As palavras acima foram extraídas do livro de Josué 1:9. Foram ditadas pelo Senhor Deus a Josué, com a
finalidade de animar o povo na
travessia do deserto.
Anteriormente o próprio Moisés as transmitira ao povo,
dando-lhes suas últimas instruções (Deut. 31: 6-8). Entretanto, acabara de
falecer aquele que os libertara da escravidão do Egito, conduzindo-os pelo
deserto pelo espaço de quarenta anos.
Deus conhecia perfeitamente aquelas pessoas, seus
sentimentos, seus medos e suas aspirações.
Sabia que depois da morte de Moisés viria o desânimo, a frustração, o medo, a
revolta.
Assim, Josué recebe a mesma mensagem da parte de Deus: “...
não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o
Senhor Deus é contigo” (Josué 1:9).
Tais palavras podem ser aplicadas às nossas vidas e
especialmente em nossos dias, quando a violência impera em todos os lugares.
Temos medo de sair de nossas casas e nos aventurarmos em ir a lugares de grande
concentração.
Não há segurança nas escolas onde estudam nossos filhos, em
nosso trabalho, e até mesmo nas igrejas na hora dos cultos.
Nos tempos de Josué as circunstâncias eram outras: povos
inimigos, guerras, falta de provisão, de água. Entretanto, o medo deles em nada
é diferente do nosso.
A mensagem que vem da parte do Senhor para os nossos
corações é sobretudo alentadora: “não te espantes”
Para o povo de Israel Moisés estava morto. Para nós nosso
“Moisés” o Senhor Jesus está vivo. E aqui reside a grande diferença.
Sem dúvida os percalços estão à nossa volta, o medo e a
insegurança, mas a promessa de Deus traz conforto ao nosso coração: “porque o
Senhor teu Deus é contigo”. Esta bendita promessa veio ao coração daquele povo
como bálsamo refrescante. E Josué, o novo capitão, seria o homem escolhido por
Deus para abrir-lhes os olhos para esta promessa, e levá-los com segurança às
terras férteis de Canaã.
E Deus cumpriu sua palavra, pois é fiel em suas promessas
(II Carta aos Coríntios 1:20). Aquele povo provou sua fidelidade, pois muitos
inimigos foram derrotados, cidades foram conquistadas, e a cada dia o povo se
tornava vitorioso, apesar de suas falhas.
Em Jesus Cristo temos as mesmas promessas, e ainda maiores.
Ele foi para o céu, por pouco tempo está ausente da nossa visão, mas as suas
promessas permanecem inabaláveis.
Jesus, ao despedir-se dos seus discípulos, na sua ascensão
para o céu animou-os com a certeza de sua presença: “e certamente estou
convosco todos os dias, até a consumação do século” (Mateus 28:20). Uma
presença sempre atual, não uma promessa remota, que serviu de incentivo e
coragem para que enfrentassem os dias tumultuosos descritos no livro dos Atos
dos Apóstolos.
Entretanto, outra promessa brilhava nos seus corações: “não
vos deixarei órfãos; virei outra vez para vós”. E assim, os apóstolos
alcançaram forças quando as provas chegaram.
O escritor da carta aos Hebreus escrevendo para os fiéis que
perderam os seus bens, ou que foram presos pelo testemunho do evangelho, os
conforta: “não te deixarei nem te desampararei” (Hebreus 13:5). Não foram
poupados das mãos dos assaltantes, de governos impiedosos, de leis injustas.
Pelo contrário, foram espoliados de seus bens, muitos reduzidos à miséria, mas
a promessa de Deus servia-lhes como verdadeiras alavancas. Não se sentiam sós,
muito menos desamparados.
Resta-nos, portanto, confiar nas mesmas promessas. O nosso
amado Salvador caminha à nossa frente.
Nem sempre seremos poupados. O assalto poderá acontecer com
a perda de nossos bens, talvez da própria vida, e mesmo assim sua promessa deve
nos transmitir segurança e conforto.
O caminho que temos a seguir é incerto? Não enxergamos nada?
As palavras do poeta nos animam: “Não sei o que me espera, Deus não me revelou;
a senda é nova para mim, mas com meu guia vou”.
Que as promessas de Deus e a presença de Jesus fortaleçam
nossas vidas, sustentando-nos a cada nova manhã, quando sairmos para o
trabalho, nossos filhos para os estudos, nossas esposas cuidando do lar: “não
te espantes porque o Senhor teu Deus é contigo”.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz
Um comentário:
Aprecio muito este Hino e especialmente a estrofe:"Feliz tal ignorância do meu caminho além, e bem melhor eu não saber as provações que vem...se não sei por onde vou, de certo sei com quem". Grato. Abraço.
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