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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

HUMILDADE E FÉ


 
“Senhor, não te incomodes porque

não sou digno de que entres

em minha casa” ( Ev. São Lucas 7:6)  

 

Duas qualidades prendem minha atenção olhando para a vida deste homem, cujo nome ficou no anonimato: humildade e fé.

 

Atualmente alguém como ele é “peça rara”, num linguajar bastante comum. Era um centurião,logicamente à serviço do governo romano, na cidade de Cafarnaum.

 Sempre imaginei tais homens possuindo um caráter inflexível, rígidos, sisudos, envolvidos sempre em combates, sem piedade do inimigo, sem compaixão.

 Mas este, descrito pelo historiador Lucas, mudou meu ponto de vista, levando-me à conclusão de que era possível encontrar centuriões bondosos.

Estava triste e aflito porque seu servo estava à morte, e a única solução era Jesus de Nazaré. E na sua angústia, enviou alguns anciãos dos judeus para que intercedesse por ele, pedindo-lhe que Jesus viesse curá-lo.

Quando estes judeus encontraram a Jesus, enalteceram as qualidades do centurião: “ele é digno porque é amigo do povo e porque edificou a Sinagoga”. E Jesus, como sempre, solícito ao pedido do centurião, pôs-se à caminho de sua casa.

O ser humano aprecia enaltecer suas qualidades ou de seus amigos. E muitos as apresentam a Deus para receberem algo em troca , o que é um absurdo.

 Entretanto, isto não se dá com o centurião, porque era um homem humilde.

Quando Jesus aproximava-se de sua casa, o centurião enviou amigos com o seguinte recado: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa”. Sem dúvida, sua casa seria bem diferente da casa do Senhor Jesus – a casa de um modesto carpinteiro.

 Mas este homem tão importante, a serviço do Império Romano, com soldados por ele comandados, viu em Cristo uma grandiosidade diferente. Viu nele o poder de Deus, viu nele o próprio Deus. Não apresentou seus feitos como os anciãos judeus, suas obras majestosas, suas credencias, sua alta patente, mas apresentou sua vida totalmente indigna e imperfeita, à espera das ordens do mestre Galileu.

E submisso diante de Jesus, balbucia as seguintes palavras: “por isso eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado”.

Humildade e fé. Benditos ingredientes que mudam e salvam vidas, que transformam corações, que dos vales mais profundos da tristeza elevam a alma para as alturas da alegria. E tudo isto aconteceu naquele dia, restaurando a saúde do servo tão querido.

E Jesus, admirado, exclama: “Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta”.

Será que a grande maioria em nossos dias, ainda confia em seus méritos, suas obras, seus feitos e suas conquistas? Esperam milagres estribados em seu caráter? 

Que a lição do centurião sirva para mim e para você. Humildade e fé. Nada de arrogância.

Que Jesus possa exclamar ainda hoje:

 “Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta, ou melhor, um homem como este”.

Que o centurião seja um paradigma para todos nós.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz

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