Deus
é o nosso refúgio e fortaleza,
socorro
bem presente na angústia.
Salmo
46
O
salmo desta meditação, conhecido como o salmo do reformador protestante
Martinho Lutero, autor do precioso hino “Castelo Forte”, veio à minha mente e coração, quando vi
imagens tenebrosas do rompimento da barragem em Brumadinho – MG. Avalanche de terra
se movendo em grande velocidade, e arrastando casas, pessoas, um trem de
minério, carros e caminhões. Um verdadeiro caos.
O salmista
descreve um cenário de tragédias de maiores proporções como as que foram vistas
recentemente. Ele usa a expressão “ainda que” quatro vezes: “ainda que a terra
se transtorne”, “ainda que os montes se projetem para o meio dos mares”, “ainda
que as águas rujam e espumem”, “ainda que os montes se abalem pela sua braveza”.
Sem dúvida não gostaríamos de assistir essa fúria da natureza que tanto medo
nos causa.
Poderíamos
acrescentar outros “ainda que”, frente às incertezas, o medo que nos cerca em
nosso dia a dia. Ainda que ocorra o desemprego, a diminuição de alimento na despensa,
a doença que chegou de surpresa, ainda que a morte levasse um parente ou um
amigo, vamos encontrar resposta na providência divina, e descobrir o motivo para
não temer, “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na
angústia”.
Esta era a
confiança do salmista, pois enquanto a braveza das águas a todos assustava, ele
via diante de si “um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar
santo das moradas do Altíssimo”. Ele contemplava um rio sereno e tranquilo, que
traz alegria para os habitantes da sua casa, Jerusalém, a qual jamais será abalada.
No meio do
temporal quando não encontramos respostas para as aflições, quando a longa
noite custa a passar para os filhos de Deus, o salmista nos conforta: “O
Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”, e repete
a mesma frase mais adiante, como que dando ênfase ao seu auxílio.
Outra afirmação
do salmista que nos conforta ao atravessarmos a “longa noite”, é que “Deus é
o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”. Ele não se
encontra distante nem distraído, mas presente, portanto é real.
Diante de tanta
dor e calamidade, que nosso coração se aquiete. Que confiemos naquele que nos
diz: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou
exaltado na terra.”
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©
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