“Ali o crucificaram, e com ele dois outros,
um de cada lado de Jesus” (João 19:18).
O tema da
crucificação é um assunto inesgotável. Inúmeros e infindáveis comentários foram
escritos, tais como livros, poesias, encenações, sem contar as mensagens
proferidas nos púlpitos das igrejas. Como bem escreveu o apóstolo João em seu
evangelho, “Jesus fez muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita,
penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros
que seriam escritos” (João 21:25). O
mesmo se aplica ao tema da crucificação, tão relevante e extraordinário, que a
partir do “bom ladrão”, como ele, milhões creram na morte expiatória de Jesus
ao longo dos anos e encontraram perdão.
Entretanto,
surge a pergunta: por que Jesus foi crucificado entre dois malfeitores? Os evangelhos relatam que foi assim: “Ali o
crucificaram, e com ele dois outros, um de cada lado de Jesus” (João 19:18). A
morte por crucificação se transformava num grande espetáculo de horror, e
sempre ocorria em lugares onde muitos passavam. Assim foi com Jesus, no alto do
monte chamado “Calvário”, que traduzido é “Caveira”, devido ao seu formato. Lá
a multidão passava e seus olhares se voltavam para a cruz do meio, sem muita
preocupação com os outros dois.
Entre os dois malfeitores, Jesus estava no
meio, bem próximo a cada um, ouvindo suas blasfêmias e seus insultos, que ao
mesmo tempo ouviam a oração de Jesus: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que
estão fazendo” (Lucas 23:34).
Através dos
anos Jesus tem estado no meio, sempre pronto para ouvir o clamor de cada um.
Sua crucificação no meio sempre vai nos demonstrar sua acessibilidade com seus
braços abertos e sua disposição em perdoar. Os dois malfeitores tiveram a mesma
oportunidade. Um recusou e morreu em seus pecados, sem confessar a Cristo como
seu Salvador; o outro reconheceu sua culpa e teve a convicção de que ao seu
lado se encontrava seu Salvador, sua
única esperança, e a certeza de ir morar com ele no seu reino. Suas últimas
palavras foram: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. (Lucas 23:42)
Hoje cada um
está na mesma posição de escolha. Ou aceitam sua oferta de perdão ou
recusam ; ou atendem seu convite ou viram suas costas.
Se as
autoridades quiseram dar todo destaque ao Senhor Jesus como um criminoso, expondo-o
ao escárnio público na cruz central, hoje entendemos como a mais preciosa lição
de que Jesus estará sempre no centro da vida daqueles que nele confiam, e ouvem
sua doce voz de perdão. Seus braços permanecem estendidos, prontos para abraçar
o mais miserável dos pecadores.
Que assim
seja
Orlando
Arraz Maz©
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