As
passeatas e os protestos têm ocupado diversos setores de nossa sociedade, e
entrado em nossas casas pela TV, internet, e outros meios de comunicação. Com
elas veem cenas chocantes de depredações causadas por vândalos, resultando em
pessoas feridas e mortas. Um cenário de verdadeiro horror.
A participação em tais passeatas por parte de cristãos
evangélicos, como pode ser encarada à luz da Palavra de Deus, a Bíblia sagrada?
Seu envolvimento mesmo de forma pacífica tem respaldo nas instruções deixadas
por Deus em sua Palavra?
Antes de tudo é bom salientar que a Bíblia foi escrita por
homens escolhidos por Deus, sem que deixassem de lado suas características.
Deus usou suas habilidades, intelectos e conhecimentos, e conduziu-os a
escreverem suas palavras. Daí ser a Bíblia um livro inerrante.
Assim, o Novo Testamento traz instruções específicas para a
cristandade, e de forma cristalina para a igreja militante. É composto
de 27 livros dos quais 13 foram escritos pelo apóstolo Paulo.
Abarcam um período bastante tumultuado que vai dos anos 48 a 68
aproximadamente, com imperadores maldosos e sanguinários, a exemplo de Nero,
que não mediram esforços para apagar as marcas deixadas pelo cristianismo.
E o apóstolo deixa claro em suas cartas, o clima de terror
vivido pelos cristãos dos primeiros anos. Ele mesmo vítima de martírio, assim
como o apóstolo João.
O escritor da carta aos Hebreus, escrita entre os anos de 68 a
70 d.C., cuja autoria se desconhece, cita pessoas presas cujos bens foram
espoliados e que por esta razão sentiam gozo, certas que tinham em vista
uma “possessão melhor e permanente”.
As instruções deixadas por Deus e ditadas pelo Espírito Santo,
que levaram tais homens a escrevê-las, tomam a direção que aponta para a
intercessão em favor destes terríveis governantes:
“Exorto, pois, antes de tudo que se
façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens,
pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e
agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”.
O texto exarado acima é mandamento de Deus e não do apóstolo
Paulo. Deus quer que levemos as autoridades em oração, a fim de que Ele possa
agir. Creio que se fosse escrito pela vontade do apóstolo, jamais o faria. Tais
palavras foram escritas em obediência ao Espírito de Deus.
A finalidade da oração em favor dos governantes é para que Deus
nos proporcione uma “vida tranquila e sossegada”.
Então, a passeata ou o protesto, além de ser um ato de
desobediência a Deus, exclui seu poder em agir. As autoridades se sentem
acuadas, e por medo mudam seus decretos, e Deus não pode falar aos seus
corações. Daí continuam vivendo sem o temor a Deus.
"O sábio Salomão ao escrever seus provérbios, deixa claro o
poder de Deus: "Como corrente de águas é o coração do rei na mão do
Senhor; ele o inclina para onde quer”.
Tenho plena certeza que o clamor dos verdadeiros filhos de Deus
supera passeatas e protestos, e com certeza move o coração dos governantes.
"Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém
há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz
Textos citados:
Hebreus 10:34;I Tim.2:1,2;Isaias 43:13;Prov. 21:1
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