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sexta-feira, 12 de abril de 2013

O INVENTÁRIO DO APÓSTOLO PAULO



“Quando vieres, traze-me a capa que deixei em Trôade, na casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos”.

Alguns escritos produzidos nos cárceres são verdadeiras joias literárias.
Por exemplo, o Peregrino de John Bunyan, que tem levado incontável número de pessoas aos pés de Cristo, nos anos em que esteve  encarcerado; Watchman Nee , escrevendo inúmeros artigos que até hoje fortalecem muitos crentes, nos 16 anos de sua prisão na China, e tantos outros escritos através dos anos.

Entretanto, há um escritor que ultrapassa a todos os citados, cujos escritos, apesar dos anos, permanecem como flores frescas e perfumadas colhidas há pouco num jardim. Trata-se do apóstolo Paulo, o bandeirante de Cristo, cujas cartas produzidas nas suas prisões, tais como aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon, estão repletas de instruções que não envelhecem apesar dos anos, assim como sua última carta particular escrita ao seu filho na fé, Timóteo, conhecida como segunda Carta a Timóteo, todas produzidas nas suas prisões, e que são verdadeiras obras esculpidas pelas mãos de Deus.
Esta carta foi escrita numa masmorra, lugar sombrio, profundamente horroroso, e soa como um cântico de despedida. Huberto Rohden, em seu livro “Saulo de Tarso” descreve sua prisão: “Como não terá Paulo sofrido naquele subterrâneo úmido e frio. De nada lhe valiam as tépidas auras primaveris, de nada os fulgores do estio – lá embaixo era noite eterna e inverno perpétuo. A sua capa, talvez a única, ficara em Trôade, e ele a manda vir porque lhe faz falta…”.
Embora o ambiente seja deveras sombrio, nesta carta suas palavras ecoam através dos séculos, e servem como lenitivo para ajudar aqueles que sofrem perseguições pela causa do Evangelho de Cristo. Por certo o primeiro a ser animado e confortado foi Timoteo: “Combati o bom combate, completei a corrida, perseverei na fé”.  “Agora me está reservada a coroa da justiça, que o SENHOR, justo Juiz, me concederá naquele dia; e não somente a mim, mas certamente a todos os que amarem a sua vinda”. (vers.7 e 8).
Entretanto, o que salta aos olhos é o acervo acumulado por Paulo ao longo de 30 anos de profícuo trabalho: “uma capa, livros e pergaminhos”. Com toda sua erudição, seria um rabino mais importante que seu mestre Gamaliel, e por certo teria amealhado fortunas, e desfrutado uma vida nababesca. Mas ele mesmo afirma que todo esse cabedal foi considerado refugo: “Todavia, o que para mim era lucro, passei a considerar como prejuízo por causa de Cristo. Mais do que isso, compreendo que tudo é uma completa perda, quando comparada à superioridade do valor do conhecimento de Cristo Jesus, meu SENHOR, por quem decidi perder todos esses valores, os quais considero como esterco, a fim de ganhar Cristo…” (Filip. 3:7,8) Não sabemos se teve tempo para receber tais preciosidades, pois sua morte com rapidez se aproximava.
Que este texto nos ensine grandes verdades, num tempo onde nossas preocupações são tantas, prejudicando nossa caminhada na senda do evangelho. Acumulamos bens, corremos de um lado para o outro, vivemos fatigados e mergulhados em nossos interesses, quase nada restando para o Senhor. Paulo entendeu bem desde o início do seu chamado, renunciando a uma carreira promissora, e iniciando uma trajetória de sofrimento, até seu último instante sob a espada do soldado romano.
Seus poucos bens talvez coubessem em uma pequena mala, mas sua alegria em servir ao seu Mestre ultrapassou  todos os limites, e as almas que foram salvas  e que ainda serão, fruto de suas cartas escritas, só a eternidade saberá.
“Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus”. Atos 20:24
Que assim seja

Orlando Arraz Maz



quinta-feira, 4 de abril de 2013

A BÍBLIA É SEMPRE ATUAL



Para os que rejeitam a Bíblia sagrada, vai um pequeno texto que mais parece ter sido extraído de um jornal de nossos dias, ou de um comentarista de televisão:

“Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede”.

domingo, 31 de março de 2013

CRISTO JÁ RESSUSCITOU




“E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui, mas ressurgiu”.

sexta-feira, 29 de março de 2013

O SONHO DA MULHER DE PILATOS




 Depois da prisão no jardim Jesus foi levado para o seu primeiro julgamento na casa de Caifás, sumo sacerdote. Foi uma noite de terror, de um sofrimento indescritível. O sumo sacerdote ficou transtornado diante da postura de Jesus, e rasgou as suas vestes, infringindo assim uma das leis do antigo Testamento:

Não descubrais as vossas cabeças, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha a ira sobre toda a congregação” (Lev.10:6).

quinta-feira, 21 de março de 2013

PARECIDOS COM CRISTO



Como um movimento composto de 120 pessoas cresceu de forma anormal?

Homens e mulheres reunidos em um cenáculo, com medo das autoridades, logo estão nas ruas para levar avante a mensagem do Cristo crucificado.

Por certo ainda se falava na crucificação do Nazareno, e pelas ruas de Jerusalém ainda restavam os vestígios da Cruz. E a curiosidade crescia a cada dia no povo pelas noticias da ressurreição.

Mas, como cresceu tal movimento?

quinta-feira, 14 de março de 2013

FALSO MORALISTA




Judá, o quarto filho de Jacó, é visto nas Escrituras como um falso moralista.

A história narrada no livro de Gênesis cap. 38, nos dá uma visão bem ampla de seu procedimento.

sexta-feira, 8 de março de 2013

DESABAFO


Desculpem-me o desabafo.

Estou cansado de ver tanta coisa ruim e de morar nesta terra.
Vejo caos por toda a parte, desde a cidade grande até a pequena.

É gente matando em pleno estádio de futebol, atirando lança-foguete, tendo o adversário  de time como inimigo de guerra.

Vejo pais que estupram filhas e meninos violentados por religiosos.

Vejo políticos recebendo propina que descaradamente agradecem a Deus por ela.

Vejo mães descartando seus filhos recém-nascidos em latas de lixo, caçambas ou lixões.

sexta-feira, 1 de março de 2013

ESPERANÇA




Em Gênesis 3 encontramos um dos diálogos mais impactantes, travado entre Deus, a serpente, Adão e Eva.

Após a transgressão cada um foi questionado por Deus.

A serpente teve sua punição e foi ”amaldiçoada“:

Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. (3:14)

A mulher também foi punida por Deus:

À mulher, Ele declarou: "Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará".
E ao homem disse:

Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.(3:16,17)

O homem teve sua punição e por causa do seu pecado a terra se tornou maldita.

O que chama minha atenção é que tanto a serpente como a terra recebeu a maldição da parte de Deus, mas a mulher, não.

A mulher não recebeu maldição, pois sua descendência não podia ser maldita, pois uma mulher no futuro daria a luz a um filho que seria o Salvador do mundo, e que viria para esmagar a cabeça da serpente, o que Jesus fez na cruz.

Maria, a mãe do Salvador, foi bem aventurada, e através dela todos os que recebem a Cristo como Salvador, também são bem aventurados.
                              
Entretanto, ela jamais poderá ser mediadora entre Deus e os homens, conforme está escrito em I Tim. 2:5:

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”, pois foi seu filho quem morreu na cruz, e se tornou Salvador do mundo, inclusive de Maria, pois no seu “magnificat”, assim ela se expressa:

“Disse então Maria:  A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador” (Lucas 1: 46,47)

Maria foi bem aventurada, mas seu amado Filho tornou-se maldito pelo nosso pecado,

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13).

A bênção nos alcançou pela obra bendita e vencedora da cruz, a serpente e a terra foram amaldiçoados, e Deus nos dá uma rica e doce promessa:

“Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos”. (Apoc. 22:3,4,5)

Quem não deseja um lugar como esse, sem maldição, onde  veremos a face de nosso Salvador, que nos trouxe a bem aventurança da salvação, no instante em que crermos em sua morte substitutiva na cruz. Basta confessá-lo de coração e exclamar como Maria:

”A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.

Que assim seja


Orlando Arraz Maz








sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A DOR


Dedico esta mensagem ao estimado irmão Francisco Fraga Rodrigues, que convive com a dor, mas que tem sido um vencedor na força que Deus lhe dá.

Parabéns pelos seus 80 anos neste 24 de fevereiro de 2013


A dor

Quando era pequeno brincava de "esconde-esconde", e encolhido com a cabeça entre os joelhos, ficava atrás da porta. As outras crianças custavam a me achar. Era bem divertido, e quando me descobriam era uma verdadeira festa.

Os anos chegaram e ainda brinco de "esconde-esconde". Quero ficar atrás da porta, mas não consigo dobrar meus joelhos nem colocar minha cabeça entre as pernas. Os joelhos não dobram, a rigidez do ombro é uma dificuldade, e ainda, o espaço entre eu e a porta é pequeno.

Não é mais uma brincadeira de criança, alegre, prazerosa, feliz. Ela se chama dor. Hoje quero me esconder, mas não posso. Se tentar, ela me encontra sem demora num piscar de olhos.

A dor é bem ingrata e muitas vezes ganha a "brincadeira", ora me assusta e derruba, ora abate e me deixa triste, sem forças e prostrado. Quero vê-la bem distante, mas ela sempre quer ficar por perto. Não me larga. É uma brincalhona de verdade.

Creio que o rei Davi também conviveu com a dor. Há muitos salmos onde deixa clara tal circunstância, e em especial no salmo 41: 3 "O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença tu lhe afofas a cama".

Por mais macio que sejam o travesseiro e o colchão, (plumas, palhas, penas), quando estou com dor se tornam materiais pesados como pedras ou chumbos. E Davi nos conta o seu segredo. Deus tem os seus recursos para transformar em maciez leitos de pedras e de chumbos, e com seu amor afofar a nossa cama. Sua presença é consoladora e animadora mesmo em meio à dor.

Quantos se desesperam diante da dor, descreem da misericórdia de Deus, e o insultam com palavras insolentes, muitas vezes eliminando a própria vida. A fé em Deus nessa hora é a melhor saída e deve sobrepujar a dor, pois o poder das suas mãos se faz presente como uma rica promessa, sempre afofando o nosso leito.

Já sei como espantar a minha dor. Quem vai brincar com ela sou eu, e escondido no "segredo de Deus", duvido que ela me encontre para desanimar-me.

Que assim seja.

Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

FILHOS DE DEUS


                                                       
                                                         “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em  
seu nome, deu-lhes o direito
de se tornarem filhos de Deus”(Ev.João 1:11,12)

No Antigo Testamento encontramos os nomes das doze tribos de Israel estampados nas vestimentas dos sumo sacerdotes. Eram feitas de quatro cores, a saber: púrpura que nos lembra de Cristo como Rei descrito no evangelho de Mateus; carmesim, que nos fala do Servo sofredor retratado pelo evangelho de Marcos; branco, que nos fala da pureza de Cristo apresentada no evangelho de Lucas, e o azul que nos fala do Filho de Deus no evangelho de João.

E nesta mesma vestimenta eram confeccionadas duas ombreiras, que levavam em cada uma o nome das doze tribos de Israel. Seis de cada lado. E no peitoral, outra peça do vestuário, doze pedras incrustradas com o nome de cada tribo.

Deus sempre deu valor ao nome das tribos de Israel, e quando o sumo sacerdote a cada ano entrava no santuário do tabernáculo e mais tarde do templo, para interceder pelo povo, o nome das tribos vinha em primeiro lugar e Deus se lembrava de cada uma. As falhas e imperfeições, as constantes murmurações do povo, e todas as suas mazelas eram perdoadas e Deus repartia entre o povo as suas bênçãos.

As práticas exercidas pelos sacerdotes foram abolidas com a vinda de Jesus a este mundo, mas servem como gloriosas ilustrações para nos ensinar que Ele é o nosso Grande Sumo Sacerdote, e que ele voltou à presença de Deus onde   intercede  por aqueles que são seus filhos. O escritor da carta aos Hebreus assim escreve:

“Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio, doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. (Hebreus 9:24-28)

A partir do dia que confessamos a Cristo como Salvador, em nosso coração trazemos estampado o título de filhos de Deus. Ele nos leva em seu coração   à presença do Pai, nos sustenta em seus fortes ombros e nos leva em seus braços amorosos. E Deus se compadece de nossas fraquezas.  


“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós,  em tudo foi tentado, mas sem pecado”.(Hebreus 4:15)


Deus nos vê perfeitos através do seu Filho, e nosso título de filho não carrega mais a marca dos pecados, pois estes, uma vez confessados e deixados, foram lançados nas profundezes dos mares, ou colocados atrás das suas costas, onde jamais serão vistos.

 “Eis que foi para minha paz que eu estive em grande amargura; tu, porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados”.(Isaias 38:17)

Deus tem prazer em nos receber como seus filhos, olhar para o nosso coração e vê-lo totalmente limpo e purificado no sangue de Jesus.

Amemos cada vez mais nosso Grande Sumo Sacerdote que nos leva em seu coração, sustenta-nos em seus ombros e nos seus braços nos leva em segurança.

Façamos nossas as palavras do hino:

“Jesus, de quem no coração, os nomes do teu povo estão”,
“Os teus remidos louvarão, Jesus teu santo nome”

Que assim seja
Orlando Arraz Maz

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PASTORES BILIONÁRIOS


“Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz,
e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”.

As notícias recentes veiculadas pela imprensa trazem manchetes de pastores bilionários, até então não desmentidas por eles, que sem dúvida nos causam verdadeira indignação, pois contraria frontalmente os ensinos do Senhor Jesus, que nasceu, viveu e morreu na pobreza.

O apóstolo Paulo escreve aos cristãos da cidade de Corinto:

 “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
     (II Cor.2:5 a 8)

Entre nós viveu como servo, sem nada possuir, para nos tornar verdadeiros bilionários da graça de Deus.

O texto acima, que por certo você já leu diversas vezes, assim como eu, leva-me a meditar nele, trazendo-me muitos pensamentos.

Ninguém se condoeu de Maria, vendo sua gravidez e suas necessidades tão prementes para dar à luz seu primogênito. Maria e José, extremamente pobres, sem um lugar digno para nascer o primeiro filho, vão parar nos fundos de uma estalagem, precisamente no “estacionamento” onde os animais eram guardados com palhas em abundância.

Nasceu numa humilde manjedoura e viveu uma vida de pobreza. Durante os três anos aproximados que conviveu com seus discípulos, viveu através de dádivas recebidas. E tudo o que possuía não era seu, era emprestado.

Transcrevo abaixo o poema que de maneira fiel retrata a vida do Senhor Jesus, por Gióia Júnior.

Desde a primeira vez que o li fiquei profundamente impactado por sua mensagem, e espero que aconteça o mesmo   com os  novos  bilionários, “pastores”, que vivem da lã de suas ovelhas, aquecidos por elas, quando muitas nem sequer têm onde morar.

Que assim seja

Orlando Arraz Maz


Nada era dele

Disse um poeta um  dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
"o berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,
que em Jerusalém chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - o suave pão,
que foi por seu amor multiplicado
alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,
ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado
Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos
Ao lado de Judas  que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado
de onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Mas a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,
Essas eram de fato de Jesus! "

Isso disse um poeta certa vez,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade.

O berço, o jumentinho, o suave pão,
os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto
eram dele a partir da criação;
Ele os criou - assim diz a Escritura;
mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,
a cruz tosca e mesquinha,
onde meus crimes todos expiou,
essa cruz não era sua! Essa cruz era minha

Gioia Junior










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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A TRAGÉDIA DE SANTA CRUZ - RS

Flores são deixadas na porta da boate Kiss,no centro de Santa Maria(RS),
 onde um incêndio na madrugada de domingo provocou a morte de mais de 230 pessoas, a maioria estudantes.
Emerson Souza/Ag.RBS 

A morte é impactante. Ficamos surpresos ao recebermos a notícia de alguém, que sem qualquer enfermidade venha a morrer. E quando se trata de um familiar, custa-nos a aceitar, e lamentamos profundamente.

A morte não escolhe idade, muito menos nível social. Sem ser cortês, entra   no palácio do rei, na mansão do rico, na casa ou no casebre do pobre . E diante da morte todos sentem a mesma dor com maior ou menor intensidade, e derramam lágrimas, algumas secas porque já se foram e não mais existem, outras encharcadas e doloridas.

A tragédia de Santa Maria não foi diferente. O golpe acertou em cheio o coração de tantas famílias, e de lá para cá não paramos de chorar ao ouvir inúmeros relatos e fotos de jovens mortos  que mal começaram a viver.

Não é momento para “censurar” os desígnios de Deus, nem tampouco especular os porquês, e sim elevar nossos pensamentos em orações pelos familiares e amigos, pois não há palavra capaz de aliviar tamanha dor.

Penso na tragédia vivida por Jó pouco depois de um lauto banquete servido entre seus filhos. O relato abaixo nos dá a dimensão do seu sofrimento:

“Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho; e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto, deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”.(Jó 1:18 a 21)

Num só dia perdeu seus dez filhos – sete homens e três mulheres - e sem qualquer saída, pois a morte fecha todas, “rasgou seu manto”, “rapou sua cabeça” e lançando-se em terra “adorou”. Só o Todo Poderoso a quem servia com sua integridade, poderia trazer-lhe a consolação. A Bíblia não nos dá detalhes da intensidade do seu sofrimento pela perda de seus filhos, mas sem dúvida a lembrança de todos eles vieram a sua mente. Imagens  em redor da mesa farta, as festas com canções e instrumentos musicais, ou quando pequenos, embalando-os em seus braços. E em meio às lembranças evocadas, entre lágrimas e sorrisos, adorou a Deus. Talvez agradecendo pela vida dos seus filhos, pelo amor desfrutado por eles, pela companhia tão prazerosa, quem sabe.

Por certo, em meio à dor tão descomunal, é difícil sugerir reação igual à de Jó, ou mesmo proferir suas palavras.  

Entretanto, a postura de Jó diante da dor pode nos ensinar trazendo consolo diante do horror da morte: entregar-se aos cuidados daquele que entende a nossa dor, e sabe enxugar dos olhos toda a lágrima.

E nós, que estamos do lado de cá, elevemos nossas vozes em oração, suplicando ao Deus de TODA consolação que venha em socorro de cada familiar, pai ou mãe, nesta hora amarga.
 
Que assim seja.

Orlando Arraz Maz


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ALEGREM-SE CONOSCO



   “Onde quer que tu fores irei eu: e onde quer que pousares, ali pousarei eu;
 o teu povo será o meu povo,  o teu Deus será o meu Deus”
Olá pessoal, hoje vou dar descanso a vocês, pois a meditação que normalmente envio  às sextas-feiras, terá outro tom.

Trata-se dos meus 43 anos de um feliz casamento com Fátima. Quando nos conhecemos estava totalmente careca, vítima de trote acadêmico. Esta foi sua primeira visão. Fico feliz porque aí está o milagre: apaixonar-se por um careca como eu. (Não que tenha preconceito por carecas, mas que é feio não há dúvidas). E eu me apaixonei, e não há milagre nisso porque ela era e é linda, e tinha uma vasta cabeleira.

Assim, estamos prosseguindo o caminho que foi traçado por Deus (não pelo destino). E o texto em destaque no nosso convite de casamento tem se renovado a cada dia:

“Onde quer que tu fores irei eu: e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus”

Percorremos um longo caminho nestes 43 anos, não atapetado de flores, mas coberto de amor, companheirismo, compreensão, superando as poucas fases sombrias, com incontáveis deslumbrantes pores-do-sol.

Deus tem morado conosco. Ele ocupa o centro da nossa casa, embora não o mereçamos, e tem se assentado no trono que está no nosso coração, de onde partem suas instruções ricas, oportunas e sempre abençoadoras.

Durante a trajetória de nosso caminho vieram dois filhos, Méleri e André. Mais tarde Washington entrou em nosso coração, e como fruto de uma união abençoada, chegou a Esther, completando a luminosidade da família. Logo entrará Priscila, e nossa alegria será completa.

Por estes 43 anos rendo a Deus toda a gratidão, e faço minha oração no sentido de juntos prosseguirmos, com o mesmo amor, até que Ele nos leve às mansões celestiais.

Assim, amigos,  alegrem-se conosco, pois vocês fazem parte destes 43 anos.

Abraços a todos
























































































sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

OLHANDO PARA JESUS


“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”. (Isaias 45:22)

“Olhando pra Cristo mais santo serás, deixando o pecado melhor correrás. Ficando bem perto de Cristo, o Senhor, do mal deste mundo serás vencedor”


 O texto bíblico nos leva a refletir no fato de que o ser humano deixou de olhar para Deus. Olha para todos os lados, olha para si, mas não olha para Deus.  E aí reside todo seu drama.

Quando olhamos para os lados deixamos de olhar para frente, e podem surgir muitos inconvenientes que por certo atrapalharão a nossa caminhada.

Deus, através do profeta, apresenta ao povo de Israel os benéficos resultados ao olharem para ele: “sereis salvos”. Apenas um olhar.

Certa vez, na travessia do povo pelo deserto ocorreu uma invasão de serpentes venenosas, como punição pela rebeldia e desobediência: “Então o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que o mordiam; e morreu muita gente em Israel”. (Números 21:6). Moisés, então, fez uma serpente de bronze, e quem olhasse para ela continuaria vivo, livre do veneno da serpente. Um olhar e nada mais. 

Mais tarde o Senhor Jesus usou esta figura, aplicando-a a sua própria vida: E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado” (João 3:14)

Hoje, mais do que nunca precisamos voltar o nosso olhar de fé para Jesus. O escritor da carta aos Hebreus assim se expressa: “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:2).

Quando contemplamos na cruz o amor de Jesus Cristo, livrando-nos dos terríveis efeitos do “veneno da serpente”, e o confessamos como Senhor e Salvador passamos a desfrutar uma nova vida, e alcançamos a salvação tão desejada.

O ser humano se encontra longe de Deus porque volta seu olhar para suas qualidades, inteligência, seu poder financeiro, suas aptidões, sua religiosidade e se esquece de olhar pela fé para Jesus, que pode e deseja transformá-lo.

A mensagem do profeta Isaías ainda é válida para nossos dias, assim como a morte de Cristo na cruz do Calvário. Deus já fez a sua parte. Façamos a nossa olhando para Jesus, e deixando que o seu olhar penetre bem fundo em nosso coração e dirija todo o nosso viver.


As leis criadas pelos homens, e todo o seu rigor na sua aplicação, não terão nenhum efeito positivo enquanto o ser humano não tiver seu coração transformado pela obra de Jesus. Basta olhar pela fé para Jesus.

 Que assim seja

Orlando Arraz Maz             

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A ÚLTIMA HORA


João Diener – 1889 - 1963

A comovente história do autor do hino “A última hora”, cantado nas igrejas evangélicas, extraído do hinário “Hinos e Cânticos” nº 9:

Ao findar o labor desta vida, quando a morte ao teu lado chegar,
Que destino há de ter tua alma? Qual será no futuro teu lar?
Tu procuras a paz neste mundo em prazeres que passam em vão,
Mas nas últimas horas da vida eles nunca te satisfarão.
Meu amigo talvez tenhas rido ao ouvires falar de Jesus,
Não te esqueças que para salvar-te Ele deu sua vida na cruz.

Estribilho:

Meu amigo, hoje tens tu a escolha: vida ou morte qual vais aceitar?
Amanhã pode ser muito tarde, hoje Cristo te quer libertar.


O autor deste hino, João Diener, nasceu em 24 de setembro de 1889, próximo a Moscou na Rússia. Sua família era evangélica, de origem letã. Chegou ao Brasil em agosto de 1897, instalando-se no Estado de São Paulo, onde trabalhou como operário numa de tecelagem.

Este, seu hino mais célebre, foi escrito em 1911, de uma forma inesperada.
Henriqueta Rosa Fernandes Braga conta que João Diener estava trabalhando na tecelagem e pensava na mensagem proferida no dia anterior pelo missionário batista A. B. Deter. Seu trabalho tornou-se mecânico, enquanto aflorava em sua mente uma melodia nunca ouvida antes, mas muito clara. Repetiu a melodia várias vezes e, em sua casa trabalhou a letra que surgira na fábrica.

Durante um período de desemprego, Diener foi amparado pela família do missionário Deter, e continuava a morar com eles. Ele pediu a Edith, filha de 13 anos do missionário que lhe auxiliasse ao piano, e na partitura, enquanto ele compunha "voz por voz" a harmonia desta linda melodia.

João Diener cantou-a pela primeira vez na Igreja Batista do Alto da Serra, em São Paulo, num culto em que pregou o missionário William Buck Bagby.
O Pr. Francisco Cid, missionário da Junta de Missões Mundiais (da Convenção Batista Brasileira) na Argentina, escreve em O Jornal Batista uma história comovente da influência mais dramática deste hino:

Certo domingo à tarde, vagueava um homem nas ruas da cidade de São Paulo. Depois de haver bebido durante o dia, se recostou para dormir num dos bancos da Praça Princesa Isabel, a mesma onde fica a primeira Igreja Batista. Passadas algumas horas, ele despertou. Já era noite. De longe lhe vinha aos ouvidos o cântico de um hino! E era seu hino!

Lá na Igreja, o pastor havia terminado a pregação e anunciou o hino final do culto. O hino era A Última Hora. Este homem, separado da família e longe de Deus, ainda trôpego e um tanto ébrio, se levantou daquele lugar frio e caminhou em direção ao templo. Quando entrou, o Pr. Tertuliano Cerqueira se aproximava da porta, e viu aquele homem desalinhado e com forte cheiro de bebida alcoólica, o cumprimentou e disse: "Que mensagem de Deus tem este hino”, e continuou: "Eu sei que o compositor foi alguém inspirado por Deus" Diener lhe disse, então: "Eu escrevi esse hino! "

Em seguida, mostrou ao pastor a sua identidade. Depois, o pr. Tertuliano levou Diener à sua casa, ouviu sua comovedora história e a manifestação daquele coração, que naquela noite havia se arrependido.

João Diener reconstruiu o seu lar, que estava desfeito, reconciliando-se com sua mulher. Voltou a cantar o seu hino, tornou-se outra vez regente do coro da igreja, e foi fiel ao Senhor até a sua partida, no ano 1963.


Que este hino maravilhoso continue propagando sua mensagem do amor de Deus, salvando vidas e conduzindo-as para o céu. 

Que assim seja

Orlando Arraz Maz