

                            Claro que durante o dia, mesmo buscando sua direção, podem ocorrer contratempos, preocupações, dissabores. Mas estes serão diferentes porque Ele estará ao nosso lado, pronto para trazer o  seu conforto. Sua Palavra nos diz que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Ate hoje não falhou e jamais falhará. Quantas vezes, atrás de uma nuvem escura, o sol brilha intensamente, embora não possamos vê-lo.
                           
                             Rute encontrou tudo em Boaz e não foi de­cepcionada. E nós, filhos do Pai Celestial, com tudo à nossa disposição, por que não entrarmos em seus celeiros a cada manhã e encher nossas mãos das mais preciosas bênçãos reservadas para cada um de nós?

Que assim seja para  glória de Jesus

Orlando Arraz Maz


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Julgamento sem recurso

O julgamento de Lindemberg, o assassino de Santo André, impactou  a opinião pública.
Uma multidão de repórteres, câmeras de televisão, pessoas entrevistadas, promotores dando seu parecer jurídico, e o público, ávido por uma condenação por certo merecedora.

Ao findar  do dia o veredito foi dado com a leitura da sentença: 98 anos de prisão, com o lançamento do nome do réu no rol dos culpados. 

E a advogada do réu informou que pretende ingressar com recurso, com vistas à anulação do júri. 

Lembrei-me de um julgamento totalmente diferente deste, presidido por Deus, que julga retamente grandes e pequenos, não por crimes específicos praticados, mas por obras más provenientes de vidas pecaminosas, e que não se submeteram à lavagem dos seus pecados no sangue precioso de Jesus.

Suas obras más foram lançadas no livro do juízo, e a condenação foi decretada por Deus. E não há qualquer interposição de recurso, pois a sentença é perfeita.

Lindemberg, que passou por um juízo humano, se não se arrepender de seus pecados, sem dúvida comparecerá perante este Tribunal onde será julgado com retidão, sem direito a qualquer recurso.

Felizes aqueles cujos nomes foram encontrados no Livro da Vida, e que tiveram suas causas ganhas pelo Defensor, no alto de uma tribuna levantada na Cruz do calvário. Lá, Jesus, o Advogado maravilhoso e competente, venceu a Satanás e ganhou a vitória para mim. E lançou meu nome no Livro da Vida.

A Ele minha eterna gratidão.

"E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o além entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo". (Apocalipse 20:11a15)

Orlando Arraz Maz

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE RUTE - O CAMPO IDEAL (6)




Em nosso último comentário discorremos sobre a direção do Senhor Deus na vida de Rute, a qual encontrou um amigo compassivo.

Boaz era filho de Raabe (Mt 1.5 e Os 2.1),que pela misericórdia de Deus passou a gozar das bênçãos de Israel,ficando livre da destruição de Jerico (Os 6.25). Portanto, Boaz era um homem que conhecia bem o Deus de Israel. Sua mãe, sem duvida, contou-lhe do dia em que foi visitada pelos dois espias, do esconderijo que improvisou para eles e, quem sabe, toda a vitoria de Israel derrubando os muros de Jerico ao som das trombetas. Um Deus como este, somente o Deus de Israel!

No dia em que Rute começou a trabalhar, Boaz, não se encontrava no campo. Por certo, cuidando de negócios na cidade, ou, segundo alguns, vol­tando de uma batalha. No entanto, assim que chegou, sua atenção se volta para Rute e começa a se interessar por ela. Nesses versículos temos uma amostra do caráter e do coração de Boaz.

Primeiramente, seu cuidado para que ela, distraída, não passasse para outro campo, mas que estivesse entre as demais empregadas da fazenda. Ele queria exclusividade em seu trabalho. Somente assim te­ria condições de analisar seu serviço e apreciar sua obediência.
  
Interessante este cuidado. No estudo anterior escrevemos que Boaz é um pálido tipo do Senhor Jesus, e, portanto, cumpre-nos tirar do texto boas e preciosas lições.  

Assim como Boaz chegou ao seu campo vindo de fora, nosso Salvador chegou a este mundo vindo dos céus, e encontrou-nos famintos, sem os laços da família espiritual, salvando-nos e perdoando-nos.  Agora, Ele tem interesse por nós. Quer que trabalhemos em Seu campo, pois pertencemos a Ele (I Pedro 2.9).

Como seria fácil para Rute deixar seu lugar de trabalho, quer por mera distração ou mesmo por de­sobediência. Mas a ordem era clara: "não passes daqui, aqui ficarás, estarás atenta”.Somente assim seria protegida pelo dono daquelas ter­ras, seu novo senhor.

Na Palavra de Deus somos ensinados a permanecer em nosso campo de trabalho, e prestar nosso serviço atentamente. São muitas as "distrações" deste mundo e nossa tendência é buscar aquilo que nos agrada e nesses desvãos, passarmos das divisas e nos perdermos em "outros campos".

Mas Boaz tem mais instruções para Rute: ha­via dado ordens para que seus servos não a tocassem, e quando sentisse sede estes dariam água para ela. Uma água boa, garantida, e da melhor qualidade,

Como filhos de Deus somos guardados por ele, e o maligno não nos toca. "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." (I João 5 : 18)


Será que a cada instante buscamos a fonte certa para saciar nossa sede? Ou será que temos avançado, passando dos limites e nossa sede esta sendo mitigada em poços alheios? Em João 7.37 o ensino de Jesus é este: “Se alguém tem sede venha a Mim e beba” Um dia mitigamos nossa sede de salvacão na pessoa de Cristo. E hoje, algum tempo depois, continuamos a nos dessedentar nessa Fonte?


Rute se sentia bem protegida, tinha comida boa e água preciosa, portanto, não é sem razão que se inclina com o rosto em terra (2:10),  conhecendo o favor imerecido da parte de Boaz: era uma estrangeira e mesmo  assim, Boaz lhe mostra seu coração amoroso.

Nós também fomos alcançados por uma salvação imerecida, pois éramos estrangeiros,mas Ele nos  buscou e nos amou primeiro!  Será que estamos dando o devido valor?  Será que a água preciosa e a co­mida farta estão sendo apreciadas e consumidas devidamente por nós?  Ou será que estamos nos satisfazendo em outros campos, bebendo água salobra e comendo apenas "alfarrobas"?       

Curvemo-nos diante do nosso Sal­vador e rendamos nosso louvor pelo cuidado de­monstrado a cada um de nós, colocando-nos num campo ideal, fornecendo-nos água preciosa, segurança e comida farta.

Que assim seja.
Leitura: Rute 2

Orlando Arraz Maz