“E Davi teve um desejo e exclamou:
Quem me dera beber da água da cisterna que está
junto à porta de Belém!
Então aqueles três guerreiros romperam pelo
acampamento dos filisteus,
tiraram água da cisterna que está junto à porta de
Belém e levaram-na a Davi.
Porém, ele não quis bebê-la, mas derramou-a diante
do SENHOR;e disse:
Ó SENHOR, longe de mim fazer tal coisa!
Beberia eu o sangue dos homens que arriscaram a
vida?
De maneira que não quis bebê-la.
Assim fizeram aqueles três guerreiros.” (II Sam.
23:15-17)
A lista dos guerreiros do rei Davi
é bem instrutiva, pois nos ensina lições preciosas. Nela, muitos têm seus nomes
registrados pelos seus grandes feitos, entre eles, Josebe-Bassebete, que matou
oitocentos de uma só vez com uma lança.
Em nossos dias ele e os demais
subiriam ao pódio, seriam fotografados e receberiam medalhas. E seus feitos
seriam divulgados por todo o mundo.
Entretanto, há três guerreiros
anônimos que arriscaram suas vidas, prestando um serviço sem serem solicitados,
pois tão somente ouviram o rei expressar seu desejo de beber das águas
saborosas da cisterna junto à porta de Belém, sua terra natal. Atravessaram o
acampamento dos inimigos, venceram barreiras e obstáculos, e por certo
exauridos, chegaram junto ao poço, e com as vasilhas cheias de água, retornaram
para o campo de batalha onde se encontrava o rei.
Quem eram eles? Não sabemos. Seus
nomes não aparecem, mas o serviço é destacado pelo rei, que recusou beber
daquela água, pois representava a própria vida dos seus soldados.
A cena me transporta para o
trabalho do Senhor Jesus, onde seus filhos como soldados militantes, estão
espalhados pelo mundo. Um aqui, outro acolá, e todos engajados no afã de servi-lo
com amor e fidelidade. Entretanto, há os que não têm seus nomes divulgados, que
já serviram ou ainda servem no mais longínquo lugar, e que prestam um serviço
que os olhos humanos não podem ver. São os cristãos sem nomes e sem rostos
perante o mundo, e que jamais seriam levados ao pódio para receber medalhas.
O rei Davi reconheceu o trabalho
desses guerreiros sem registrar seus nomes, e nosso Salvador um dia reconhecerá
o trabalho do servo fiel: “E
o seu senhor lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel sobre pouco;
sobre muito te colocarei; participa da alegria do teu senhor”. *(Mat.25:23)
Enquanto há os que querem o pódio a qualquer custo, que
sejamos guerreiros das boas novas do Evangelho, sem nos importar com os
aplausos ou mesmo com a glória efêmera.
Há um hino evangélico que assim se expressa em uma de suas
estrofes: “No serviço do meu Rei eu sou feliz, venturoso e decidido; quanto
tenho no serviço gastarei, no serviço do meu Rei”.(HC 419)
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©
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