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São Bernardo do Campo, São Paulo, Brazil

domingo, 13 de junho de 2021

A NOITE QUE VIROU DIA E O DIA QUE VIROU NOITE

 

“...De repente. um anjo do Senhor apareceu-lhes
 e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles,
e ficaram aterrorizados” (Lucas 2:9-11).

 

Há duas verdades que muitos se esquecem e outros tantos nem meditam nelas: a noite que ficou iluminada e o dia que ficou na escuridão. Dois acontecimentos narrados na Bíblia e que levam à nossa meditação com toda a reverência.

Era madrugada quando Jesus nasceu. Os pastores no campo cuidavam de suas ovelhas, e de repente “um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles, e ficaram aterrorizados” (Lucas 2:9-11). Sem dúvida o clarão que surgiu no céu foi o reflexo da glória do Senhor, algo jamais visto por olhos humanos. A noite escura se foi e os pastores em seguida foram visitados por uma grande multidão do exército celestial, que em meio a vasta iluminação louvavam a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor”. (Lucas 2:13,14).

A noite escura que habita no coração do homem traz tristeza, dor e morte, mas Jesus veio ao mundo para dissipar tamanhas trevas. Ele é a luz do mundo, e a mensagem que deixou para nós nas suas santas palavras, é: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8:12)

Aquela noite memorável e abençoada, com seu clarão nos fala da grandiosidade de Jesus, que veio trazer a paz tão desejada para todos: “Paz na terra, boa vontade para com os homens “. A paz anunciada pelo anjo não é a paz entre os povos nas guerras entre si, mas, sim, a paz que ele concede pela obra na cruz do calvário, reconciliando o homem com Deus, nas palavras do apóstolo Paulo: “E que, havendo por ele feto a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus”. (Colos. 1:20).

Mas há outra verdade que também toca nossos corações. Na sua morte, pendurado sobre a cruz, em plena luz do dia as trevas cobriram os céus. Do meio-dia às três da tarde, uma escuridão total. O evangelista Lucas assim descreve: “E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona. Escurecendo-se o sol, rasgou-se ao meio o véu do templo” (Lucas 23:44,45). Que contraste mais assombroso entre seu nascimento e sua morte. Não havia anjos cantando, não havia um céu iluminado, mas o total abandono do Pai escondendo seu rosto ao amado Filho. E na cruz, seu grito ecoa por todo o universo: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido, e não me auxilias? (Salmos 22:1)

Vale a pena meditar nestes dois acontecimentos, pois trouxeram incontáveis bênçãos ao coração do homem: Jesus nasceu, o céu ficou iluminado, e Ele trouxe salvação nas palavras do profeta Malaquias: “Mas para vós, que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas, e saireis, e crescereis como os bezerros do cevadouro” (Mal. 4:2);  ao morrer, sob a negridão dos céus pagou as nossas transgressões sem  nunca ter pecado, e derramou sua luz no nosso coração quando caminhávamos para a morte.

Que Salvador maravilhoso! Sofreu a pena do nosso pecado, e nos salvou de modo assombroso. Crendo nele e o confessando como Senhor e Salvador, o veremos na glória onde se encontra exaltado à direita do Pai. enchendo o céu de luz.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

segunda-feira, 7 de junho de 2021

PROMESSAS INFALÍVEIS

   

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo

se desfizer, temos de Deus um edifício,

uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”. (II Cor.5:1)

 

A Bíblia está repleta de promessas. Muitas já foram cumpridas, outras estão aguardando o seu cumprimento.

Todos os dias ouvimos incontáveis promessas proferidas pelos religiosos, como riquezas, prosperidade nos negócios, na saúde, e todas elas visando o bem-estar para esta vida. E muitos são levados a acreditarem, e quando não as alcança, sentem-se frustrados. Daí o ensino de Jesus: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:33)

Entretanto, crer na Bíblia para muitos é algo difícil, para outros sua leitura é enfadonha, maçante. O segredo consiste em lê-la com o olhar da fé e não da razão, uma vez que seu Autor é Deus-Espírito Santo. Se for lida como um livro qualquer, ou mesmo se for lida para cumprir um plano de leitura, ela não passará de um amontoado de letras e sentenças como nos livros escritos por homens. 

Quando a Bíblia for lida com reverência e fé, e acreditada em todo seu conteúdo, será o livro mais agradável, e Deus saltará em suas páginas, porque é Palavra Viva, e sem dúvida abençoará o seu leitor.

Leia mais uma vez a promessa que foi colocada acima desta meditação: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.”

Quer figura mais expressiva do que esta? Nosso corpo envelhece a cada dia, e ninguém poderá contestar tal afirmativa. Com a chegada da velhice as células morrem, as doenças aparecem rapidamente, gememos noite e dia, e nosso “tabernáculo”, que é o nosso corpo vai se desfazendo.

Deus, que é conhecedor de nosso frágil corpo, preparou um edifício, uma casa, algo sólido, não fruto da engenharia humana, mas celestial, com suas próprias mãos.  

Uma casa eterna, nos céus é sua promessa. Não sujeita às intempéries do tempo, às corrosões do solo, mas edificada no seu amor, não para durar 70 ou 80 anos, mas eterna.

Jesus quando aqui esteve confortou os seus discípulos com uma promessa semelhante a essa:  

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar”. (Ev.João 14:1,2)

Que tal confiar na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, e lê-la com o coração – não com a razão - a partir de hoje? Atentar para o conselho do Senhor Jesus Cristo: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim” (João 5:39.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz©

domingo, 30 de maio de 2021

MÃOS QUE ALCANÇAM O FUNDO DO POÇO

 

Disse a mulher: "O senhor não tem com que tirar a água,
e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva? (João 4:11)

 

Creio ser este diálogo de Jesus um dos mais extensos. Não mais no meio da multidão, mas só, assentado à beira de um famoso poço – o poço de Jacó. A história tão notável foi registrada pelo evangelista João, e tem trazido preciosa instrução e salvação através dos anos.

Entretanto, o que desejo frisar nesta meditação é a preocupação da mulher em receber de Jesus a água viva. Daí sua pergunta: “O senhor não tem com que tirar a água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?”. De fato, tinha razão em assim pensar, pois até então o estranho viajante nada possuía para tirar água e ainda mais de um poço profundo. Diante de seus olhos uma incapacidade total.

Quantas vezes somos levados a raciocinar do mesmo jeito diante de situações difíceis, quando à nossa volta tudo aponta para impossibilidades. Queremos descobrir os meios mais fáceis e poupar nossos esforços.

No campo espiritual se dá o mesmo. O ser humano tornou-se inimigo de Deus quando o pecado entrou no mundo. Daí, ao nascer em pecado, este vai tomando conta de sua vida trazendo um gosto bem amargo. Assim, as crises chegam e o infortúnio bate à porta, surgindo doenças, tristezas e mortes, verdadeiras consequências. Tudo se transforma num poço profundo, inacessível, e as pessoas se desesperam porque não podem chegar até sua profundidade.

Foi o que sucedeu com a mulher samaritana, que disse ao Senhor Jesus que ele não possuía meios para tirar a água do poço porque era fundo. Viu algo impossível naquele homem, pois além do mais era menor do que o pai Jacó.

Jesus, entretanto, é Deus que se fez carne, nas palavras do apóstolo João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. (João 1:14). E nas palavras do profeta Jeremias, “Eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Há alguma coisa difícil demais para mim?” (Jer. 32:27).

Portanto, Jesus tem poder para tirar nosso pecado e alcançar a profundidade do poço. A mulher descobriu em tempo que Jesus era maior do que Jacó. Era o Messias tão aguardado pelo seu povo. Creu em Jesus e todo o seu pecado foi removido – tirado do fundo do poço. E com alegria foi contar aos seus amigos a grande descoberta: “Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo”? (João 4:29)

Os anos se passaram desde aquele dia memorável na vida da samaritana, e o poder de Jesus continua o mesmo alcançando vidas mergulhadas no fundo do poço. As mãos que foram pregadas na cruz alcançam a profundidade do nosso pecado, e o apaga de uma vez trazendo a paz ao coração.

Que o poder de Cristo se manifeste na vida de muitos, ajoelhando aos seus pés, crendo como a mulher e dizendo como seus amigos: “Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabermos que este é verdadeiramente o Salvador”. (João 4:41,42)

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

segunda-feira, 24 de maio de 2021

DESCANSO PARA O CORAÇÃO

 

O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.
Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas;
restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

Salmos 23:1-2

Leva-me ó Pai ao pasto bem verdejante 

Com tua mão potente, abençoada e forte;

Estou tão cansado, com medo, vacilante,

Não me deixes perdido e só, triste e sem norte.

 

Desejo repousar, tranquilo, bem seguro,

Nos braços teus, Pastor fiel, sempre constante,

Qual criancinha tenho medo do escuro,

Faze-me repousar bem quieto e confiante.

 

Assim repousarei calmo e bem sereno,

Até que passe todo este meu temor;

Teu pasto é verdejante, fofo e ameno,

Lugar feliz, de paz, de bênção e de amor.

 

Quero dormir, ó Pai, bem quieto e sossegado,

Ouvindo tua voz macia qual canção.

Beija-me suavemente o rosto cansado,

Quero dormir em paz firmado em tua mão.

 

Orlando Arraz Maz

 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

VOCÊ AMA O SENHOR?

 

Eu amo o Senhor, porque ele me ouviu quando lhe fiz a minha súplica.
Ele inclinou os seus ouvidos para mim; eu o invocarei toda a minha vida.
As cordas da morte me envolveram, as angústias do Sheol vieram sobre mim; aflição e tristeza me dominaram. Então clamei pelo nome do Senhor: "Livra-me, Senhor! " (Salmos 116:1 a 4)

 

Este Salmo começa com três palavras onde o salmista manifesta sua adoração a Deus: “Eu amo o Senhor”. Seu desejo é exaltá-lo por sua grandiosidade e pelos seus grandes feitos. Em outro Salmo assim escreve: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres” (Salmos 126:3).

Em primeiro lugar pensamos no Senhor Jesus, pois este salmo nos leva para o jardim, onde clamou ao seu Pai em grande angústia, o qual veio para confortá-lo enviando um anjo. “E apareceu-lhe um anjo do céu que o confortava” (Lucas 22:43) O Pai ouviu suas súplicas no Getsêmani. A morte apertou seus laços e a angústia se apoderou dele, daí sua oração: “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão” (Lucas 22:44). Seu Pai atendeu o seu clamor, embora não o livrou de morrer, mas o livrou da morte.

Então podia dizer: “Eu amo o Senhor”. E nós, eu e você, também precisamos admitir que um dia fomos ouvidos em nosso clamor. Nosso Deus inclinou-se, baixou-se até nós na pessoa de seu amado Filho, e nos livrou das garras da morte eterna.

O salmista podia dizer que as cordas da morte o envolveram, que as angústias do Sheol vieram sobre si, e, portanto, a aflição e a tristeza o dominaram. Quando descobriu que não havia mais saída para esse estado, clamou: “Livra-me Senhor”.

E nós, quando olhamos para nossa situação espiritual, distantes e perdidos dos caminhos do Senhor, pela obra de Jesus na cruz fomos aproximados de Deus, e ele nos recebeu como filhos e filhas, o que nos leva a dizer “Eu amo o Senhor”

O salmista, uma vez liberto da aflição e da tristeza pode exclamar do fundo do seu coração: “O Senhor é misericordioso e justo; o nosso Deus é compassivo.
O Senhor protege os simples; quando eu já estava sem forças, ele me salvou”. (Salmo 116:5,6)

Que nosso amor ao Senhor aumente a cada dia, levando-nos a viver uma vida de adoração, pois ele colocou um novo cântico na nossa boca, e nos deu sua alegria, pois seu amor dura para sempre.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

domingo, 9 de maio de 2021

HINO PARA MINHA MÃE

 


Hino para minha mãe

 

Mãe querida, neste dia, com sincera gratidão,

E movido de alegria ofereço esta canção.

Tudo em ti me inspira afeto, seu amor, sua atenção,

Seu carinho predileto me alegra o coração.

 

Tão pequeno me levavas, bem seguro em sua mão,

E de Cristo me falavas com fervor, com devoção.

E assim fui aprendendo de Jesus lindas histórias,

Seu amor fui compreendendo, sua morte, suas glórias.

 

Hoje tenho nova vida, tenho paz, amor sem fim,

A você ó mãe querida devo a luz de Cristo em mim.

Quero, sim, seguir seus passos, ensinar aos filhos meus,

Envolvido entre abraços, do maior amor de Deus.

 

Quero, sim, ó mãe querida, minha bênção, minha luz,

Bem-estar e longa vida sempre perto de Jesus,

Imitá-la é meu desejo, minha doce inspiração,

Seu amor é benfazejo, sua vida uma canção.

 

Orlando Arraz Maz

Pode ser cantado com a música do nº 70 de Salmos e Hinos

 

 

terça-feira, 4 de maio de 2021

ÁGUAS DE DEUS

 

 



“Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro, lava-me e ficarei mais alvo do que a neve” (Salmo 51:2,7)




A sujeira nunca foi agradável. A infância é um período da vida onde o banho é recusado. Crianças, na maioria das vezes, lutam contra o banho. Já na adolescência há banho demais. O jovem cuida do seu corpo. Se for homem, após o banho escolhe o seu perfume predileto; se for mulher, os cremes apropriados. Desejam mais estar limpos e asseados para os outros do que para si mesmos.


Quando olho para este Salmo descubro um homem que desejava ser lavado por Deus. A sujeira do pecado o incomodava, tirava-lhe o sono, perturbava, mexia fundo no seu coração. E desejava o lavar de Deus para apresentar-se a Ele limpo de seu pecado.

A lavagem do corpo é necessária. Os ingredientes e os métodos escolhidos são meus. A lavagem da alma, bem como seus critérios, é de Deus. Quando tomamos a iniciativa em usarmos nossos métodos, saímos mais sujos da presença de Deus.

Deus tem condições para me lavar. Quando sinto a sujeira do pecado, e logo o confesso e o abandono, e me entrego à limpeza de Deus, o processo é perfeito e a limpeza é total.

Notem a colocação do verbo no texto: “lava-me” e não “lavo-me”. Quando a iniciativa é de Deus, estou me submetendo a Ele. Devo abaixar-me, devo curvar-me, a fim de que todo o meu ser seja atingido por sua “escova”. Pode doer, mas o sucesso é garantido. As manchas são removidas e a alma fica mais branca do que a neve. Deus deseja ver-me limpo para Ele e só assim posso mostrar-me aos que me cercam.

Que exemplo notável Davi nos deixa. Um homem sujo lavado por Deus, um coração quebrantado, totalmente renovado, uma voz abafada encantadoramente afinada, oferecendo um louvor perfeito a Deus.

O processo de Deus não falha. E Davi experimentou-o como uma das maiores experiências de sua vida.

Anos mais tarde Pedro recusou ter seus pés lavados por Jesus. Em tempo mudou seus pensamentos e os efeitos foram prontamente notados.

Quando Deus nos lava somos usados por Ele e vistos por Ele como dignos de nos assentar à sua mesa e participar das suas iguarias deliciosas.

Mesmo lavados e purificados os homens impõe seus critérios, os preconceitos permanecem e a desconfiança torna-se uma constante. Que conforto saber que Deus não age assim.

Que tal nos mergulharmos na “banheira de Deus”, deixar que suas mãos santas nos lavem, e purificados, voltarmos a Servi-lo de todo o coração.

Humilhar é preciso. Reconhecer o pecado é indispensável e confessá-lo é o único caminho do retorno para Deus.

“Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo”

 Que assim seja.

 Orlando Arraz Maz©

domingo, 25 de abril de 2021

UMA NOVA VISÃO

 

 

Lançando sua capa para o lado,

de um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus" (Marcos 10:50)

 

Quando Jesus deixava a cidade de Jericó encontrou-se com um cego e devolveu-lhe a luz dos seus olhos. Esmolando à beira do caminho, percebeu que era Jesus quem se aproximava, e assim, começou a gritar implorando misericórdia. Sua situação era deveras triste, pois além de ser pobre e totalmente dependente da ajuda de outras pessoas, era desprovido da visão. Assim, mais do que nunca, precisa  encontrar Jesus, o Filho de Davi, e clamar por misericórdia. E o dia mais feliz de sua vida chegou.

Quantas lições podemos extrair desta passagem e aplicá-las na vida espiritual, não é mesmo? A Bíblia nos ensina que somos nascidos cegos, pobres e dependentes. O pecado roubou-nos tudo, atirou-nos à beira do caminho, sem piedade e sem misericórdia. Este é o serviço de Satanás, pois veio para “matar, roubar e destruir”.  Mas Jesus veio para dar vida e vida plena. (João 10:10).

Jesus ouviu seus gritos implorando misericórdia, embora muitos se incomodaram. Jesus, porém, mandou chamá-lo.

Não há outro recurso para o pecador senão clamar a Jesus e implorar  sua ajuda, mesmo que muitos o impeçam e se incomodem com seu clamor.

Jesus veio para “abrir os olhos aos cegos, para libertar da prisão os cativos e para livrar do calabouço os que habitam na escuridão”. (Isaias 42:7).

Bartimeu, o cego, atendeu prontamente o chamado de Jesus. Primeiro, desfez-se de sua capa, deu um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus. (Marcos 10:48-50).

Para sairmos da miséria espiritual como Bartimeu, precisamos reconhecer nossa total dependência de Jesus e clamar por sua misericórdia. Mas que ninguém se esqueça: “a capa” de nossa arrogância, de nossos “méritos”, de nosso “eu”, totalmente suja e imprestável, precisa ser deixada no caminho, pois sem dúvida vai nos impedir de alcançar a misericórdia de Cristo.

Por fim, Bartimeu pediu o que mais precisava: “Mestre, eu quero ver”. E imediatamente sua visão voltou e passou a seguir Jesus pelo caminho. Não mais o caminho da miséria que percorreu durante sua cegueira, mas o caminho que era o próprio Senhor Jesus.

Agora que todos sabem que a ”capa” atrapalha, precisam clamar sem demora:” Mestre, eu quero ver”, e sem dúvida os olhos espirituais serão abertos, e a beleza de Cristo será apreciada em sua totalidade.

Jesus ainda passa pelo caminho onde o pecador se encontra caído, e seu desejo é abrir-lhe os olhos. Ajoelha agora aos seus pés, e faça o que manda sua Palavra: “Se com tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. (Rom. 10:9).

Sem “capa”, mas com visão dada por Jesus.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

QUAL O TAMANHO DO SEU PASSO ?

 


 

 Por isso, meu senhor, vai à frente do teu servo,

e eu sigo atrás, devagar, no passo dos rebanhos e das crianças,

até que eu chegue ao meu senhor em Seir”. (Gênesis 33:14)

 

Quem diria Jacó andando no passo dos rebanhos e das crianças!  

Desde que saíra de casa há vinte longos anos, sua vida fora bastante agitada. Trabalhara arduamente para seu sogro durante quatorze anos em troca de suas duas mulheres, e mais seis anos cuidando do rebanho. Agora é um homem envelhecido, experiente, com uma família numerosa e uma grande riqueza.

Apesar de suas conquistas era um homem cuja consciência o perturbava noite e dia, pois o engano praticado contra o seu irmão o perseguia constantemente. Agora, a caminho de uma reconciliação, lá estava ele tentando aplacar sua ira com a dádiva de rebanhos.

Como muitos de nós somos parecidos com Jacó!  

Envolvemo-nos profundamente em nossas ocupações, trabalhamos arduamente, frequentamos cursos de aperfeiçoamentos, e o mês se torna pequenino para tanta atividade. E no meio de toda essa correria, abandonamos deveres superiores, relacionamentos quebrados, amizades desfeitas que precisam ser consertadas, perdão que precisamos liberar, e dar assim o alívio necessário para nossa consciência. E qual a solução? Diminuir a velocidade de nossos passos, buscar a reconciliação e dar o abraço restaurador.

Jacó levou muito tempo carregando suas culpas, pelo menos longos vinte anos, mas conseguiu o abraço de seu irmão, cujo relato ainda hoje nos emociona: “Mas Jacó insistiu: Não! Se te agradaste de mim, aceita este presente de minha parte, porque ver a tua face é como contemplar a face de Deus; além disso, tu me recebeste tão bem!” (Gen. 33:10).

Não precisamos levar tanto tempo como levou Jacó. Hoje mesmo devemos buscar a amizade que ficou distante, consertar ou apagar as palavras usadas que magoaram, e seguir em paz com o nosso coração.  

Ao findar sua viagem Jacó edificou um altar e o chamou: “El Elohe Israel” O Deus de Israel, seu novo nome.

Quando eu e você andarmos “no passo das crianças”, consertarmos todas as diferenças, aliviados, podemos imitar Jacó, edificando um altar de adoração em nosso coração declarando que Deus é o nosso Deus. 

 Que assim seja

 Orlando Arraz Maz© 

terça-feira, 13 de abril de 2021

A PRESENÇA CONSOLADORA DE DEUS

  

Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar;
todos me abandonaram. Que isso não lhes cobrado.
Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças,
para que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada,
e todos os gentios a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão. (II Tim. 4:16-17)

 

O texto de nossa meditação nos leva a considerar os últimos dias do apóstolo Paulo. Um guerreiro do evangelho desde a estrada de Damasco até sua última prisão. Sem dúvida, um relato muito triste que descreve sua situação de prisioneiro.

Ele escreve para seu filho na fé, Timóteo, tão distante dele, relatando sua decepção com os que o abandonaram, e ao mesmo tempo seu conforto em saber que o Senhor não o deixou sozinho. Confiava na promessa de Jesus quando disse aos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mat. 28:20).

Quando todos pensavam que por estar aprisionado era bem fraco, declara que era forte e que sua força vinha do Senhor. E com essa força a mensagem do Evangelho era proclamada, levando muitos à conversão ao Senhor Jesus. O cárcere era sua fortaleza e ao mesmo tempo sua plataforma, onde muitos ouviram as verdades do Evangelho. Ao escrever sua carta aos cristãos de Filipos, descobrimos: “Todos os santos lhes enviam saudações, especialmente os que estão no palácio de Cesar”. (Filip. 4:22) Assim, cumpriu-se o que fora revelado pelo Senhor Jesus à Ananias: “Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel” (Atos 9:15). Cristãos no palácio de Cesar”!

Maravilhoso seu testemunho como prisioneiro para os dias atuais, quando muitos cristãos se sentem sozinhos, desamparados, sem forças para lutar. E entristecidos se esquecem que a presença do Senhor é uma realidade. Outros são levados à depressão profunda, duvidando do poder de Deus em mudar essa situação. Lembremos que o apóstolo Paulo estava preso, acorrentado, em cela por certo em subsolo, um lugar infectado de ratos e outras espécies.

O sofrimento de muitos não se compara com este arauto do Evangelho, e muito menos com a trajetória de perseguições, açoites, fome, frio, nudez, como ele mesmo relata aos cristãos de Corinto: “Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez” (II Cor. 11:27)

Mas, ainda, há um que sofreu o desamparo e o abandono de seu Pai quando morria na cruz, e nossos olhos devem ser abertos para buscar nele as forças que precisamos. O autor da carta aos Hebreus nos ensina que temos um grande sumo sacerdote:” Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou todo o tipo de tentação. Porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade”. (Hebreus 4:14-16)

Então, mais do que nunca, devemos confiar na presença consoladora de Deus, que nos socorre em tempos difíceis, e em quaisquer circunstâncias. Não há lugar mais profundo onde a mão de Deus não nos alcance.  Como Paulo, que possamos afirmar: “O Senhor permaneceu ao meu lado”.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©


segunda-feira, 5 de abril de 2021

COMO FOI SUA PÁSCOA?

 

“Ressuscitou verdadeiramente o Senhor

                                                                              e já apareceu a Simão” (Lucas 24:34). 

Ainda é tempo de refletir sobre a Páscoa, mesmo que já foi comemorada com muita alegria, ovos para crianças e uma mesa farta. São coisas que ficaram para trás e logo serão esquecidas.

Entretanto, a verdadeira Páscoa jamais será esquecida e sua comemoração sempre se renova nos corações dos que conhecem seu verdadeiro significado.   

A Páscoa verdadeira para muitos deixou de ser comemorada, pois ainda permanece desconhecida. Ela nos leva à ressurreição de Jesus e resulta em uma nova alegria, permanente, eficaz e que jamais acaba. É comemorada na terra e será sempre lembrada na eternidade. A verdadeira Páscoa abre os nossos olhos espirituais a fim de que celebremos a Cristo ressuscitado.

Na manhã da Páscoa dois discípulos de Jesus estavam desanimados e tristes pela sua morte. Suas palavras expressavam tal sentimento: “É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro, e, não achando o seu corpo, voltaram dizendo que também tinham visto uma visão de anjos que dizem que ele vive”. E mais ainda: “E alguns dos que estavam conosco (Pedro e João) foram ao sepulcro e acharam ser assim como as mulheres haviam dito, porém não o viram” (Lucas 24: 16 a 24)

Hoje se dá o mesmo, pois muitos não creem que Cristo ressuscitou apesar do testemunho das Escrituras. Naquela ocasião, enquanto caminhavam, Jesus alertou-lhes dizendo que seus olhos estavam fechados, razão porque o desconheceram.

Os discípulos de Emaús descobriram que o forasteiro era o próprio Jesus, e com ânimo redobrado voltaram a Jerusalém e contaram as boas novas aos discípulos: “Ressuscitou verdadeiramente o Senhor e já apareceu a Simão” (Lucas 24:34). “Tiveram seus olhos abertos e o conheceram”, e a alegria voltou aos seus corações entristecidos.

 A verdadeira Páscoa abre os nossos olhos para que vejamos e acreditemos que o túmulo está vazio.  O corpo de Jesus ressuscitado e glorificado está nos céus. Ele deseja que comemoremos com alegria, na esperança de que vai voltar.

Então, que tal continuar comemorando a verdadeira Páscoa, não como aquela de ontem, mas a que nos dá esperança e nos garante vida eterna.

O túmulo está vazio, mas o trono está cheio de glória ocupado por Jesus.

Aleluia, Ele ressuscitou.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz©

domingo, 28 de março de 2021

UM DEUS QUE NOS CONHECE

 

 

Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me assento e quando me levanto;

de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar

e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.

 Salmos 139: 1 a 3

 

Um salmo do rei Davi que nos apresenta o conhecimento de Deus sobre cada um de nós. Muitas vezes pensamos que Deus está alheio ao que se passa no mundo, alheio às nossas ações e pensamentos. No entanto é exatamente o contrário como nos revela o salmista.

Deus nos conhece nas pequenas coisas como aquelas que não damos a mínima importância. Por exemplo, conhece quando nos assentamos para descansar, ou quando realizamos algum trabalho. Quantas vezes fazemos isto durante um dia, e muitas vezes nem percebemos. Mas Deus, sim. Da mesma forma conhece nosso andar, deitar e todos os nossos caminhos.

Ele é um Deus que se faz presente e deseja que todos sejam tocados por esta verdade preciosa, pois é através deste conhecimento que nos preparou uma grandiosa salvação na pessoa de seu filho, o Senhor Jesus Cristo. Por nos conhecer profundamente, viu o estado lastimável em que nos encontrávamos, buscando e nos amando na pessoa de seu filho.

Ele é um Deus que nos cerca por trás, pois conhece o nosso passado; pela frente, pois conhece nosso futuro, e sobre nós coloca sua mão. (Salmo 139:5). Conhece nossos pensamentos, e quantas vezes nos envergonhamos deles, e avalia cada palavra e as motivações atrás delas antes que sejam pronunciadas.

Portanto, temos um Deus que nos conhece profundamente, desde quando éramos formados no ventre de nossa mãe.

Resta-nos, portanto, entregarmos nossas vidas aos seus cuidados, e deixá-lo dirigir nossos passos, sabendo que somos amados por ele na pessoa de seu filho Jesus Cristo. E o salmista ressalta esse amor: “Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno está com os que o temem, e sua justiça com os filhos dos seus filhos”. (Salmos 103:17).  

Que tal, então, entregar nossos corações aos seus cuidados, pois nada melhor do que ele para nos proporcionar tão grande salvação.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz©

 

domingo, 14 de março de 2021

UMA ROCHA NA PANDEMIA

     

 

UMA ROCHA NA PANDEMIA

“Desde o fim da terra clamo a ti, por estar abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu” (Salmos 61:2)

 

Este salmo é de inestimável valor. É como uma joia rara superior às usadas nas coroas de reis e rainhas. Foi escrito por Davi e cantado por ele com seu instrumento de cordas que tanto amava, provavelmente à época da iminência de perder o trono para seu filho Absalão, um tempo de conturbação e medo. Seu coração estava abatido.

Assim se dá conosco em tempos de tristeza, quando somos açoitados por vendavais sem controle. Quando recebemos uma notícia de alguém que amamos e que nos deixou, ou do conhecimento de uma doença incurável que nos leva à morte prematura. Então, nos abatemos.

Estamos vivendo dias assustadores, onde as notícias nos chegam quais enxurradas, dando-nos conta de que a pandemia alcançou níveis estratosféricos. Hospitais lotados, carência de recursos, e pessoas de todas as classes e idades morrendo, umas bem adultas, outras na flor dos seus anos.

E com razão, trazem seus corações abatidos. Muitas se desesperam e buscam respostas para seus questionamentos, ora culpando a Deus ou as autoridades responsáveis.

Davi resolveu clamar ao Senhor “desde o fim da terra” , pois nada adiantaria procurar ajuda de seus conselheiros. Este deve ser o primeiro passo dado em tempos de corações abatidos. Ninguém, por melhor amigo que tenha, poderá receber alívio de um coração abatido a não ser Deus.

Davi se sente pequenino e olha ao seu redor e vê montanhas gigantescas. Tal era o cenário de Jerusalém, uma cidade de montes escarpados. Então, clama a Deus para levá-lo à rocha bem mais alta do que ele. Sabia da sua fragilidade, e assim, nada melhor deixar-se levar pelas mãos de Deus. Lá estava sua esperança. Em outro salmo expressa sua confiança: “Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio. A minha alma disse ao Senhor: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti” (Salmos 16:1-2)

Davi reconhecia que a rocha era o lugar de segurança.

Então, essa rocha permanece à nossa frente em tempos de lágrimas, quando a nossa fraqueza é reconhecida. A Rocha é o Senhor Jesus, o lugar mais elevado e seguro. Assim, quando mais nada estiver ao alcance dos recursos humanos, Jesus é o lugar ideal onde seus braços nos sustentam. Nossa oração deve levar-nos à nossa total incapacidade, e clamar: “erga-me quando não puder andar; faça por mim o que está além do que posso fazer”. Mais elevado do que nossos esforços é o Senhor Jesus, a rocha daqueles que nele confiam.

Davi tem plena certeza de que Deus é sua rocha. Veja o que escreve em outro salmo: “Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente: deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza”. (Salmos 71:3)

Por fim, diante do medo que esta pandemia nos causa, é tempo de buscarmos refúgio na Rocha que é o Senhor Jesus, e só ele trará calma e conforto aos nossos corações.

Davi buscou refúgio na rocha mais alta do que ele, mais alta do que seus problemas, mais altas que suas lágrimas, e lá permaneceu em segurança.

Que haja sinceridade em nosso coração e que o tenhamos aberto para clamar por socorro, pois ele está à disposição para nos abrigar em tempos de aflição, dor e lágrimas.

 Que assim seja.

 Orlando Arraz Maz©