Pedro
se encontra num lugar muito familiar quando Jesus gentilmente chama seu nome da
praia. Imediatamente, seus pensamentos vagueiam de volta àquele dia, uns três
anos antes, quando Cristo o persuadiu a deixar suas redes e segui-lO. Ah, que
voz.
A mesma voz que em ordem amorosa a uma pequena garota a levantou do poder da morte, com zelo limpou o templo, com paixão anunciou o reino e em agonia clamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? (Mt 27:46).
A mesma voz que em ordem amorosa a uma pequena garota a levantou do poder da morte, com zelo limpou o templo, com paixão anunciou o reino e em agonia clamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? (Mt 27:46).
Ainda agora
Jesus estende um convite ao café da manhã, peixe e pão. Mas Pedro observa algo
mais: duas brasas (Jo 21:9).
Jesus
tem outra intenção. Não esqueça isso. Apenas duas vezes nas Escrituras esta
expressão “uma brasa” é usada, ambas encontradas no livro de João. Aqui e em
João 18:18:
“Ora, os servos e os guardas estavam ali, tendo acendido um
braseiro, por causa do frio, e aquentavam-se. Pedro estava no meio deles,
aquentando-se também”.
A última vez que Pedro estava em volta de um braseiro
foi na fatídica noite da traição a Cristo, e foi em torno desse braseiro que
Pedro negou mesmo conhecendo o Homem em julgamento. Vislumbrando esta cena na
praia, sem dúvida uma série de angústias percorreu as veias de Pedro. Mas Jesus
não estava procurando vingança. Antes, seu propósito era restauração.
Jesus
recriou o quadro daquela noite no passado de Pedro, não para trazer à tona suas
falhas, mas para habilitá-lo a mover do passado seu fracasso por reconhecer sua
responsabilidade. Onde apenas inesperadamente antes Pedro negara Cristo três
vezes em redor de um braseiro, agora Pedro enfaticamente declara seu infinito
amor por Cristo. Três vezes (Jo 21:15-19). Onde previamente Pedro se recusou
aguentar as consequências de ser associado com Jesus de Nazaré, ele agora
abraça o chamado para seguir este rei do Céu. A ponto de dar sua vida. A queda
de Pedro foi dolorosa, mas não final. Jesus tinha dito a Pedro anteriormente:
“Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te
converteres, fortalece os teus irmãos” (Lc 22:32). Darby traduz: “quando fores
restaurado...”. Nossa verdadeira restauração não é para progresso próprio, mas
para a edificação de Sua igreja.
Quando
Jesus chamou Pedro e seus amigos de sua vida de pescadores (Mt 4:18-22), Mateus
declara que Tiago e João “consertavam suas redes”. Eles reconheceram que uma
rede arrebentada pega poucos peixes.
Igualmente, um santo desanimado alcança
poucos homens. A palavra usada para “consertar” é a mesma palavra traduzida
“corrigir” em Gl 6:1:
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós,
que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura”.
Assim como pescar
requer uma rede consertada, pescar homens requer vasos restaurados. O
Dicionário Webster define “restaurar” como “trazer de volta à condição prévia”.
Na
igreja de Cristo, há uma grande necessidade de restauração. Não um mero passar
por cima dos pecados cometidos, mas uma demonstração de amor de Cristo que
procura restaurar e renovar vidas que outrora eram descartadas como inúteis
para o reino. Estamos buscando gentilmente encorajar e pastorear nossos irmãos
e irmãs além de seus passados, ou estamos condenando-os baseados em sua
história?
Redes são consertadas com o propósito de pescar novamente. Na
economia de Deus, uma rede arrebentada é um chamado para a igreja
“...
perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o mesmo consumido por excessiva
tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (2ª Co
2:7-8).
Além disso, Paulo segue argumentando que isso é “para que Satanás não
alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2ª Co 2:11).
Negar conforto e recusar restauração a um sincero pecador arrependido é
diretamente jogar do lado de Satanás.
Nunca
esqueça que, como um crente, no melhor dia, nosso status é um pecador salvo pela graça de Deus através da fé em
Cristo. Para aqueles presos no funil da desesperança, saiba que Jesus chama
você para Seu braseiro. Não para condenar, mas para ratificar Seu amor e
oferecer restauração.
Que nossas vidas, como Suas luzes neste mundo, reflitam
Sua atitude de restauração. Que procuremos consertar redes quebradas, deixemos
de lado a amargura, o ressentimento e o orgulho, e sob a bandeira da união e do
desembaraço, proclamemos este Jesus às nações.
Que assim seja
Nate Bramsen
Trad. EFC
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