Judá,
o quarto filho de Jacó, é visto nas Escrituras como um falso moralista.
A história narrada no livro de Gênesis cap. 38, nos dá uma visão bem ampla de seu procedimento.
A história narrada no livro de Gênesis cap. 38, nos dá uma visão bem ampla de seu procedimento.
Judá
foi pai de três meninos: Er, Onã e Selá. O mais velho casou-se com Tamar, e por
ser mau o Senhor o matou, morrendo sem deixar descendentes. O segundo filho, de
acordo com os costumes da época, foi dado à viúva para perpetuar a descendência
de seu falecido irmão, que também veio a morrer sem deixar descendentes. O
terceiro filho,Selá, por ser ainda criança, foi prometido à Tamar, que resignada esperou-o atingir
maior idade para casar-se.
No
decorrer dos anos Judá ficou viúvo, e não cumpriu sua promessa em dar seu filho
menor como marido a sua nora.
Certo
dia Judá resolveu tosquiar seu rebanho nas proximidades da casa de Tamar, e
esta ao saber, trocou os vestidos da sua viuvez, sentou-se à porta da cidade e
fingiu ser uma prostituta. Daí foi um passo para Judá ter relações sexuais
ilícitas, deixando em seu poder como garantia de um cabrito dado em pagamento:
o selo, ou o anel que era preso a um cordão e seu cajado.
Passados
quase três meses Tamar foi acusada de adultério porque ficou grávida, estando
ainda viúva.
Ouvindo
isso, Judá ordenou que ela fosse queimada. Ante todos os preparativos, a cidade
reunida para o espetáculo, a fogueira preparada, e Tamar sendo levada para a
morte, nesse momento, devolveu o penhor e declarou que o dono daqueles objetos
era o pai da criança. Os objetos representavam prova cabal de que Judá havia
feito sexo com Tamar.
Reconheceu-os,
pois, Judá, e disse: Ela é mais justa do que eu, porquanto não a dei a meu
filho Selá. E nunca mais a conheceu.
Caiu a ficha de Judá como diríamos hoje, e
prontamente reconheceu seu erro.
Creio
que seu semblante ficou totalmente corado, e sobretudo bem envergonhado.
Embora
hoje nossa sociedade seja bem desenvolvida, o falso moralismo é algo bem velho.
Muitos
vestem suas capas de moralistas, apresentam vidas virtuosas, mas dentro de
quatro paredes são totalmente diferentes, e se revelam os mais pervertidos.
Não
fosse a perspicácia da mulher, teria morrido sem compaixão pelas mãos do
próprio Judá.
Bem
ensinou Jesus que muitos religiosos e autoridades de seus dias eram como
sepulcros caiados:
“Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios
de ossos e de toda imundícia”.(Mat.23:27)
Judá
voltou para sua casa, e por certo seu
regresso foi mergulhado na mais profunda humilhação. Tamar voltou para casa de
seu pai em triunfo, e podia ostentar a beleza de uma mulher virtuosa, que por
muitos anos aguardou uma promessa não cumprida por parte de Judá.
Que
sejamos pessoas autênticas, transparentes, e que os outros nos vejam como o
fundo de um rio cristalino.
Que
não haja em nós um falso moralismo, nem tampouco o desejo de julgarmos nossos
semelhantes:
“Porque
com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos
medirão a vós”. (Mat.7:2)
Espero
que Judá tenha aprendido a lição.
E
que cada um de nós jamais a esqueça.
Que
assim seja
Orlando
Arraz Maz
Um comentário:
É a típica: O TIRO SAIU PELA CULATRA" Grato. Abraço
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